3 : Amaterasu

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Após despertar um poder desconhecido, Umi partiu com tudo contra Buki, seu corpo pulsando com uma energia recém-descoberta. A raiva e a determinação em seus olhos eram evidentes enquanto gritava, avançando com a espada em punho.

AAAAAAAH! — rugiu Umi, preparando o golpe final.

No entanto, antes que pudesse completar seu ataque, uma explosão de luz preencheu o campo de batalha. O brilho era cegante, e ambos, Umi e Buki, foram arremessados para direções opostas.

O que foi isso...? — Umi ofegou, ainda atordoado enquanto tentava recuperar o equilíbrio.

Buki, por sua vez, piscava os olhos, tentando clarear sua visão turva. — Alguém anotou a placa...? — murmurou, confuso.

Quando a poeira finalmente assentou, uma figura imponente surgiu. No meio da claridade, flutuando em posição de lótus, estava um homem de aparência serena. Ele era gordo, careca e vestia um traje laranja de monge. Era ninguém menos que Buda, o deus da iluminação, que os observava com uma expressão tranquila, apesar da situação caótica ao redor.

Não briguem. — a voz de Buda era calma, mas carregava o peso de uma autoridade inquestionável. — Essa não é a atitude correta se desejam trilhar um caminho melhor.

Professor Buda?! — exclamou Buki, surpreso ao reconhecer a divindade.

Sim, sou eu. — respondeu Buda, ainda flutuando de forma majestosa. — Mas isso não muda o fato de que dois semideuses estavam lutando no pátio da escola, o que é inadmissível. Ambos irão dar uma palavrinha com o diretor.

Droga... de novo, não... — Buki resmungou, cruzando os braços.

Diretor? — Umi perguntou, ainda tentando entender a situação.

E assim, sem mais discussões, o tempo passou. Agora, Buki e Umi estavam sentados em um banco, bem em frente à diretoria. O silêncio entre os dois era espesso, mas não duraria muito.

A culpa é toda sua! — Buki gritou, apontando o dedo para Umi, sua paciência no limite.

Minha?! Você que começou! — Umi respondeu, indignado.

Silêncio, meninos. — a voz de Buda interrompeu os dois, serena mas firme. — Já, já irão conversar com o diretor.

De repente, uma voz doce e calma ecoou do outro lado da porta da diretoria.

Podem entrar.

Umi deu um profundo suspiro. — Aí vamos nós... — disse ele, levantando-se com certa hesitação.

Ao entrarem na sala, observaram o ambiente com curiosidade. Quadros antigos adornavam as paredes, e havia um forte aroma de incenso no ar. No entanto, algo peculiar chamou a atenção de ambos: a mesa do diretor estava completamente vazia.

Espera... se o diretor não está aqui, quem nos chamou? — perguntou Umi, franzindo o cenho.

Relaxa, seu ameba. — Buki respondeu, rolando os olhos. — Ele adora fazer isso.

Ele quem? O diretor?

É claro, seu cabeça de peixe. — Buki revirou os olhos.

Ai, pelo amor de Deus, dá para parar de implicar comig... — Umi começou a responder, mas foi interrompido pela súbita aparição de uma figura misteriosa.

Kami No ShisonOnde histórias criam vida. Descubra agora