Aborto

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- Mia Narrando -

Eu estava amando a presença dos meus pais, saímos juntos, aproveitamos a cidade mas hoje eu exigi que eles tirassem o dia para eles. Afinal, Paris é uma cidade muita romântica e eles merecem uma pequena lua de mel. A conversa que eu tinha tido com a minha mãe ainda estava na minha cabeça, hoje de manhã eu liguei pra farmácia e fiz o pedido do teste de gravidez. Fiz os três e pro meu desespero os três deram positivo. Trabalhei bem mecanicamente e não falei com ninguém, quando acabou fui pro estacionamento e fiquei esperando o Edi aparecer.

- O que tá pegando? - Júnior perguntou se aproximando e eu me assustei

- Garoto - falei colocando a mão no peito - Só estou cansada

- Eu te conheço o suficiente pra saber que não é só isso - falou sério

- Podemos conversar depois? - perguntei baixo

- O uruguaio te fez alguma coisa? - perguntou sério

- Não, nós tivemos um pequeno desentendimento mas não é sobre isso - falei e ele assentiu

- Certeza? - perguntou desconfiado

- Confia em mim, Júnior - falei e ele me abraçou

- Sabe que eu sempre vou estar aqui, né? - perguntou beijando minha cabeça

- Eu sei, Juninho - falei quando ele me soltou

- Preciso ir, o Davi chega hoje com minha mãe - falou sorrindo

- Vai lá - falei e ele se despediu, me encostei no carro que estava ao lado do carro do Edi e esperando o mesmo, fiquei olhando minha aliança e brincando com a mesma. Eu estava com tanto medo da reação dele que se eu pudesse nem contaria mas ele tem todo o direito de saber mesmo se fosse uma desconfiança boba

- Oi - escutei a voz dele e vi o mesmo encostado no carro dele

- Oi - falei baixo - Podemos conversar?

- Podemos - falou me observando

- Não aqui - falei olhando em volta - Pode ser lá em casa?

- Claro - falou destravando o alarme do carro e abriu a porta pra mim

- Obrigada - sorri de lado e entrei

Fomos o caminho todo em silêncio, no rádio tocava uma música baixinha e eu estava quase pegando no sono quando ele me chamou, já estávamos no estacionamento do meu prédio. Subimos em silêncio e assim que eu entrei deixei a minha bolsa no sofá e joguei a chave na mesinha.

- Eu só vou tomar um banho - falei olhando pra ele

- Tá fugindo de mim? - perguntou confuso

- Não - falei baixo - Eu realmente preciso de um banho

- Ta bom - falou se sentando no sofá

Eu realmente não estava fugindo dele, eu estava começando a ficar enjoada e só queria tomar um banho pra passar o mal estar. Passei na cozinha e tomei um remédio pra enjôo que minha mãe liberou  e fui pro quarto, peguei uma roupa de ficar em casa e entrei no banheiro. Quando eu já estava bem relaxada saí do box, me sequei e me vesti, fiz um coque no cabelo e abri a porta do banheiro dando de cara com o Edi sentado na minha cama assistindo tv.

- Ok, estamos nos tratando como dois estranhos e isso já passou do limite - começou a falar e eu tentei interromper

- Edi - falei mas ele não deixou eu continuar

- Eu me irritei, você se irritou e depois eu percebi que você devia estar muito confusa ao ponto de não me contar, né? - falou e eu assenti - Eu não deveria ter me irritado mas eu quero que você saiba que estamos juntos pra tudo

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