Capítulo 1

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A noite na cidade era movimentada como sempre. Cães a latir, humanos para lá e para cá e seus monstros. Era noite nevada, estava muito frio. Olhos verde salpicados de azul apareceram, como uma relva coberta de geada. Um pelo negro surgiu, tendo noção suficiente que a neve branca caía sobre seu pelo noturno sem estrelas. O felino colocou a pata direita - branca como a neve - para frente, sendo vista por um felino tricolor. O cheiro de medo inundou o seu focinho negro. Medo dele, vinha daquele gato.

A gata se sentou, balançando sua cauda como se fosse um chicote, um flagelo, ela pensou, se lembrando do pai.
O gato preto, branco e laranja-amarelo tinha uma pelagem expeça, perfeita para se proteger. Os olhos âmbar eram como um par de raios do sol.

O gato teve coragem de a encarar nos olhos, e ajeitando a cauda sobre suas pernas para se esquentar - algo que não necessitava, sendo que a pele dele era mais espeça que a de Noite e a própria nem estava com frio - e se preparou para falar, sendo inteligente de baixar a voz.

- Líder do Clã do Sangue. - o gato começou, o miado tremeu na menção do título que Noite havia recebido desde que seu pai caíra - Eu gostaria de te pedir para deixar um pouco do nosso território, ou seja, sairemos da cidade, mas ficaremos com a fazenda.

A gata o encarou, um olhar sem medo e profundo. O gato que era maior que ela se encolheu, o cheiro de medo cada vez maior.
Irritada com o medo que aquele gato emitia, ela abriu a boca e ergueu a mandíbula, as orelhas e os bigodes de mexendo para controlar a aura de raiva.

- Me surpreende um líder - ela miou, fazendo questão de marcar a última palavra - cheirar tão intensamente a medo.

O gato se encolheu mais ainda, colocando a cauda mais em volta de si. Seria muito fácil expulsá-lo de seu próprio território.

Aquele gato não tinha um pingo de coragem para encarar Noite sobre aquelas palavras. Se um gato ousasse miar as mesmas palavras dela para si mesma, ela não se importaria em sujar as garras de sangue.

- Eu te peço! - o gato estava com as orelhas baixadas - não vamos sobreviver sem aquele território

- Quem não luta não sobrevive - cantarolou Noite, o rabo erguido - você tem sorte que vou poupar sua vida por esse momento, mas na próxima vez... - a gata escura aproximou a pata branca com garras também brancas sobre o pescoço do gato. O líder daquele gato se deitou, fedendo a medo.

Noite trincou os dentes e retirou a pata do pescoço, a contendo um rosnado mais poderoso de fúria, rosnou baixinho

- Vaza.

O gato tremendo se levantou e correu em disparada. Uma armadilha pronta. Quando correu, quase foi atropelado por um monstro e um grupo de cachorros - o qual a líder fez questão de arrebanhar para lá - saíram em disparada atrás do líder medroso.

Ela se virou para trás, e um novo cheiro atingiu seu focinho. Parado ali, sobre a névoa nevada, estava um gato que cheirava a orvalho. Ele tinha uma pele branca, e os olhos profundamente negros.

- Olá Pomba - ronronou Escuridão da Noite com um toque claro de sarcasmo - pelo qual motivo viera?

O gato branco estava abaixo de uma sombra que escurecia seu pelo.

- Você sabe que eu me chamo Véus - o gato estalou a língua, e balançou o rabo como se fosse um chicote - e também, o trato era destruir esses grupos de gatos que estão nesse território.

- Pomba - ela fez questão de destacar o seu nome sobre sua língua - esse lugar é perfeito para formar o clã.

O gato continuou a encará-la, incrédulo.

A Filha de FlageloOnde histórias criam vida. Descubra agora