Pai

1.8K 124 78
                                    


Minha mãe faleceu uma semana após toda essa bagunça de sentimentos e eu fiquei ao lado dela até o fim, não foi fácil ver como ela ia ficando mais fraca a cada dia, como sua voz saia cada vez mais fraca e seus olhos se abriam cada vez menos, até que a notícia chegou até mim, ela tinha partido.
Não foi nada fácil e durante dias eu senti como se meu coração fosse explodir, nós voltamos para o Brasil e fizemos uma cerimônia para eu me despedir dela, o Felipe ficou do meu lado o máximo de tempo possível me dando todo o apoio que eu precisava naquele momento, ele me ajudou a dormir quando eu tive crises insistentes de choro, esteve ao meu lado quando eu achei que não seria capaz de continuar, e me fez sorrir quando a unica coisa que eu queria era chorar. E agora, um mês após tudo isso eu estava começando a me recuperar.

F- Você não precisa ir pra escola se não quiser, você ja vai entrar de férias e as suas notas estão otimas, pode ficar em casa se quiser -Disse o Felipe em quanto tomávamos café da manhã

Sn- Eu prefiro ir pra aula, a escola me distrai um pouco de tudo o que aconteceu -Disse me levantando da mesa

F- Você é quem decide, mas se precisar de algo é so me ligar que eu busco você -Falou ele e senti a sua preocupação pois tinha sido assim desde que minha mãe se foi, ele estava me tratando como se eu fosse uma boneca de porcelana e é claro que eu gostava da sensação de ser protegida por alguém

Sn- Pode deixar que eu ligo -Falei dando a volta na mesa e depositando um beijo na bochecha do Felipe antes de sair -Ja vou indo então... Esperai, cadê a Bruna? -Perguntei percebendo que ainda não tinha visto ela

F- Ela acordou muito enjoada e ficou mais um pouquinho na cama, coisas da gravidez -Falou ele com um sorriso bobo

Sn- Entendi... Fala que eu mandei melhoras pra ela depois, vou pra escola antes que eu me atrase mais -Falei e saí indo em direção a garagem

Felipe P.O.V (Algumas horas depois)

Após terminar de gravar alguns videos do canal fui até o quarto da minha filha para ver se ela estava bem, eu poderia estar sendo coruja demais em relação a ela mas sabia que ela ainda não tinha se recuperado totalmente e queria garantir que ela ficasse bem.
Parei em frente a porta do quarto dela e bati na porta até escutar um "Entra" e assim o fiz

F- Vim ver se você precisa de alguma coisa? -Perguntei adentrando no cômodo

Sn- Aaah... Acho que não, só estava terminando os trabalhos finais da escola pra poder entrar de férias numa boa -Disse ela que estava sentada na cadeira a frente da sua escrivaninha

F- Você com certeza vai tirar notas excelentes, eu tenho certeza. Enfim, a Bruna falou que se eu não comprar McDonald's pra ela nosso bebe vai nascer com cara de hambúrguer -Falei e ela gargalhou

Sn- Por favor eu não quero um irmãozinho ou irmãzinha com cara de hambúrguer

F- Nem eu quero isso -Falei também rindo- Estou indo no delivery comprar pra ela, você quer ir comigo?

Sn- Quero sim -Ela disse se levantando

F- Então vamos -Falei indo em direção a porta

Sn- Aah... 𝙥𝙖𝙞

Pai... Meu mundo parou exatamente naquele momento, a unica coisa que fui capaz de fazer foi me virar para ela e a fitei de olhos semi fechados para tentar entender se eu havia escutado direito

F- Vo... Você... Me chamou de... -Disse ainda sem saber quais palavras exatas usar para confirmar aquilo

Sn- Sim, não faz mais sentido eu te chamar de outro jeito, você é meu pai e tem feito tanto por mim e eu só queria agradecer por tudo isso

A filha do Felipe NetoOnde histórias criam vida. Descubra agora