PARTE TRÊS

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— Você acha que meu tio vai gostar? — Yusuf perguntou enquanto dava uma última retocada no desenho.

— Ele vai adorar, querido. — Seher sorriu para ele.

Os dois estavam sentados na cama do garoto. Ele passou os últimos 20 minutos fazendo desenhos para Yaman, que fazia aniversário naquele dia.

— Mas será que ele vai ficar bravo? Hoje de manhã ouvi a Zuhal falando que ele não gosta de aniversários. — ele olhou para Seher com um semblante inocentemente preocupado.

Seher franziu a testa. Não gostava quando Yusuf sentia receio em lidar com Yaman e saber que isso ainda acontecia deixava ela com o coração angustiado. Esperava que Zuhal não voltasse a falar essas coisas pela mansão, ainda mais na frente da criança.

— Seu tio vai amar, querido. — Ela afagou o cabelo dele. — Zuhal se enganou, então não acredite nisso, tudo bem?

Yusuf sorriu e acenou com a cabeça, e então voltou a pintar o seu desenho.

— Sua tia está certa, pequeno Pasha. — a voz de Yaman preencheu o lugar de repente.

O coração de Seher deu um pulo ao ver ele na porta do quarto. Ela não o via há dois dias, devido a uma viagem que ele precisou fazer com urgência para Espanha.

— Qualquer presente dado por você será muito bem recebido. — ele se aproximou da cama e sentou ao lado do sobrinho.

Ele trocou um olhar com Seher antes de voltar a atenção para os desenhos de Yusuf. Ela sabia que sentiu a falta dele, mas vê-lo ali a fez perceber que sentiu muito falta dele.

— Fiz vários desenhos para você, tio. — Yusuf começou. — Mas esse aqui é o meu presente para seu aniversário.

Yaman pegou a folha e sorriu.

— É a nossa família? — ele olhou para Seher e depois para Yusuf.

— Sim, aí sou eu, minha tia, você e o tio Ziya. — o garoto pegou uma outra folha. — Eu fiz esse com tio Cenger, tia Adalet e Neslihan também, mas ainda não terminei.

Seher sorriu com a cena de sobrinho e tio falando sobre os desenhos. Ela amava tanto a sua família e faria qualquer coisa para manter aquela paz, mas sabia que isso era momentâneo. A tensão entre Yaman e sua mãe parecia aumentar a cada dia e tinha medo disso afetar Yusuf de alguma forma.

— Vou emoldurar e colocar no escritório. — Yaman anunciou.

— Então eu vou pedir para o tio Cenger trazer uma moldura. — Yusuf saiu da cama e saiu do quarto rumo ao andar inferior.

— Tudo bem por aqui nesses dois dias? — Yaman perguntou enquanto se escorava na cabeceira da cama.

— Tudo normal. — Seher respondeu enquanto juntava os lápis espalhados pela cama.

Eles não haviam se falado muito durante esse tempo que Yaman ficou ausente. Embora Seher tivesse uma necessidade enorme de ouvir a voz dele, ela não sabia o que falar.

Ainda se sentia envergonhada pelos momentos íntimos que compartilharam. Ela sabia que não havia motivo para aquilo, afinal, Yaman era seu marido, mas saber que ele presenciara um momento em que ela ficou tão vulnerável a deixava sem graça.

— Eu senti a sua falta. — ele falou sem desviar os olhos dela.

Ela, que foi pega de surpresa pela declaração tão direta, não conseguiu evitar um rubor em sua face. Sabendo que isso a denunciava, ela não viu outra alternativa a não ser a verdade.

— Eu também senti sua falta. — Ela falou timidamente e logo desviou os olhos novamente para os lápis.

Yaman pôs a sua mão sobre a dela e a fez olhá-lo novamente. Ele estava mais próximo do que antes e Seher não conseguiu desviar os olhos dele devido a aproximação.

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