amor correspondido? pt2

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-- Terminamos. - ele fala, me tirando de meus pensamentos. - A não ser que você queira continuar.

-- Não, já fizemos muita coisa hoje, podemos continuar outro dia. - sorrio, fechando meu caderno.

-- Vamos terminar tudo até semana que vem, depois disso... - ele para de falar um pouco, coça sua nuca e.. fica tímido. - Amanhã você tá livre?

-- Sim, além da escola, não tenho mais nada programado pra amanhã. Por que?

-- Eu.. queria saber se você quer..

Por que ele tá tão nervoso? Geralmente, eu que fico nervoso e tímido perto dele, porque... bem, eu não tenho certeza, mas queria descobrir logo o que estou sentindo.

-- Quer ir ao cinema comigo? - fala rápido de uma vez, me assustando de certa forma.

Meu coração disparou quando ele fez a pergunta, senti frio na barriga, mas consegui responder.

-- Claro. - dou um leve sorriso.

Nem acredito, acabei de receber um convide pra ir ao cinema com ele. Eu tô feliz, mas também tô um pouco nervoso, talvez seja porque eu nunca recebi um convite de um garoto.

-- A gente se encontra no cinema ou eu vou na sua casa? - pergunta.

-- Pode ir na minha casa. - falo olhando pra os lados, me levantando da cadeira. - Acho melhor eu ir agora, já tá ficando tarde.

-- Nossa, eu nem vi anoitecer. - olha a janela, depois volta a me olhar. - Então, a gente se vê amanhã.

-- Com certeza.

Saio da casa dele e volto pra minha, e no caminho, estive pensando em como eu posso me divertir amanhã com ele. Não sei, mas desde que eu o vi, senti algo estranho, mas não sei bem o que. Quando cheguei em casa, liguei pra Marinette, com uma pequena dúvida.

-- Eu só liguei pra você porque é a única que não riria de mim se eu dissesse algo assim. - falo.

-- Pode contar comigo pra o que for. Pode falar, sem medo.

-- Então, desde que comecei a fazer os comics com o Nathaniel, eu me sinto meio.. - deixo escapar um sorriso bobo.

-- Eh, Marc? Tá tudo bem? - ela sorri.

-- Eu não tenho certeza Marinette, mas acho que... eu tô sentindo algo por ele.

-- Você gosta do Nathaniel mesmo? - ela acaba se empolgando.

Bom, todo mundo conhece a Marinette.

-- Mas isso é incrível, eu sempre shippei vocês. Eh.. quer dizer, que bom que gosta dele, ele é um sortudo em ter alguém como você pra gostar dele. - ela ri pra ela mesma.

-- Eu não tenho certeza se gosto mesmo dele, então.. queria um conselho seu.

-- Bem, não sou a pessoa mais indicada pra dar conselhos desse tipo, mas aí vai. Pense nele com carinho, mas não tire conclusões precipitadas, escute seu coração e vai saber se gosta dele ou não.

-- Puxa, obrigado. - sorrio. - Você tem certeza que gosta do Adrien, né? - sorrio mais.

-- Que?! Eh.. como você sabe? - fala baixo. - Digo, claro, somos ótimos amigos.

-- Sei que um dia você consegue. - pisco.

Acho que eu devo fazer isso, não vou ser apressado e vou pensar melhor nele, tentar pensar diferente. Mas eu sinto frio na barriga quando a gente se encontra, tenho medo de falar algo de errado, meu coração dispara, e eu fico corado. Talvez eu realmente goste dele, mas talvez isso seja coisa da minha cabeça ou só passageiro, afinal, eu nem sei se ele também é... bem, não sei dizer se ele é gay ou bi. Quer saber? Acho que é coisa da minha cabeça, acabei de lembrar que ele já gostou da Marinette, então ele só gosta de garotas. Isso tá certo, eu nunca vou me apaixonar por alguém que me corresponda.

~

O dia amanheceu nublado, parecia que o céu não queria sorrir. Desço pra tomar café, me arrumo e vou pra escola. Eu continuo pensando naquilo, de tentar me apaixonar por ele, mas ainda tenho minhas dúvidas, não sei se vai dar certo ou se vai durar.

...

Tivemos que voltar todos pra casa por segurança, tinha um vilão a solta e o melhor era ficar em casa. Ou quase isso, já que não deu tempo de sair da escola.
-- Vem comigo. - não vi quem puxou meu braço pra um canto afastado de tudo e todos, mas reconheci a voz. - Vamos ficar seguros aqui.

-- Nathaniel, por que me trouxe pra cá? - pergunto com medo, medo do caos que está lá fora.

-- Não daria tempo de irmos pra casa, o vilão pegaria a gente - põe as mãos em meus ombros. - E eu não quero que você seja vítima.

Sorri ao ouvir isso.

Ouvimos um barulho estranho, e com o susto, deixei escapar um pequeno grito. Tampei a boca com rapidez, mas alguém estava vindo em nossa direção. Ele pegou meu braço e correu comigo até.. um corredor de armários. Ele entrou em um deles, eu tropecei e acabei caindo nos braços dele, fazendo meu rosto esquentar e meu coração acelerar.

-- Quem está aí? - ouvimos uma voz feminina falar, ela parecia zangada ou algo assim. Deve ser a vilã.

Eu estava com medo, e pra prevenir, eu mesmo ia tampar minha boca de novo pra não gritar, mas ele foi mais rápido. Dentro do armário estava escuro, não dava pra eu ver ele direito, mas conseguia sentir sua respiração contra a minha, ele estava muito próximo ao meu rosto. Isso me deixou mais nervoso ainda.

-- Aí esquentadinha - era a voz do Cat Noir. - O que você tem contra um arzinho fresco?

-- Não é hora de piadas, Cat Noir. - agora era a Ladybug.

-- Eu duvido que consigam me pegar.

Eles saíram de lá, e agora que eu percebi, estava esquentando muito.

-- Acho melhor a gente se separar, tá muito quente. - falo.

-- Não - fala meio alto, mas abaixa o tom de voz. - Eh.. fica aqui, não quero ficar sozinho com toda a confusão.

-- Mas...

-- Marc - pega minhas mãos. - Tá muito perigoso sair agora mesmo que seja só pra trocar de armário, se alguma coisa acontecer com você, eu nunca me perdoaria. Por favor, fica aqui.

-- Tá bom. - suspiro sorrindo.

Eu não podia ver sua expressão agora, mas acho que ele estava sorrindo também.

-- Nathaniel, pode não ficar tão perto assim? - falo. - É que tá muito quente aqui. Não sei se é o poder da akumatizada ou.. porque estamos muito perto um do outro.

-- Eh... talvez seja os dois.

Sinto suas mãos tocarem meus ombros, e eu acabo o segurando firme, parece que ele caiu em mim. O calor deve estar tanto, ele deve ter desmaiado. Sei que a Ladybug vai fazer tudo voltar ao normal.

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Continua...

°•meus contos Marcniel•°Onde histórias criam vida. Descubra agora