Capítulo 08

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P.OV Sun Macgyver


Duas semanas se passaram...

Duas semanas que não vejo sequer a sombra de Storm nos corredores do prédio. E sinceramente acho que prefiro assim..

_ Cara, eu ainda não estou acreditando que a gente não pode ir pra sua festa de aniversário! - Noora exclamou tristonha enquanto tomávamos nosso típico café da manhã antes das aulas se iniciarem. Mencía, Cesár e William também se encontravam.

Sim, duas semanas se passaram e amanhã eu finalmente faço 18 anos. Sorrir ou chorar? Espero que eles não descubram que não há nenhuma festa para mim, e sim para a troca de posse das empresas.

Chegar a maioridade é a data mais esperada por qualquer adolescente da minha idade. Mas pra mim, era sinonimo de responsabilidade, dor e sofrimento. Eu teria que estar presente como um cachorrinho domado dos Leeve Macgyver sorrindo e acenando. Meus amigos não podiam saber que não era realmente uma festa de aniversario que minha querida família preparava para mim. Era apenas sobre poder. Posse.

_ Você tá péssima com essa expressão. A gente precisa saber de algo? - Méncia me pergunta.

_ É que vocês com certeza não iriam querer estar perto da família se realmente o conhecessem. - Exclamei balançando a cabeça.

_ Não é possivel que eles sejam tão horriveis assim! - William revirou os olhos mas travou assim que Lilian se dirigiu a nossa mesa passando pela porta do refeitorio com uma expressão não tão boa.

_ Sun , Céus estou te procurando a horas. Seu pai não para de me ligar e insiste que você atenda ao telefone. Querida, isso é sobre a troca de po..

_ Por favor, não fale sobre isso na frente dos meus amigos Lilian ...- Coloquei a mão em seu braço atrapalhando o restante da frase e ela acenou.

_ De qualquer forma, é melhor você parar de ignorá-lo. Eu não aguento esse velho asqueiroso no meu telefone o dia inteiro. - Ela me abraça e se retira do refeitorio pelo mesmo caminho que entrou.

_ E olha ele te secando como um pscicopata de novo... - William sussurrou e observei para onde ele olhava. Era a mesa de Storm e Peter. Os dois me olhavam com um ponto de interrogação entre as sobrancelhas . Bom, com certeza não é comum que a diretora abrace os alunos no dia a dia do campus.

Novamente, o telefone voltou a tocar. Impaciente, me retirei do refeitorio deixando todos confusos. Eu tinha que atender.

Me enfiei na pequena sala de limpeza que havia ao lado esquerdo do corredor e me preparei mentalmente para ouvir o sermão.

_ Como.. você .. ousa nos desrespeitar dessa forma? - Meu gritou pausadamente no telefone tão alto que afastei o aparelho do ouvido imediatamente.

_ Oi, pai! Também senti sua falta- Falei em tom de irônia, mas me arrependi no segundo depois.

_ Que bastarda abusada! Eu deveria ter te mantido trancada em casa para aprender a nos respeitar! Sua insolente. - Foi a voz de minha mãe á gritar dessa vez. O Telefone devia estar no viva voz. _ Ben irá buscá-la , para o aeroporto. Esteja pronta até o meio dia... Ou as coisas ficarão muito feias pra você, abusada!

Dito isto, ela desligou a ligação me deixando fervendo de ódio. Meus olhos lacrimejávam, mas não eram de tristeza, e sim de puro ódio. Eu odiava carregar essa linhagem!

_ Isso foi.. pesado. -Storm apareceu de trás da porta com as mão dentro do casaco me assustando. Fala serio, ele ouviu tudo ? que vergonha..

_ Você realmente não sabe o significado de privacidade , não é? - Tentei falar firme, mas as lágrimas já desciam por todo meu rosto. Era só oque me faltava, demonstrar a fracote que sou na frente de Storm.

_ Ei.. você não é oque eles pensam , ok? - Ele tentou se aproximar mas parecia que algo o travava no lugar. Ele não conseguia expressar nem sequer um sorriso de apoio no rosto. Storm era tão frio que nada que ele disesse para me confortar funcionaria.

_ Por favor.. Só me deixa sair , ok? - Abri a porta deixando-o sozinho. Como ele gostava de ser.

Subi correndo até o quarto e joguei a droga das malas na cama, enfiando todas peças que eu precisaria por uma semana. Eu não fiz questão nenhuma de organizá-las. Eu só socava e socava elas dentro da mala e quando percebi , eu socava a própria mala fechada, e isso deixou sérias marcas roxas em minhas mãos.. Merda!

Eu queria sair sem que ninguém me visse e para isso, Lilian me acompanhou por um tipo de saída de emergência até o carro em que o motorista me aguardava. Eu não aguentava mais essa droga de olhar de pena que todos me lançavam.

_ Olá Sun, faremos uma boa viagem. - Ben me confortou ao pegar minhas malas e colocá-las no porta malas.

_ Eu preferiria sofrer um acidente na droga do caminho . - Ele arregalou os olhos e por cinco segundos eu ri. - Que ferisse somente a mim , É claro.. - Confortei e ele riu.










10 horas e 50 minutos depois

Los Angeles, Califórnia. 25° graus...


_ Ai meu Deus eu tinha esquecido como Los Angeles era tão quente... - Desci do avião entregando meu casaco a Livia que me esperava com um sorriso no rosto.

_ Garota se você já era branca antes... Agora que está pálida mesmo! - Livia sorriu e fomos até o carro que nos esperava. As vezes me perguntava se Livia me tratava tão bem assim pela quantidade absurda de dinheiro que meus pais pagavam á ela, ou se realmente se importava comigo..

_ E então? Como eles estão?- Perguntei a ela.

_ Pirados. A casa está totalmente decorada com os arranjos mais caros do mercado. Tudo está perfeitamente alinhado e impécavel para a noite. Menina, por favor tome cuidado... Eles estão depositando tudo em você. - Ela diz meio triste.

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