Katherine, uma herdeira, irmã mais nova e filha de pais muito rígidos.
Essa é a mulher destinada a encontrar um grande problema durante sua coroação graças ao "rei dos mares".
E além disso quando menos perceber estará em uma guerra entre o coração...
- Queria que eu fosse grata a você e ao seu povo? Não John, nem mesmo você seria tão burro assim. Colocou a vida das pessoas presentes na minha cerimônia em risco, machucou o meu irmão e me machucou. Queria que eu estivesse grata? - Parou, encarando aqueles olhos castanhos com todo seu desprezo. - Quer que eu agradeça a você e seus amigos por isso? Tudo bem, eu posso fazer. Vamos lá, vamos agradecer a eles por essa estadia incrível!
- Meu povo? Bom, realmente, quando os monarcas são negligentes alguém tem que tomar liderança. - Viu a princesa se levantar devagar, segurando nas coisas sem tirar os olhos dele.
- Eu não sou burra, John. - Se aproximou dele e o deu as costas, se ajoelhando ali, tirou o cabelo da frente dos nós, os quais estavam todos emaranhados e sujos pela falta de delicadeza.
- Vamos, tire - Ele sorriu. Mas logo se levantou, foi até a mesma e falou algo pela primeira vez sendo sincero.
- Não se preocupe rainha do nada, em breve estará sã e salva em uma ilhazinha pacífica, enquanto eu velejo para o outro lado do mundo. - Ele desfez os nós. No fim não importava o que ela fizesse, sendo que só sairia da sala com sua ajuda, afinal de contas a chave prosseguia escondida e no pior dos casos só abriria por fora.
- Só espero que não acabe na forca, como todas as outras. - Ele voltou a se sentar segurando a adaga e a única arma visível. Se viu puxando as mangas de sua blusa longa, e logo pousando o chapéu sobre a perna.
- Não sou como as outras, John! - Katherine já estava falando de um jeito irritantemente adorável, de modo que parecesse plastificada como uma boneca.
- Quero dizer, deve ser muito feliz virar uma mulher que passa o dia com seus belos filhos remelentos, e seu marido gordo e idiota.- Ele suspira. - Claro que tem a coisa da coroa, mas em um mundo de homens. Mulheres como você acabam subjugadas, uma hora ou outra.
- De certo que seria bem mais promissor do que ser sua mulher. Uma ninguém.. Casada com ninguém que também terá filhos que serão nada mais e nada menos que...- Pausou dramaticamente.
- Adivinhe? Ninguém! Nunca serão nada. - Ela novamente inclinou o corpo para frente e olhou para ele com uma expressão séria, mas nada intimidadora.
O homem já cansado ignorou a revolta da mulher e continuou falando.
- Devemos chegar ao porto em alguns meros 15 dias, até lá sinto em lhe informar, ficará viva, e na pior das hipóteses amarrada ao mastro para pegar um sol maravilhoso.
- 15 dias? - Rio de desespero - 15 malditos dias com você, incrível! - Antes que a "Rainha" dissesse mais alguma coisa. Alguém interrompeu a conversa batendo na porta e a abrindo em seguida, e esse fora o pequeno Conroy, ele tinha apenas 15 anos e ainda assim não era o mais jovem ali, cabelos castanhos, pele queimada do sol, e olhos tão azuis quanto oceano, era uma bela criança, qualquer um poderia o confundir com um nobre se não fosse pela quantidade sujeira em suas vestes e corpo.
- Capitão, o jantar está pronto, devo trazê-lo? - Disse o garoto do lado de fora.
- Não Conroy. Eu me juntarei a vocês em breve. - Disse ignorando a princesa agora livre das amarras, em poucos segundos ouviram-se os passos do garoto sumindo para longe.
