Capítulo 01

160 11 3
                                    

p.o.v  Sun Macgyver

        

        Era tudo caos. E mais caos!

   Me mudar para um lugar chuvoso, cujo fenômeno me trás tanto medo não me animava. Eu gostava do calor e de toda claridade que Los Angeles trazia. Não queria ir para outro país.

  _Acho que deveriamos ter conversado com ela mais cedo, vamos traumatiza-la mandando ela para outro país Estevão. - Escutava minha mãe conversando com meu pai na varanda de cima do quarto deles.

_ É o dever dela, foi criada para isso. Los Angeles não é mais lugar para ela. Veja, ela fez amizades com pessoas de baixo nível, e até me pediu para sair a noite quando deveria estar estudando. Eu quero ela longe. Eu quero que ela seja o prodígio! O filho homem que você não me deu. - Ele resmungou e pude sentir o aperto no coração de minha mãe. De fato, todo o sucesso e poder mexeu com a cabeça de meu pai, o deixando raivoso e ambicioso por seu império.

   Toda minha infância foi divida entre o colégio de freiras e aulas particulares com professoras femininas. Meu pai me prendia do mundo lá fora o quanto podia. Era ridículo! E... traumático.

   Eu não tinha amigas, uma vida social , e muito menos alguém ao qual pudesse confiar, pois minha mãe sempre ficava do lado dele. Os dois eram invencíveis juntos. Me dava nojo a forma como ela era tão submissa á ele. Eu tinha nojo de ser filha dos dois.

  _ E quem nos garante que lá não acontecerá o mesmo? - Minha mãe perguntou.

  _Ela vai para Bergen. A universidade de lá é qualificada o suficiente para nós. Conhece Reené mais tempo do que eu para saber que ela é uma boa diretora. - Meu pai ainda falava alto.

  _Reneé não é mais a diretora sabe disso!

  _Ela não deixaria ninguém menor que ela no cargo tenho certeza. E pare de drama! Ela só ficara por cinco anos! Depois, não poderemos mais esperar para tê-la assumindo Macgyver e Leeve.

  _As duas empresas? Acha que ela conseguirá? - Senti surpresa em sua vez. Obviamente minha mãe tinha esperança que alguma daquelas empresas milionarias fossem pra ela. Mas nem pra isso meu pai serviu.

  _Ela foi criada para isso, quantas vezes vou ter que explicar? Saia! Prepare ela para a viagem amanhã. Isso é tudo, Summer. - Ele diz o nome dela com desdém. Ele achava o nome de minha mãe impróprio para uma Leeve Macgyver. Mas minha avó amava o sol, o verão e contudo a primavera.. Como eu queria que ela ainda estivesse comigo, talvez pudesse impedir que meus pais me transformassem na maquina do império deles hoje.

   Olhava o brilho da movimentada cidade, e meu coração apertou. Mesmo nunca podendo ter uma vida normal, ainda consegui visitar alguns lugares com minha avó aqui. Eu não sei como era o mundo fora da mansão, eles me privaram disso. E talvez.. fosse bom ficar longe deles.

  Não demorou muito para que a figura impecavel da minha mãe atravessasse a porta do meu quarto.

  _ Chamarei algum empregado para te ajudar arrumar a mala. Coloque seus livros, foram caros. Casacos de frios, bastante.. e calças. Botas cano longo.. toucas e luvas... - Ela dizia tudo muito apressadamente. No fundo ela se importava comigo talvez? Bem.. no fundo?

  _ Seu voo é as seis da manhã. Não se atrase criança. E lembre-se ,estaremos de olho em você. Então não tente nos envergonhar com toda sua doçura em Bergen. Somos Macgyver, embora você não reconheça o poder deste sobrenome. Puxou a pobreza de sua avó. Até breve. - Ela sai fechando a porta atrás de si.

  Raiva! Eu sentia muita raiva agora. Como ela podia falar assim da propria mãe dela? Vovó Flora se envergonharia de ver no que sua filha se tornou.

  Eu me permiti chorar ali, sozinha. Era deprimente que toda minha vida fosse comandada por eles. Eu não queria ter todo esse dinheiro. Eu não queria ser a herdeira. Eu não queria ser filha de Estevão Macgyver.

  _Sun? - Livia, uma antiga governanta minha entrou no quarto.

  _Sua mãe ordenou que eu vinhesse te ajudar. Como se sente? - Ela diz abrindo as portas do guarda roupa e colocando as roupas na cama.

  _Sinceramente? Destruída. Eu sou o brinquedinho deles Livia, é deprimente. - Falei ajudando ela a dobrar as roupas.

  _ Hoje de manhã a senhora Macgyver fez questão de comprar suas milhares roupas de frio. Acho que é a forma dela dizer que se importa.. - Livia diz tirando a intiqueta de varias botas cano longo que minha mãe comprou.

  _Não me importo. Eu a odeio. - Falei séria pegando o casaco de lã que se minha mãe visse que ainda tinha , queimaria assim como todos os outros que minha avó me deu.

  _ Sinto pena de você menina Sun, mas sou a mera empregada deste palácio. Pode me ligar sempre que quiser. Você me ensinou bem como usar estes trecos tecnológicos.

  _Celular Livia, é um celular. E ligarei sempre que houverem tempestades.. você sabe, eu ainda odeio elas.

  _Não está se mudando para um dos países mais chuvosos do mundo? - Ela perguntou ainda confusa, e finalmente entendeu. Eu estava com medo.

  _Estarei esperando sua ligação, como uma amiga. - Ela me abraçou e aquilo foi o mais próximo de algo carinhoso que eu havia recebido nos últimos anos.

  _Agora durma. Amanhã precisa sair cedo. Até logo! - Ela fecha a terceira mala e saí do quarto.

  Eu mal conseguia achar sono, sabendo o quanto minha vida mudaria amanhã.

STORM Onde histórias criam vida. Descubra agora