49- Voltando a te conhecer

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Valu

A conversa com o Mike ontem , me deu um certo animo , afinal ja estava cansada de sentir ,que era o segundo plano , que sempre ia ter uma coisa na nossa frente.

Mas ele tá certo mudamos , não sou mais aquela garotinha , que brigava por tudo e estava fragilizada quando ele entrou na minha vida. Sou uma mãe , uma mulher de negócios e mas responsável.

Desço para tomar café e não tem muita coisa , as crianças olham pra mim e forço um sorriso , eles me abraçam, como se dizem-se que tudo vai terminar bem.

— Cadê tudo mundo? - pergunto.

— Voltaram para o México.- o Noah diz.

Vou a cozinha e vejo o Mike comendo lá, olho pra ele e o mesmo sorri bem fraquinho, nunca achei que ao ver o amor da minha vida ia me sentir tão estanha.

— Não vai sentar conosco ? - pergunto.

— Acho melhor, não forçar nada , afinal estamos começando de novo.- ele diz.

— Vamos comer juntos.- pego o prato dele e levo para mesa de jantar.

Comemos em silêncio e o Michael me olha e sorri, ele brinca com a comida , assim como o Noah , é incrível como meu filhote é um reflexo do pai dele.

— Gosto de jogar bola e surfar.- o Mike diz, e todos ficamos confusos.- Na primeira vez que estivemos aqui e me perguntou o que eu gostava de fazer, descobri que gosto de jogar bola e de surfar.

Lembro disso, como começamos a nos conhecer , faz tanto tempo.

— Agora eu gosto de trabalhar, de dormir com meus filho e de sair pra beber com minhas amigas.- digo tomando um gole de café.

— Eu gosto de ler , pintar e cantar- a Sofia diz sorrindo ,entrando na conversa , ela realmente está desposta à aceitar o pai.

NOAH

Odeio ver o sorriso delas pra ele , como se tudo que passamos sem ele fosse apagado , como se tudo tivesse perfeito.

— Quando gritou com minha mãe, falou que foi torturado , como isso aconteceu , como te machucaram? - pergunto , sinto o olhar bravo , furioso da minha mãe.

— Como pode perguntar um coisas deles?- a Sofia pergunta.

— Ue? Achei pertinente , ja que ele gritou e esbravejou com a mamãe por causa disso- digo

— Estamos comendo- o Michael diz.- Não é um assunto agradável.

Termino de comer e volto pro quarto, queria ter voltado com o Gaston , não suporto ter que viver assim , não queria ficar com esse cara que só machuca tudo mundo, a porta abrir com tudo e minha mãe aparece , está super brava.

— Para!- ela diz.

— Parar? com o que ? - me finjo de burro.

— Noah , para de graça.- minha mãe - Pode não querer ele por perto , mas o Michael é seu pai , e sendo uma pessoas mas velha merece respeito.

— Respeito???- saiu da cama indignado.- Ele nos abandonou , você mesma disse , esse cara deixo você gravida e foi agir como um boçal ,nos deixou sofrer , te deixo.- dou uma pausa- Ainda sim você e a Sofia fingem que está tudo bem , como se fosse normal , como se tivesse tudo bem.

— Não fale comigo nesse tom mocinho.- ela diz.- O Michael não é um monstro , ele pode ter cometido erros , mas nunca foi a intenção dele nos machucar , nem ir embora.- elas diz.

— Por que defende ele? Por que não vê que não precisamos dele? - digo.

— CHEGA NOAH!- ela grita comigo.- VOCÊ ESTÁ AGINDO COMO UMA CRIANÇA , SE NÃO QUER SE APROXIMAR DELE TUDO BEM , JAMAIS IRA DE OBRIGAR A NADA , SE A SOFIA, SE EU QUERO DEIXAR ELE TENTAR , NOAH NÃO PODE NOS IMPEDIR , ESTOU MANDO PARAR DE GRAÇA , SE CONTINUAR.

MIKE

Deu pra ouvir os gritos da Valen , a Sofia só ri e eu tento não pensar , a verdade é que as provocações dele , mesmo que baseadas em pura raiva , estão certa.

Minha filha vai ler um  livro e minha mulher desce as escadas , obviamente frustrada pela conversa com nosso filho , ela senta do meu lado.

— Trabalha com o que? - pergunto tentando puxar um conversa.

— Moda , também só dona de uma empresa de alimentos , bem pequena mais rende um bom dinheiro.

— Não gostou de trabalhar da máfia? 

— Na verdade não trabalhei.- me surpreendo.- Esse trabalho que você leva tão a serio, e muito perigoso , meus filho precisavam de mim.

— Me desculpa por não estar aqui.- digo olhando pro chão.

— No começo te esperei voltar , como se um dia eu acordasse e você aparece-se ali , me observando dormir , ia me levar café na cama e íamos ficar ali.- percebo o tom triste na voz dele.- ai depois que eles começaram a crescer parei de esperar , percebi que precisa cuidar deles , cuidar por nos dois.

— Como vamos fazer isso? - pergunto, olho para seus lindos olhos azuis.- Como podemos voltar  a nos conhecer? se ainda tem tantas marcas , memorias , como vamos esquecer? 

— Tentei pensar nisso , quando o No falou na tortura , como fazer você super o que acontecer? - a Valu diz.

Nos olhamos e ficamos em silêncio , um silêncio constrangedor  , a Sofia passa correndo , e sobe as escadas como o flash.

— Sofia , sem correr.- a Valentina diz.

— Foi mal , queria pegar meu celular.- ela sorri pra mãe , nossa filha vai em direção a praia.

— Cuidado com esse celular na água.- digo.- foi caro.

 — Ta bom pai.

Amo o fato , da Sofia ja me chamar de pai , porém sei que é mais pra se confortar em saber que tem alguém aqui , do que necessariamente pelo que sente por mim , ela não tenta.

— Vamos parar de tentar.- digo , e a Valu me olha confusa.- Quanto mais tentarmos mais fica estranho , vamos deixar as coisas fluírem , se for pra ser vai ser, forçar não vai ajudar , nem pra à mim , nem a você.


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