1 : O começo de tudo

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" ESSA HISTÓRIA SE PASSA DEPOIS DE MILHÕES DE ANOS APÓS UMA GUERRA ENTRE OS DEUSES DO OLIMPO ONDE ALGUNS SUMIRAM OUTROS MORRERAM PORÉM MUITOS TIVERAM FILHOS E UM DELES ESTÁ DESTINADO A SALVAR OU A DESTRUIR A VIDA DOS DEUSES"
(BARULHO DE DESPERTADOR)

O som agudo do despertador ecoou no quarto silencioso, arrancando Umi de um sono inquieto. Ele se espreguiçou, sentindo a familiar sensação de tédio que sempre o acompanhava nas manhãs de escola.

— Hmmm... Hoje é um ótimo dia para ir ao inferno... — murmurou com sarcasmo, enquanto se levantava da cama. Seus cabelos curtos e azuis despenteados caíam sobre os olhos de tom igualmente azulado.

A rotina matinal seguiu sem surpresas. Umi rapidamente se vestiu e calçou os sapatos, pronto para encarar mais um dia comum. Quando estava prestes a sair pela porta, sua mãe apareceu, sua expressão séria e os olhos cheios de algo que Umi não conseguia identificar.

— Boa sorte, filho — disse ela, a voz carregando mais do que simples votos de um bom dia. — Não é todo dia que se começa o ensino médio. E... controle-se.

Umi sorriu, ignorando o peso das palavras dela.

— Tchau, mãe. Te amo. Até depois.

Quando ele saiu, sua mãe ficou ali, olhando para a porta fechada, seus pensamentos pesados.

— Queria que ele soubesse quem ele realmente é... — sussurrou ela para o vazio.

No caminho para a escola, Umi caminhava tranquilamente pela beira da praia, quando algo chamou sua atenção. Um pouco adiante, uma garota loira de olhos azuis era importunada por um homem corpulento, que balançava desajeitadamente uma garrafa de cerveja na mão.

— Haha! Que garotinha bonita... Por que não vem aqui me dar um beijinho? — disse o homem, a voz arrastada e intoxicada.

— Você é idiota ou o quê? Me deixe em paz! — retrucou a garota, a voz carregada de desprezo.

— Como é? — o homem avançou um passo, furioso.

— Você é surdo?! — A loira não recuou.

Sem pensar duas vezes, o homem tentou desferir um soco contra a garota, mas antes que pudesse completar o movimento, sua mão foi parada no ar por Umi, que se aproximara silenciosamente.

— Não ouviu a moça? Ela pediu para você deixá-la em paz — disse Umi, sua voz calma, mas firme.

No mesmo instante, a garrafa na mão do homem se estilhaçou misteriosamente, e ele recuou, perplexo.

— Saia daqui e nunca mais incomode essa garota — ordenou Umi, seu olhar sério penetrando o bêbado.

A expressão do homem mudou para puro terror, e ele saiu correndo sem olhar para trás. Não muito longe dali, uma sombra humana observava a cena com um sorriso maligno e uma risada sombria.

— Hahaha... Está na hora...

De volta à praia, a garota loira se aproximou de Umi, visivelmente aliviada.

— Obrigada pela ajuda — disse ela, tentando manter a compostura.

— Não foi nada. Só fiz o que precisava ser feito.

— Você está indo para algum lugar? — perguntou a garota, curiosa.

— Sim, para a escola... mas não sei exatamente como chegar lá.

— Qual o nome da escola? Talvez eu conheça.

— Escola Kamigami.

— Que coincidência! Eu estudo lá. — Ela estreitou os olhos, avaliando-o. Então, ele é filho de um deus... Mas de qual?

— Quer ir comigo? Eu conheço o caminho — ofereceu.

— Claro! Por que não? Muito obrigado.

Enquanto caminhavam lado a lado por uma calçada pouco movimentada, a garota, Chisei, não conseguia segurar a curiosidade.

— Umi, como você foi parar na minha escola? — perguntou, tentando parecer casual.

— Minha mãe disse que quando eu fizesse 16, deveria ir para essa escola.

— E você sabe que tipo de alunos estudam lá?

— Não... você poderia me dizer?

Chisei hesitou por um momento, como se avaliasse o quanto deveria revelar.

— Filhos de de...

Antes que pudesse terminar, um homem maltrapilho com roupas rasgadas e rosto sujo os interrompeu, aparecendo do nada.

— Ora, ora... Não pude deixar de ouvir a conversa de vocês. Estudam na Escola Kamigami, não é?

Chisei o reconheceu imediatamente.

— Ei, você não é o...

Umi a interrompeu.

— Sim, estudamos lá. E você é?

O homem sorriu, um sorriso perturbador.

— Sou Kenta. E vou levar vocês até a escola.

Umi franziu o cenho, desconfiado.

— Como?

Antes que pudesse obter uma resposta, Kenta bateu seu cetro dourado no chão, criando um círculo mágico que os envolveu. Em um piscar de olhos, foram transportados para um enorme colégio, imponente e cheio de uma energia antiga. A placa à frente dizia "Escola Kamigami".

— Uau... — disse Umi, impressionado com a grandiosidade do lugar.

Antes que pudesse absorver tudo, ele esbarrou em um garoto de cabelos negros e espetados, com olhos vermelhos ardentes.

— Ei! Olha por onde anda! — gritou o garoto, empurrando Umi.

Chisei rapidamente se posicionou entre os dois.

— Deixa ele em paz, Buki.

O garoto, Buki, sorriu de forma provocadora.

— Ora, ora... Se não é a filha daquela covarde da...

— Não ouse chamar minha mãe de covarde! — gritou Chisei, os olhos brilhando de raiva.

— Ah, é? E o que vai fazer? Me bater? — Buki riu, colocando a mão no ombro de Chisei, provocando-a.

Antes que a situação piorasse, Umi se interpôs.

— Não, quem vai te dar uma surra sou eu! — disse Umi, com uma fúria que não sabia de onde vinha, arrancando a mão de Buki do ombro de Chisei.

Fim do capítulo 1 — Próximo capítulo: Aqueles que Lutam.

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Kami No ShisonOnde histórias criam vida. Descubra agora