11 anos

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Joui's p.o.v

Hoje fazem 11 anos des de o acidente. Eu finalmente vou poder voltar. Vocês devem estar perdidos. Um ano depois que aquilo aconteceu, eu tive que voltar pro Japão, tive que dar um jeito de dançar sem que meu pai descobrisse. Eu tinha 16 anos, e durante 8 anos, eu vivi na infelicidade que se instalava na sombra de meu pai, só fiz isso para conseguir dinheiro suficiente e poder me reinstalar no Brasil. O ballet é a única coisa que me mantém conectado com a minha mãe. Mas eu nunca quis ficar aqui, eu queria voltar para o Brasil, aonde estávamos escondidos, aonde podíamos ir até campos de flores secretos e dançar repertórios, no sol e na chuva. Minha mãe era a pessoa que me mantinha de pé, era a pessoa que me fazia enxergar música em todos os sons da natureza, e com ela eu aprendi a gostar da chuva. Mas quando ela se foi....a chuva me deixava atordoado. Porém...o solo molhado por tempestades, me lembrava de como ela era, mantém minha memória viva, mas eu estava perdido. Perdido no luto. Perdido no medo. E eles...eles me ajudaram. Thiago e Elizabeth -Liz-. São minhas novas figuras paternas, eu queria ter voltado pra eles antes. Eles me ligaram todos os dias que estive aqui, mesmo com o fuso-horário, sempre me arrancaram sorrisos e me fizeram lembrar que há pessoas esperando por mim lá fora. Tambem tem a Agatha e o Arthur, eles são praticamente irmãos, e eu tenho um carinho muito especial por esses dois.

Eu estava concentrado arrumando minha mala para finalmente ir embora quando escuto meu celular tocar. Dou um breve sorriso ao ler o nome de Arthur:

- Arthur, por que você não está dormindo? São 4 da manhã por aí, não??

- EU NAO CONSIGO DORMIR, estou ansioso para ver você, liz e Thiago também não param de andar de um lado para outro.

- Não estou nem no aeroporto, é bom vocês irem dormir. Meu uber tá aqui, mwah mwah, amo vocês, estou indo...eu sei que vocês estão comendo brigadeiro, sobra pra mim pelo amor de Deus.

- Relaxa gracinha, a gente faz quanto brigadeiro você quiser amanha, vai logo pra mim poder te abraçar logo, beijo.

Eu não sei o que foi que eu senti, mas estava muito feliz, muito mesmo. Sequei uma lágrima solitária que rolava feliz no meu rosto e segui para fora da mansão da minha família, obviamente não troquei nenhuma palavra com ninguém que estava lá dentro. Finalmente. Estou livre, livre do meu pai, livre do meu passado, livre de tudo.

Na minha mala eu levava poucas roupas que tinham importância para mim, outras de marca que foram caras. Mas o que mais importava, eram meus figurinos e roupas de ballet.

Durante horas de voo, eu ficava ouvindo música, cochilando, e fazendo alguns desenhos sem muita maestria. E finalmente cheguei aonde mais queria. São Paulo, Brasil. Eram por volta de 18 horas. Fui recebido por algumas pessoas que apreciavam minha carreira. Não gosto da palavra "fãs".


 Não gosto da palavra "fãs"

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Os sons do tilintar da chuva (Au joesar)Onde histórias criam vida. Descubra agora