❥ Feet in the swing over the creek

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– Você está atrasado! – Colton diz, empurrando um pano e um avental para Harry.

– Desculpa, C. – Ele se veste apressado e corre para a cozinha.

Harry Styles mora no Havaí com sua irmã Gemma desde que se entende por gente; ele não se lembra de sua mãe ou pai, não se lembra de nenhuma família a não ser ela. O problema de ser criado por sua irmã é que ela precisa trabalhar para comprar comida e estudar também, então foi basicamente Harry sozinho a vida inteira.

Quando era menor, ele costumava vagar pela pequena ilha depois da escola; então ia para casa e esquentava a sopa do jantar, revelava alguma fotos que tirara até a hora de dormir. Gemma chegaria muitas horas depois, o beijaria e se deitaria com um Harry sonolento.

Durante as manhãs, ele tomaria banho rapidamente e eles comiam cereal juntos. Depois, ela saía para o trabalho e o deixava na escola. E tudo de novo.

Na maior parte do tempo, Harry estava sozinho; e isso não era tão ruim quanto parecia. Seu robe era tirar fotos de estranhos na praia. Nos finais de semana ele passava protetor solar e caminhava pela areia perto de casa até que o sol estivesse quente demais – o que significava que estava na hora do almoço. De tarde ele ficava em casa desenhando ou lendo. Às vezes ele cuidava do jardim ou cochilava. Ele escutava bastante música também.

Mas ás vezes, ele queria ter com quem conversar; às vezes era como se Harry fosse a única criança no universo inteiro e não existisse mais ninguém em sua vida que não sua irmã. Ele queria alguém para conversar além de Adore, seu peixinho de estimação.

Quando ele cresceu um pouco mais, arranjou um emprego na lanchonete e passou a ficar mais tempo com outros seres humanos. Só que continuava se sentindo deslocado para caramba.

Gemma estava na faculdade e isso fazia com que seu trabalho precisasse mudar um pouco; por isso, Harry ficava responsável por cuidar da maioria das coisas em sua casa. Quer dizer, ele era meio displicente, o que significava que a sua casa estava constantemente uma bagunça.

Era mais um dia de verão na pequena ilha e ele olhava para o céu pela janela; Gemma ainda estava no trabalho e ele ouvia sua playlist preferida do momento em seu celular, os fones empurrados em seus ouvidos. Um rastro de luz rasgou pelo céu; Harry correu para fazer seu pedido. Ele queria alguém para ser seu amigo. Isso era tudo.

Antes de dormir, o menino ouviu um barulho distante, como se algo tivesse colidido ao longe. Entretanto, seus olhos estavam pesados e a luz já estava apagada.

Era sábado, o que significava que Gemma saía cedo para ir trabalhar na recepção do hotel. Harry acordou com um barulho na porta, alto o bastante para assusta-lo.

Receoso e entre bocejos, ele desceu as escadas da casa de madeira e abriu a porta. Sentado em seu tapete havia um garoto. Quer dizer, parecia um garoto. Meio. Seus olhos eram azuis e os cabelos estavam bagunçados. O mais engraçado eram as pequenas antenas que escapavam entre os fios; um par e ele vestia um macacão azul engraçado, com um furo no peitoral, como se houvesse um crachá pendurado ali em algum momento do passado.

– Oi? – Ele disse, coçando os olhos.

– Oi? – O garoto respondeu.

– Você está perdido?

– Perdido?! – O menino o olhava, mas não parecia entender.

– Que... o que é você?

– Louis. – Ele apontou para si mesmo. – Louis.

– Seu nome é Louis.

– Uhum.

– Eu sou Harry.

– Harry – Ele apontou para o cacheado. – Louis. – Apontou para si mesmo. – Fome.

– Oh, você está com fome? – O garoto assentiu. – Entra.

Harry esquentou a sopa de batatas que sobrara e colocou torradas em cima da mesa.

– Come. – Empurrou o caldo em sua direção.

Louis comeu sem parar até que seu prato estivesse limpo.

– Casa? – Ele começou a andar pelo térreo sem pedir licença.

– Sim, essa é a minha casa. E a sua, onde é?

– Minha casa? – Louis o olhou. Harry assentiu. – Lá!

Ele apontou para fora.

– No céu?!

– No espaço.

Harry não entendeu.

– Então você não é... um ser humano?! É um alienígena?

Louis começou a rir.

– Experiência 626. – Ele apontava para si mesmo. – Louis. Máquina indestrutível em teste.

– E como você veio parar aqui? – Eles caminham pela sala de estar bagunçada de Harry.

– Asteróide. Caiu. Terra. Se livrar de mim.

– Em um asteroide?! – Louis segura a máquina fotográfica analógica de Harry; ele parece curioso, manuseando o objeto entre as mãos.

– Ohana? – Ele lê no quadro acima do sofá da sala.

– Quer dizer família. – Styles senta no sofá.

– Família?

– É. Quer dizer nunca abandonar ou esquecer. Ohana.

– Ohana. – Louis diz contemplativo. – Não se livrar de Louis.


n/a: como vocês acham que isso termina? Gostaram desse?

I think your house is haunted | l.s. contos de HalloweenOnde histórias criam vida. Descubra agora