Pós-jogo

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Falemos sobre o presente.

Logo após a festa no gramado, Hernán Crespo foi para a coletiva pós-título. No meio dela, jogadores do São Paulo apareceram para comemorar, dando o tradicional banho de galo no técnico são-paulino. Estavam todos radiantes. Grande parte do elenco havia perdido o Brasileirão na temporada passada, e esse título amenizava um pouco a culpa que sentiam.

Na coletiva de Abel Ferreira, o português declarou que o São Paulo não foi superior ao Palmeiras em nada, o que gerou polêmica.

Aliás, tudo que Abel falava gerava polêmica. Ok, às vezes o técnico passava dos limites, mas em grande parte do tempo parecia mais uma perseguição da imprensa.

Enquanto isso, Crespo era adorado por eles.

Como já destacado várias vezes, ele era diferente de Abel, e o que não faltava era comparação entre os dois. Comparação essa que certamente aumentaria após o título do Tricolor.

Na volta pra casa, Abel acabou trombando com Luciano no trânsito. Ah, pronto! “Manda um salve aí, Abel!”. Era o que o artilheiro e outras pessoas falavam para o português de dentro do carro. O momento foi registrado e, claro, repercutiu pelas redes sociais.

Ao chegar em seu apartamento, o treinador tomou um banho longo e gelado. Precisava esfriar a cabeça, literalmente. Decidiu ler um livro para ocupar a mente, já que sabia que qualquer contato com TV ou internet o deixaria mais puto do que já estava. Ele conseguia imaginar a chuva de críticas à ele e a babação de ovo pra cima do Crespo. Nenhum dos dois havia feito nada demais pra viver nesses extremos, pensava ele.

Hernán foi direto pro chuveiro logo que chegou em seu AP. Estava todo suado e molhado, acabara de viver um dias mais intensos de sua vida. E olha que ele já viveu muito.

Assim que saiu do banho, enrolou uma toalha na cintura e decidiu beber um vinho. Ele merecia.

Algum tempo depois, ouviu tocarem a campanhia.

O argentino deixou a taça em cima da mesa e olhou para o relógio. Já era tarde, quem poderia ser?

Sem se tocar que estava apenas de toalha, foi até a porta. Quando abriu, franziu as sobrancelhas.

– Desgraçado. – Abel disse e entrou no apartamento já beijando Crespo, fechando a porta em seguida. O ex-atacante não sabia como reagir, mas deixou Abel o guiar. O português empurrou Hernán no sofá e sentou em seu colo, voltando a beijá-lo com vontade.

Imagine como seria se o mundo soubesse do que estava acontecendo naquele condomínio da Barra Funda. O técnico do Palmeiras e o técnico do São Paulo. Se pegando. E logo após a final do Paulistão. Imaginou? Bom, eles não, tanto que continuaram e sem intenção de parar.

Abel já podia sentir a ereção de Crespo e, pra provocar, começou a rebolar no colo do mais velho. Crespo suspirou, levando suas mãos até a bunda de Abel e apertando. Quando faltou ar, os dois se afastaram. O argentino fechou os olhos e tombou a cabeça pra trás, ainda com a respiração falha.

O treinador português saiu de seu colo, se ajoelhou em sua frente e tirou a toalha que cobria o membro já duro do outro. Crespo engasgou de susto ao sentir a língua quente de Abel envolver sua glande, chupando com vontade e aumentando o ritmo cada vez que ouvia os suspiros e gemidos de Hernán.

Com seus dedos enrolados nos cabelos de Abel, Crespo o empurrou com força, fazendo-o engolir toda sua ereção.

Abel continuou no ritmo até sentir o líquido quente contra sua garganta, engolindo tudo. Ainda com as mãos nos cabelos morenos, o argentino o trouxe pra perto dele, voltando a beijá-lo.

– O que a gente tá fazendo? – Crespo sussurou.

– Não sei. – Abel sussurrou de volta e o beijou novamente. – Que raiva de você. – Beijou mais uma vez. – Canalha.

Crespo não entendia os xingamentos ao mesmo tempo que ele estava o beijando, logo pegou a toalha e se cobriu de novo. Abel levantou e ficou por alguns segundos parado até se dirigir a porta. Estava trêmulo. Hernán foi atrás.

– Ei. – Segurou Abel pelo braço e o fez virar para si. – Então meu time não foi superior ao seu em nada, hm? – Sorriu de lado e viu Abel revirar os olhos.

– Parabéns pelo título. – Sorriu fraco e o encarou. – Você merece.

O olhar de Crespo paralisava Abel. Era estranho e diferente. Ele nem ao mesmo se esforçava e conseguia mexer com o português daquele jeito.

– Obrigado. – Crespo falou baixo e puxou Abel para um breve abraço, que terminou em um selinho.

O técnico alviverde foi embora, mas sua presença ainda era sentida por Hernán. Naquele momento, ele só queria dormir e fingir que nada aconteceu - como sempre.

Mas era impossível.

Impossível.

Entre Rivais - Hernán Crespo & Abel Ferreira Onde histórias criam vida. Descubra agora