Prólogo

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Eu sempre fui uma criança muito desprezada pelos pais! Eu me lembro que quando eu tinha oito anos, a minha mãe levava uns "amigos" dela bem velhos e muitos deles ficavam me olhando de cima abaixo com um olhar malicioso. Confesso que aquilo me dava bastante medo, e sempre que eu ia contar pro meu pai o que estava acontecendo, ele sempre acreditava na minha mãe ao invés de acreditar em mim, e ali acontecia mais uma vez a "noite do terror" como eu costumava chamar.

Quando eu completei doze anos, me lembro de uma palavra que minha mãe sempre me dizia e agora eu posso comprovar que ela sempre esteve certa. Ela sempre me falou que o amor não existe e que as pessoas só queriam nos usar como um instrumento de prazer e que devemos usar eles também a favor da gente.

Eu não era e nem pretendia ser garota de programa, mas depois que minha mãe me vendeu para um dos seus "amigos" quando eu tinha quinze anos, aquilo foi muito duro pra mim. Decidi sair de casa e procurar um emprego. Como eu não estava achando emprego em lugar nenhum, decidi trabalhar em uma boate que estava precisando de garotas para trabalhar de pole dance. Eu não queria aceitar de imediato, mas era isso ou eu morria de fome, e aqui estou eu, a mais de dez anos trabalhando nessa boate e esperando que algum dia eu consiga minha liberdade para enfim sair daqui.

O Alejandro que é o dono dessa boate, ele sempre me diz que nunca vai deixar eu sair daqui, pois os homens só vem nessa boate para me ver e eles pagam uma fortuna para transar comigo. Vocês devem imaginar como eu fico mal, não é mesmo? E o pior disso tudo é que dessa fortuna que eles pagam por mim, eu só vejo 5% desse dinheiro, pois os 95%, fica todo pro Alejandro. Isso não é justo! Mas o que eu posso fazer se eu sou uma mísera garota de programa?

A cinco anos atrás, eu conheci nessa boate minhas duas melhores amigas, a Stefany e a Raquel. Elas são bastante maluquinhas, mas é por elas que eu ainda não cometi algum crime contra o Alejandro, pois já me veio várias vezes na cabeça de mim matar ele quando o mesmo estiver dormindo, mas não! Se eu fizer isso é o meu fim e o fim da minha filha.

Sim, eu tenho uma filha de seis anos! Tive ela quando eu tinha dezenove anos. Fui abusada pelo Alejandro e consequências disso, nasceu a Ana Luíza. Eu nunca contei pro Alejandro que a menina era dele, pois eu sabia que se eu fizesse isso, ele matava minha filha. Como eu não posso tomar conta dela, eu pedi para minha avó cuidar dela, até eu tentar fugir daqui, por que eu ainda tenho esperanças de que um dia vou sair daqui. Não sei como, mas eu tenho certeza disso!

Uma Prostituta Em Minha Vida - ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora