epígrafe.

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    Foram anos de aperfeiçoamento para que o Kim fosse considerado, de fato, o melhor da área. No auge de seus 26 anos, especializado em Dentística — área em que se encontrou assim que se graduou —, Taehyung amava o que fazia. Até onde se conhecia, o dentista tratava diariamente crianças, adultos e até mesmo idosos com cáries. Céus! A higiene bucal andava cada vez mais precária.

Tudo estaria nos conformes, se não fosse pelo atraso já rotineiro de um de seus pacientes. Estava cansado e com fome.

Abriu mais uma vez a ficha clínica do garoto que trataria, e preparou pela terceira vez o que faria naquela manhã. Jeon Jungkook, 23 anos. Cárie nos dentes superiores de número 13 e 23, respectivamente.

Taehyung o acompanhava há alguns anos, tomando conta de suas presinhas e o ajudando na saúde bucal — a qual Jungkook não se importava; não avia o menor requisito de preocupação por parte do vampiro. E isso irritava o dentista.

Sua paixãozinha não cuidava dos próprios dentes.

Estava a ponto de pedir para que seu assistente — Jimin — contatasse o garoto novamente, para saber se ele viria — apesar de que, na manhã anterior, Jeon confirmou ao secretário que estaria ali, no entanto, estava muito atrasado.

Assim que abriu a porta para falar com o Park, deu-se de cara com o Jeon. O rapaz estava descabelado e mascava despreocupadamente um chiclete. Santa fadinha dos dentes!

— Bom dia, Jungkook. Vamos entrar? — Sorriu forçadamente. Qual é? 30 minutos de atraso... Era seu almoço que estava em jogo!

— Oi, Taehyung. Foi mal pelo atraso. Sabe como é, não sabe? — O garoto seguiu até a cadeira e se sentou, tirando preguiçosamente o chiclete da boca e o jogando no lixo em seguida.

Não, Taehyung não sabia. Estava com fome e fome significava mau humor.

— Sei... Mas e aí, garotão? Cuidou direitinho dessas presinhas? — perguntou quase retórico. Esperava que sim, apesar de saber que, provavelmente, Jungkook não havia seguido o combinado mais uma vez. — Pode se deitar, por favor. Vou só abrir mais uma vez sua pasta, tudo bem?

Jungkook riu nasal, debochando, e se deitou, mas sequer abriu a boca. Enquanto isso, Kim se sentava ao seu lado, colocando novas luvas antes de chamar Jimin pelo interfone para que se prestasse a auxiliá-lo.

— Abre o bocão de jacaré, Jungkook — pediu o dentista novamente, começando a perder o mínimo de paciência que lhe restava.

Tratava todos seus pacientes dessa forma e Jungkook, hoje, resolveu que não iria colaborar. A barriga roncando não lhe motivava muito, também.

— Vamos lá, Jungkook, abre o bocão de jacaré — resmungou.

— Mm-hm — negou-se, permanecendo com a boca completamente fechada.

Sendo sincero, Jungkook já imaginava o esporro que tomaria, afinal, sequer se lembrava da última vez em que passou o fio dental em suas presas. Elas estavam um tremendo nojo! E como dizem: quem tem cu, tem medo.

Em sua cabeça funcionava assim: se ele já havia escovado os dentes assim que caçou, então para que se daria o trabalho de escovar novamente mais tarde? Urgh! Odiava verdadeiramente o perfume dos cremes dentais. Sabia da existência de diversos sabores e cheiros, mas Jungkook fazia questão de odiar todos eles, sem exceção.

Algo que também acarretava para as inúmeras cáries do Jungkook, era o tipo de sangue que o mesmo consumia, o tal O+, que, na faixa de medição, se qualificava como mais doce. Para o vampiro, era quase como se ingerisse vários cubos de açúcar durante o café da manhã.

Presas Novas para Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora