Tobirama era como gelo.
Ele parecia ser esculpido da mais pura neve, branco feito os flocos de água congelada e cristalina. Seus músculos duros, detalhados como folhas finas de prata. Sua face petrificada em uma expressão séria e ao mesmo tempo charmosa e bonita. Cabelos finos e espetados como espinhos, mas que deveriam ser tão macios quanto os seus. Os olhos carmesim que fazia qualquer um estagnar no lugar com medo de ser destruído só de ele o encarar.
Ele suava, ofegava. Que visão dos deuses! Suas gotas por causa do calor desciam pela face, pelo peitoral definido, mostrando o quão mais belo era ilustre daquela forma.
Izuna o encarava como um animal. E o queria o devorar. Engoliu em seco, ainda sentado e tentando não prestar atenção à imensa ereção entre as pernas. Por sorte, sua vergonha e excitação eram cobertas por suas roupas, largas o suficiente para a disfarçar. Suas mãos foram direcionadas para a frente discretamente, tomando todo o cuidado para nenhum outro trabalhador dali ver.
Humilhação. Era o que sentia nesse instante, além da grande luxúria que percorria suas veias como um veneno dolorosamente prazeroso.
Ele é seu inimigo. Ele era seu inimigo.
Antes da construção de Konoha todos ali eram inimigos, praticamente.
Demorou tempos até Madara aceitar o acordo de paz que Hashirama tanto tentava impor sobre a situação pavorosa deles, mas já enraizada demais para mudar tão rápido. Durante anos o irmão mais velho de Izuna se martirizou e pensou, refletindo o tempo todo e tentando sobre a ideia de um mundo melhor.
Mas ainda assim, Izuna o impedia. Dizia que era besteira, nunca iriam alcançar a paz de verdade. Sempre o atrasou nessas idéias revolucionistas que Hashirama colocava na cabeça dele. Não que não achasse que realmente fossem achar paz algum dia, mas pelo menos os ânimos catastróficos de uma guerra sem sentido se amenizaram.
Um dia foi até mesmo a um casamento entre uma Senju e um Uchiha. Eles foram julgados desde sempre pelo relacionamento, mas este ainda permanecia estável. Era amigo do homem, e quando lhe perguntou o motivo de ser logo uma Senju com quem ficou em matrimônio, ele simplesmente respondeu que o amor não tinha um alvo certo, muito menos levava em consideração suas condições em relação a clãs. De acordo com ele, os clãs eram apenas sobrenomes e rótulos que às vezes vinha com brinde como o Sharingan.
No momento, só aceitou que o amigo tinha enlouquecido. A Senju deveria tê-lo enfeitiçado, mas não é como se fosse se meter. Ele parecia feliz ao menos.
Dizia a si mesmo desde muito tempo atrás que nunca teria a mínima relação com nenhum Senju. Nem mesmo uma amizade como a de Hashirama e Madara.
E agora, pagava com a língua.
Seu rosto queimava em humilhação própria. O encarava descaradamente, ao menos ele não o via, então era menos vergonhoso. Tobirama estralou os dedos ao deixar mais uma das grandes tábuas de madeira sobre a pilha enorme delas, o cenho franzido com o calor e esforço.
Ele estava trabalhando junto de outros operários na construção da academia ninja que ele mesmo trabalhou e começou. Nunca viu ele tão ansioso para dar alguma ideia ao conselho, e teve a sensação do coração pulsar em seu peito quando viu o mínimo sorriso e a face tranquila quando tal ideia foi aprovada.
Fechou os olhos com força, tentando se acalmar internamente, querendo esfriar o corpo e acabar com o sofrimento que era a dor do prazer entre suas pernas. Um prazer que apontava diretamente para o albino.
— Izuna.
As pálpebras subiram quando ouviu o chamado sério. Ele o olhava da mesma forma, com uma pitada de confusão sobre os olhos escarlates.
— O que faz aqui?
Pigarreou, fazendo a melhor máscara de indiferença que conseguia no momento.
— Hashirama pediu para te chamar para a sala do Hokage, quer falar algo com você.
E quando o albino começou a caminhar em sua direção, a máscara trincou. Antes mesmo de pensar direto, já passava os olhos pelo abdômen definido, a marca da virilha formada com um perfeito V. Queria ver o que tinha mais abaixo dali.
