PARTE UM

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PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS.

XXX

Um mix de sentimentos era o que Seher sentia naquele momento de sua vida.
Raiva, angústia, compaixão, amor... amor era de longe o sentimento que mais se destacava.

Apesar dos dias sombrios na mansão, o amor por Yaman parecia aumentar cada dia mais. A volta de sua mãe abalou a vida de todos ali, mas curiosamente isso serviu para aproximá-los ainda mais. Um era o porto seguro do outro.

Yaman não suportava ficar muito tempo no mesmo ambiente que a mãe, por isso os dois frequentemente iam para o mirante para observar as estrelas. Eles passavam horas conversando enquanto olhavam para a estrela do norte. Era a única forma que eles encontraram de escapar de tudo aquilo. Seher sabia o quanto ele estava abalado com tudo aquilo.

As portas da mansão foram abertas para sua progenitora por conta dos surtos cada vez mais frequentes de Ziya. De repente, ele foi obrigado a esbarrar com a mulher responsável pelos seus traumas todos os dias. Comer na mesma mesa que ela, trocar palavras minimamente educadas em respeito a Yusuf e Ziya... Isso o atormentava de uma maneira que Seher nunca pensou que fosse possível. Ela também tinha culpa nisso, afinal, foi ela quem o convenceu de aceitar a mulher ali.

Não por acreditar que eles precisavam fazer as pazes, mas para manter a paz de Ziya, que havia declarado em alto e bom tom o seu desejo de seguir a mãe aonde quer que ela vá.

Agora ela sofria ao ver seu marido tão perturbado. Gostaria de fazer mais por ele. Por eles.

O caos provocado pela volta de sua sogra não era o único responsável pela tensão que ela sentia. O fiasco da noite que ele havia preparado para os dois não saía da cabeça dela.

Seher havia se afastado dele naquela noite, pois não conseguia tirar da cabeça a cena horripilante do tiro que deu nele. Ela lembrava o quão pronta estava naquela noite. O quão pronta estava tantas noites antes daquela, mas que foram arruinadas por uma mentira catastrófica.

A memória inoportuna do tiro a tirou do clima naquela noite, mas não foi capaz de acabar com os desejos dela. Ela o queria com todas as suas forças e ele sabia, mas apesar disso, Yaman havia mantido sua promessa.

Desde aquela noite, ele nunca tentou avançar o sinal. Claro, houve alguns momentos em que ambos trocaram beijos apaixonados pelos cantos da mansão, mas ele nunca ousou fazer mais do que isso.

A cada novo beijo que trocavam, mais Seher estava certa do tamanho do desejo que sentia por ele, mas o maior problema era a insegurança que a consumia. Ela não sabia como agir em uma situação como aquela. Nunca conversou com ninguém a respeito daquilo e não confiava em seus instintos o suficiente para pedir algo mais a ele.

Ela suspirou. Essa questão a perturbava tanto quanto ele.

Com uma última olhada pela janela do quarto de Yusuf, que havia dormido alguns minutos antes, Seher saiu rumo ao próprio quarto.

Yaman estava sentado na cama lendo algum documento da empresa. Ou pelo menos tentava ler. Seus olhos aparentemente desfocados denunciavam que seus pensamentos estavam longe do trabalho naquele momento.

— Está tudo bem? — Seher perguntou enquanto sentava ao seu lado.

Ele tomou um pequeno susto com aquilo. Não havia reparado que ela tinha chegado.

— Tudo bem. — ele colocou os papéis e caneta no móvel de cabeceira. — Yusuf dormiu?

— Sim. Ele estava eufórico com o passeio de amanhã, mas conseguiu dormir antes que eu terminasse a história.

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