Capítulo 19

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—Andy!—Agy corria até a companheira sem fôlego e com expressão assustada.—Você está bem não é?!Pela deusa, não saia assim sem aviso me ouviu?

Se fosse qualquer outra pessoa, teria a retrucado pela forma possessiva de tal fala, mas ao perceber os olhos da amiga se questionou.

—Eu estou bem! O que aconteceu?—Perguntou para a garota a sua frente.

—Encontraram um corpo, Andy! Sem vida alguma! Ele estava todo mutilado não dava pra ver se quer o rosto—Assimilando o que escutou Andrômeda a olhou com suspense e angústia.

—Onde está o corpo?—Andy perguntou por último.

—Não o levaram ainda, está no corredor da biblioteca.—Falou Agy finalmente recuperando o fôlego que perdeu ao correr desesperada tentando encontrar a colega de quarto.—Eu e Jo estávamos voltando para a enfermaria quando vimos a diretora e alguns guardar em volta dele, saímos antes que nos percebessem, para te procurar.

—Obrigada, mas tenho que ir agora.—Começou a se movimentar

—Espera, Andy! Onde você vai?—Perguntou enquanto via a treineira pegar uma capa com capuz escuro.

Com um aceno sem responder Andrômeda usou a capa, saiu do dormitório e rapidamente foi em direção ao corpo.

Caminhando em passou ligeiros e silenciosos Andrômeda se apoderou de uma sombra que estava tão perto do corpo quanto imaginava. Estava em pedaços, sangue escorria pelo carpete enquanto diversos órgãos eram vistos fora de onde devia estar, a diretora parecia furiosa ao conversar com um guarda.

—Droga! Então finalmente começou?—A diretora resmungou olhando a cena no chão.—A desgraça profetizada hã.—Falava com tom de raiva.

—Sinto muito senhorita, mas o que vamos fazer com isso?—Perguntou um guarda de alto escalão.

—Não deixem ninguém saber o que aconteceu essa noite, fecham todos os locais que deem acesso a este corredor! E procure outro guarda para limpar isso.

—Sim senhora!—Em reverência o guarda se dirigiu até a saída acompanhado dos dois outros companheiros.

Se arriscando, decidiu se aproximar mais da cena ainda dentro da sombra. Travou em seu lugar assim que percebeu o desenho do um olho de dragão em sangue ao lado do morto, era uma marca, mas não uma qualquer. Era uma marca de terror, usada por quem a escreveu para dizer que aquilo não passava de um começo para as desgraças que iriam seguir. Conhecia bem aquilo, em Lugar Nenhum se tornou quase um costume do local entre os mais sujos.

Precisava ver o corpo mais de perto, pegou uma pequena pedra ao seu lado e a jogou para o outro lado do corredor, a mesma fez um barulho alto o suficiente para que a diretora seguisse em sua direção cautelosamente, assim que ela entrou em uma dobra do corredor seguiu até o morto.

Poucas partes da pessoa ainda estavam inteira, sendo uma delas o seu braço esquerdo que estava com o punho fechado, achando estranho a mão estar fechada ela a abriu encontrando uma chave prata como detalhes em cor vinho. Assumiu que quem quer que tenha a matado devia estar procurando isso, já que a pessoa a escondeu até seu último suspiro.

Ao escutar passos, pegou a chave e voltou para a sombra em passou tão velozes quanto de um lobo, a diretora estava de volta analisando o local atenta a qualquer outro barulho.

—Sra. Santiago.—Ao escutar o guarda se virou e o viu em referência.—Cobrimos toda a área, mas precisamos tirar o corpo logo, alguns alunos estão interrogando sobre o fechamento do corredor e existem os atrevidos suficiente para entrar e matar a sua curiosidade.

—Certo, estou saindo então. Limpem tudo isso correntemente!—Ordenou a diretora saindo das vistas de Andrômeda.

Enquanto os guardas obedeciam as ordens da superior, Andrômeda mais uma vez olhou o símbolo na parede em contraste com o corpo na parte baixa do local. Pelas sombras seguiu até a saída, sem deixar rastros ou pistas de sua presença.

Agora sentada no Jardim sem a capa preta a cobrindo, fechou os olhos sentindo o vento em seu rosto enquanto pensava na chave em seu bolso, além de quem ou o que teria feito tal crueldade com aquela pessoa.

—Andy, oi!—Abrindo seus olhos se deparou com Thompson e seu típico sorriso galanteador na sua direção.—Não sabia que gostava de vir aqui.

—Eu também não.—Disse com um ligeiro sorriso de lado sem sentimento algum.

—Fiquei sabendo que ficou alguns dias na enfermaria.—Falou se sentando ao seu lado e a encarnado.—Como está ?

—Não foi nada de mais, estou bem.—Respondeu dando de ombros, com tudo que estava pesando tinha se esquecido disso.

—Ótimo, sinto muito não ter a visitado, não te achei em nenhum lugar, Ághata e John também não apareceram esses dias então não sabia o que aconteceu.— Explicou para a treineira observando seus cabelos e seus olhos.

—Não precisa se justificar, não somos nada um do outro pra isso.—Respondeu ao monitor.

Sentido um aperto pela fala da garota Taylor respondeu

—Que tal mudarmos isso?—Ele sabia que as chances dela deixar eram mínimas, a mesma era muito fechada a novas pessoas.—Faremos assim, que tal sairmos esse fim de semana?

—E como faríamos, não sei se sabe, mas estamos proibidos de sair até à primavera.—O lembrou do comunicado dado aos alunos.

—Outros alunos sim, mas como sou um monitor chefe, vou precisa ir até a cidade e entrar alguns documentos para a Academia e claro tenho o direito de levar uma pessoa para me ajudar.—Lhe contou com um sorriso maior.

Como quem analisava Andrômeda o encarou alguns segundos pensando na resposta, se lembrando que precisava descobrir o que Taylor estava fazendo aquele dia na diretoria.

—Certo, vamos então.—Confirmou voltando para sua posição inicial.

—Olha não seja tão fecha-... espera você aceitou?—O monitor que ia tentar convencê-la logo percebeu a situação.

Se levantando do banco olhou uma última vez para aqueles olhos azuis, os mesmos que lhe a davam uma sensação de já ter visto em algum lugar.

Com um leve sorriso ela se virou.—Te vejo no fim de semana Thompson!

Taylor ao escutar fez uma breve comemoração com o braço levantado, mas logo parou para observá-la indo embora.

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