Cap 12

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Narrado por William

Acordo numa floresta que conheço, meu lugar secreto/especial, já estava anoitecendo. Uso este lugar pra pensar ou descarregar a raiva:

Eu: Arghhhhhh!- Grito de raiva

Eu sei que eu não mereço o Alex e mereço o que ele fez comigo, afinal de contas eu fiz coisas horríveis com ele.
Mas dói muito, eu pensei que finalmente a gente iria pelo menos ter uma boa relação mas eu talvez só signifiquei um prêmio pra ele, um plano de vingança.

Meu nome é William Verlon e sou o alfa da minha alcateia. Não sou perfeito, muito pelo contrário, tenho vários defeitos. O que acaba de acontecer com o Alex só prova que eu não sou digno de ser amado, meu pai deixou isso bem claro inúmeras vezes. Ele sempre tratou o Ryan melhor, seu filho bastardo. Nada contra, eu amo o Ryan e ele é meu irmão de sangue e por escolha, mas quando somos crianças tem sempre aquela inveja de amor dos nossos pais e também o questionamento de porquê não somos amados da mesma forma.

Desde que nasci fui diagnosticado com uma doença rara,parecida com a licantropia(porém eu não me sentia um lobo apenas tinha características),uma doença degenerativa, eu era incrivelmente peludo pra minha idade, meus dentes começaram a ficar afiados, mas até a ausência física da minha mãe nunca havia se manifestado, eu apenas a tinha no organismo mas não tinha sintomas drásticos. Os sintomas vieram a alta velocidade quando nosso pai foi nos buscar e fomos viver com ele, o tratamento dele para comigo se mantinha o mesmo. Ele estava toda hora a dizer que eu era igual a minha mãe, desastrado, um filho da puta, traiçoeiro, me culpava pela morte da minha mãe e isso fez com que um certo dia eu fugisse de casa. Era um dia chuvoso. A casa do nosso pai era numa colina alta(o que sempre achei estranho) e pra chegar a cidade tinha que passar por uma floresta e o caminho era longo. Algures pela floresta, era noite e estava chovendo, o chão estava escorregadio e eu ouvi um barulho, com certeza aquilo me alertou porque podia ser algum predador, fiquei com mais medo quando vi algo enorme e preto vindo na minha direção, tentei correr mas o chão não ajudava, cheguei próximo de um penhasco/cascata que ia dar no rio/lago lá de baixo mas fiquei com medo de saltar, porque podia morrer, podia ter animais na água que podiam me devorar, estava escuro não dava pra ver nada, quando vi a coisa que parecia uma mistura urso e lobo, decidi saltar, preferi morrer na água do que devorado mas antes de saltar tropecei no chão que escorregava por causa da chuva a coisa mordeu-me na perna , foi uma dor infernal mas eu não queria morrer devorado ao poucos então me levantei com tanta dor e tanto custo e me joguei. Caí na água numa boa posição graças a Deus mas perdi os sentido e desmaiei.

Acordei pela manhã muito cedo mesmo, o dia ainda estava a nascer , em terra já, todo húmido e sujo de areia, olhei pra minha perna no local onde tinha provavelmente a mordida do animal e onde senti uma dor imensa e não havia nada. Pensei que estava a ficar louco, eu me sentia muito bem, única prova era o fato de eu estar molhado e com areia no corpo. Sentia-me forte, estranhamente forte. Conseguia sentir cheiro de tudo e o som da natureza, água, animais estava mais alto. Levantei e decidi voltar pra casa. Entrei em casa sem fazer barulho e a ir pra o meu quarto vi que na sala, meu pai parecia estar discutindo com alguém, um homem que estava completamente pelado e estava vestindo a roupa, ele me olhou e eu conhecia aquele olhar de algum lado mas no momento só pensei que fosse alguém que estava tendo relações com o meu pai e deixei passar.

Fui e dormi, acordei e fui ver como o Ryan estava porque diferente de mim, o Ryan sempre manifestou sintomas da mesma doença mas ele era bem doente mesmo, minha mãe acreditava que a doença era da família do meu pai e fazia sentido porque eu e o meu irmão somos de mães diferentes mas temos a mesma doença que é raro duas pessoas da mesma família e mesma geração terem ( irmãos ou primos). Passou uma semana e a cada dia que passava, minha visão melhorava assim como minha audição e meu olfato, esse últimos dois chegavam a ser irritantes porque eu podia ouvir qualquer som e sentir até coisas que outras pessoas não conseguiam. No oitavo dia, era uma noite de lua cheia, nessas noites nosso pai nunca estava em casa, sentado no quarto do Ryan com ele jogando alguma coisa, começo a sentir meu corpo estranho, uma dor mas que não é dor, é difícil explicar. Sinto meu dentes ficarem afiados e crescerem, minhas unhas ficaram enormes e acastanhadas meus pelos começaram a aumentar e minha visão ficou estranha. Olho pra o Ryan e vejo ele me olhando apavorado. A coisa que sinto tenta me controlar pra eu fazer mal meu irmão mas apenas sinto minhas unhas penetrarem seu pescoço e eu fujo deixando ele ali escorrendo de sangue no sofá morrendo, nos seus últimos suspiros. Aquela semana foi a pior da minha vida.

A Cidade Misteriosa (Romance Gay/Sobrenatural)Onde histórias criam vida. Descubra agora