- Onde paramos querida? - Disse em deboche. Mas para sua surpresa Katherine demonstrou seu ódio por John, ela se virou sorridente e deu um soco no nariz dele, que começou a sangrar e obrigou o mesmo a se sentar novamente. Ele colocou a mão sobre o nariz, aquela mulher era maluca. Refletiu que gostaria de estar bem longe quando ela finalmente ascendesse ao trono. Mas do mesmo jeito que o socou do nada, ela logo foi pegando a barra de seu vestido e colocando por cima para limpar o sangue, sua bipolaridade fazia John querer arrancar a cabeça da mesma e pendurar na praia perto do castelo real.
- Vejamos... - Ela deu uma pausa desnecessária e dramática. - Paramos na parte em que você tirava o meu vestido estragado.- Se sentou entre as pernas dele e segurou nas mãos do mesmo, John se sentiu incomodado com o toque da garota.
- Vou precisar de algo novo, querido John, não iria se não tivesse estragado esse.
- Olha algumas mulheres implorariam por tempo comigo. - Sorriu maliciosamente. - Mas certamente estariam muito mais animadas para que eu tirasse suas vestes. - Ele logo desceu o zíper e desfez as amarras, se perguntava o motivo da garota usar tantas roupas, e essas tão exageradas. Os ricos tinham mesmo um gosto estranho.
- "Algumas mulheres" "algumas pessoas" "As outras" "Eles" novamente, não sou eu. Um tempo com você é como uma estadia no inferno.
- Welcome to Hell, my lady - Ele continuava a ouvindo mas logo foi ao próprio guarda roupa tomando em mãos as roupas que tinham, todas de porte masculino, mas isso teria que servir. Viu a mesma descer o vestido de uma vez, depois a suspensão dele, o corpete e por fim tirou o leve vestido de cetim que ficava por baixo. Ainda havia algo cobrindo o corpo da jovem. A joia rodeava seus seios como um sutiã aberto e descia para suas coxas.
John observador sorrio, olhando a garota feroz, mesmo quando havia perdido a guerra. Se ela não morresse talvez fosse interessante ler sobre ela e seu reinado algum dia, no fim ignorou as jóias em seu corpo ele tinha muito tempo antes de roubá-las. John se viu desviando o olhar quando ela o descobriu espiando. - Bom, a não ser que goste de andar nua, vista isso e vê se anda direito, parece uma lagartixa bêbada. - Ele segurou o riso, era engraçado como ela não conseguia andar direito por conta do balanço leve do mar.
- Além disso tente parecer mais humana, não quero ver meus amigos vomitando por essa sua pose de porcelana, estamos no mar e não em um castelo - ele se sentou na janela após entregar as vestes. - Aqui ninguém vai te xingar ou te enforcar por ser um pouco menos patética.
- Não deixo minha etiqueta em casa quando saio, John. Se acostumem. - Pegou apenas a camisa e a vestiu, abotoando até o pescoço. Pegou o corpete no chão e colocou por cima, novamente se virou para ele.
- Amarra John achava desnecessário a forma como tudo para ela era um comando e não um pedido. "Coisas de monarca" pensou.
- Ah, sério que vai vestir isso de novo? Quer dizer, isso esta mais para uma máquina de tortura. - Disse puxando e amarrando, ele realmente se sentia sortudo por ser um homem, o que as mulheres faziam por beleza era assustador.
- Suas roupas são simplórias demais para mim. Algo tem que ter destaque e luxúria. - Avaliou a si mesma no espelho de canto e pegou a barra do vestido para limpar o rosto com cuidado.
- Bom termine logo, temos que jantar, infelizmente ninguém come antes que eu chegue, às vezes parece um ritual estranho. - Disse se levantando e arrumando seus cabelos frente ao espelho, logo fez uso de seu chapéu e colocou a adaga na bota, parou diante da porta à espera da garota.
- Não está agindo diferente de um monarca querido, cuidado. - Arrumou os fios de cabelo para trás, deixando apenas algumas mechas como charme na frente, colocou o salto novamente e respirou fundo voltando a sorrir.
- Prontinho. - Disse e caminhou até ele, o segurou em seu braço, como fazia com Benjamin.
- Há apenas homens aqui?
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
