Capítulo 3

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Hinata havia descido a escada encaracolada a passos largos, deixando as mulheres para trás. Quando adentrou o hall, Madara já voltava tranquilamente.

Ela pôde ouvir os gritos do irmão, mas estes foram abafados pelas portas de madeira que se fecharam em um baque.

— Ele...

— Ele ficará vivo se deixar minha colina.

— Certo. Ele partirá, tenho certeza.

— Quanto a você, bela Hinata, talvez possamos começar a nos conhecer. — Sorriu lascivamente.

A moça sentiu a enorme atração que o demônio possuía, que lhe causava certo fascínio e atiçava seu desejo. Mas a parte racional a fazia ter repulsa por aquele ser das trevas.

Estava pensando em como se livrar do que poderia acontecer entre eles quando Madara rosnou repentinamente.

— Acabo de me lembrar que minhas esposas desobedeceram minhas ordens. Tenho que dar a devida atenção a este assunto, minha bela. Vou mostrá-la os seus aposentos e poderá dormir esta noite. Nos veremos de novo no próximo pôr do sol.

Hinata concordou em silêncio, agradecendo aos céus pela chance de adiar o que sabia ser inevitável. Se pudesse, adiaria por toda eternidade.

Ela foi levada até um quarto frio e empoeirado como o resto do castelo. Madara a deixou, desejando bons sonhos, pomposo como um verdadeiro lorde.

— Se não fosse o próprio diabo... — resmungou sozinha quando fechou a porta.

Ainda não tinha entendido exatamente o que acabara de fazer. Um acordo em que entregaria sua vida e sua liberdade a um monstro. Quando a realidade lhe atingiu, lágrimas caíram por seu rosto.

Entretanto, gritos histéricos e vozes femininas pedindo piedade lhe assustaram, fazendo-a esquecer seu problema por um momento.

"Céus, o que ele está fazendo? Está machucando elas?!", questionou-se horrorizada. Imaginou que aquilo poderia acontecer consigo e decidiu que faria tudo para minimizar seu infortúnio. Mesmo que isso talvez significasse deitar-se com o Conde.

[...]

Neji se arrastou pela estrada de terra até chegar às portas da igreja. A Madre esperava pelos Hyuuga visivelmente preocupada.

— Neji! O que houve?! Onde está Hinata?

— Ma-Madre. Ela... Ela foi raptada.

— O que está dizendo?

— Nós fomos ao castelo... O demônio... Ele a pegou.

— O que está havendo? — o Cardeal perguntou ao ver o estado do rapaz.

Neji repetiu a história como se lembrava, assustado e dolorido. Seus ferimentos ardiam e ele sentia uma sede descomunal.

O Cardeal e a Madre ouviram atentos. Eles sabiam que aquilo era real, mas o fato de Neji ter sobrevivido levantava suspeitas. Ninguém voltava de um passeio noturno. Ainda mais no castelo.

Decidido, o Cardeal proferiu uma sentença:

— Neji Hyuuga, filho do velho carpinteiro, o bondoso e devoto Hiashi, eu o condeno a prisão pelo assassinato de sua irmã, a gentil Hinata.

— O quê?! — questionou incrédulo. — Eu não a matei! Sabe disso!

— Se fosse obra do demônio, nem você teria sobrevivido. Prendam-no.

Neji não tinha notado guardas ao seu redor. Ele foi arrastado até as masmorras no subsolo da igreja.

— Espero que pense em suas atitudes — o velho clérigo disse. — E que Deus tenha piedade de sua alma!

The Beauty and the BeastOnde histórias criam vida. Descubra agora