Quando se deu conta, ele estava na sua frente, o olhando de cima por ser mais alto e próximo demais para sua sanidade.
— O que ele quer?
Ele só poderia estar fazendo isso de propósito. Era alguma provocação ser encarado tão intensamente como agora? Ele estava brincando com sua pessoa.
— Não sei — disse em um sussurro impensado, mas logo se recompôs — Ele somente me falou que era confidencial.
Como eu quero...
— Tudo bem, vou ver o que ele quer — e saiu
...sentar em você.
×××
Estava louco. Completamente louco.
Entrou na casa própria como se tivesse visto o bicho papão, pálido como papel. Retirou os sapatos com pressa ao deixá-los sobre o tapete de entrada, e andou veloz até o banheiro. Se olhou no espelho de corpo inteiro, não conseguindo ficar satisfeito com sua aparência deprimente de agora.
Foi até o vaso sanitário, se sentando sobre o mesmo e enfiando a mão nas calças, sentindo o próprio volume por baixo das roupas íntimas. Não aguentaria mais, precisava de livrar daquela sensação horrível que era se conter, precisava se aliviar e tirar toda aquela carga que sua mente carregava mesmo que fosse só por um segundo.
Se levantou somente para tirar as roupas e ficou totalmente nu quando se sentou novamente, apertando o pênis duro entre os dedos, enquanto fechava os olhos e visualizava Tobirama sobre si, ofegante, vermelho e se movendo rápido, com intensidade. Gemeu baixo enquanto lambia os próprios dedos da mão livre, apoiando uma das pernas na pia ao lado, logo levando os dígitos até o meio de sua bunda.
Suava como um porco, seu rosto franzido e vermelho em um prazer condenado enquanto se dedava pensando no antigo rival.
Era execrável tal situação. Ele foi seu inimigo, um homem que quase o matou muitas vezes e já fez o mesmo com ele. Tentavam se matar na guerra, sem nenhuma dó. Não eram como Madara e Hashirama, não tinham o menor histórico de afeto um pelo outro. E mesmo assim, seu coração batia rápido quando o via e sua libido se acendia intensamente como uma brasa eterna e dolorosa.
Não é como se fosse assim desde o início. Fazem dois anos desde que Konoha se confirmou, dois anos que começou a morar ali e dois anos que começou a olhar Tobirama com outros olhos. No começo foi horrível, os dois não podiam permanecer no mesmo lugar senão ficariam no mínimo trocando farpas até um partir pra cima do outro. Os irmãos até tentaram amenizar a situação, mas desistiram depois de um tempo.
Mas ao ver seu irmão chateado, Izuna cedeu. Madara não gostava que agisse assim, ele realmente queria a paz desde sempre, e Izuna fazendo exatamente o contrário, brigando e xingando os Senju's por onde passava, principalmente Tobirama o deixava aborrecido e amuado. Então tentou deixar sua antiga rivalidade de lado junto da raiva e não irritava mais tanto o albino; ele também parou depois de um tempo.
Depois disso começou a o admirar, de longe claro. Não correria o risco de ele saber que tinha ou sentia algo relacionado a ele, mesmo que soubesse que ele era inteligente o suficiente para compreender assim que o encarasse nos olhos.
E continuou a se masturbar, e quando seus dedos chegaram ao fundo, atingindo o limite, gemeu o nome dele, e sabia que sentiria raiva de si próprio depois daquilo mas continuou o chamando baixo. Queria que ele o pegasse, o encuralasse contra a parede, o tomasse como se fosse dele. Queria tudo dele e queria dar tudo para ele.
Jogou a cabeça para trás quando o limiar veio, o atingindo como um caminhão quando gozou intensamente contra a própria mão e a parede. As pernas falharam por um tempo, e só depois de alguns segundos tomou coragem para levantar e tomar banho.
Quando terminou, limpou a parede e o chão que acabou por sujar e foi até o próprio quarto, deitando sobre o futon e olhando o teto com culpa do próprio ser, mas não se arrependia de qualquer jeito.
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Strange Love
FanfictionOnde todos veem o quanto eles se odeiam... ou não. História original de @_rayhxx Personagens de autoria de Masashi Kishimoto Fanart: limited_karo on Twitter