Capítulo 3

49 4 0
                                    

Finalmente saio do banheiro e caminho pelo corredor que me leva de volta a entrada. A casa é muito bonita, masculina, mas não excessivamente. Me pergunto se ele decorou sozinho.

- Quer alguma coisa para beber? – ele fala quando chego na metade do corredor, o que me assusta. Vejo a cozinha a minha direita e ele está em frente a geladeira, segurando uma garrafa de água.

- Sim, claro. Vou querer água, por favor. – falo envergonhada, enquanto entro na cozinha. Encontro quatro banquetas de bar em uma das extremidades do balcão e me sento em uma delas, esperando que ele se vire. Ele fica tão bem com esses jeans, e me pergunto como ficaria sem eles.

- Aqui, Lea. – eu já mencionei o quanto eu amo o jeito como ele fala meu nome? Como se fosse uma oração ou algo do tipo. Engulo em seco quando ele abre a garrafa e a coloca em seus lábios. Nesse momento, eu gostaria de ser essa garrafa, com seus lábios agarrados ao redor dela, bebendo tudo que ela tem a oferecer e... merda!

- Lea? – me perdi um pouco em meus pensamentos e não escutei sua pergunta.

- Sim?

- Você se importa? – me sinto uma porta. Não tenho ideia do que ele acabou de dizer.

- Me importo?

- Sim, se eu for tomar um banho? – ah, ele quer saber se eu me importo se ele ficar nu e molhado? De jeito nenhum! Minha única reclamação é que não poderei estar com ele.

- Não, sem problema. Vou esperar por você, a não ser que queria que eu vá embora. – talvez ele pense que eu sou esquisita e só está sendo gentil comigo. Me sinto tão estúpida agora. Provavelmente é isso mesmo que ele está pensando. Quão ingênua pude ser?

- Não, eu quero que você fique. Vou te mostrar a sala e você pode assistir TV. – ele parece tão confortável consigo mesmo, tão seguro, e isso é reconfortante. A maioria das pessoas não fica tão à vontade perto de pessoas que não conhecem, até mesmo as pessoas bonitas. Ele é tão confiante, mas nenhum pouco arrogante. É como se não tivesse ideia de quanto ele é bonito e isso é tão excitante.

Quando me tornei essa pessoa? Quer dizer, para uma pessoa que nunca transou, você pensaria que eu conseguiria me controlar um pouco mais. Resisti por 31 anos e por que com esse homem eu me sinto pronta para ceder à tentação? Isso não faz sentido.

Eu estava esperando até o casamento, não porque quisesse permanecer virgem para meu marido, mas porque nunca me senti confortável o suficiente para estar com alguém, nem mesmo Zandy. Quando me casasse, eu teria que consumar o casamento, então deixaria o medo de lado pelo menos naquela noite, certo? Sei que isso soa completamente ilógico, mas funcionou para manter Zandy afastado.

Eu honestamente não sei como ele faz isso, quer dizer, ele é homem, e homens pensam em sexo a cada dois segundos, então como ele não implodiu depois de todos esses meses? Nunca tinha pensado sobre isso. Até agora.

Invés de pensar nisso, decidi dar uma olhada ao redor, enquanto Cory está lá em cima tomando banho. Afinal, preciso desviar minha atenção do que está acontecendo no andar de cima de alguma forma.

Vejo fotos em cima da lareira. Algumas dele sozinho, outras dele com uma garota quase da mesma idade dele e com cabelos longos e loiros, e outra dele com um casal que presumo serem seus pais. Sua mãe é tão linda e eu posso ver de onde vieram seus traços. Vejo mais uma foto dele com Darren, Chord e outro cara alto, magro e com o cabelo escuro. Eles parecem uma família feliz.

Eu me viro e caminho até as portas de vidro que dão acesso ao jardim de trás. Ele tem uma piscina de ótimo tamanho e um quintal enorme.

Escuto o chuveiro sendo ligado e inconscientemente começo a apertar minhas pernas uma contra a outra. Estou fora de controle. É muito ruim querer subir correndo essas escadas, arrancar minhas roupas e entrar no banho com ele?

Confissões de uma noivaOnde histórias criam vida. Descubra agora