❥ Sweet tea in the summer, cross your heart, won't tell no other

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Harry odeia ser príncipe. Ok, ele não odeia odeia ser príncipe, tem seu lado bom, óbvio. Todas as mordomias, festas e pessoas que ele conhece fazem parte das vantagens. Mas nem sempre ele está no humor certo para isso. Hoje, por exemplo, ele queria muito dormir um pouco mais, entretanto, está ali com dois empregados ajustando sua vestimenta para participar de um jogo beneficente. Mais um.

Ele não consegue mais contabilizar quantos daquele ele teve que ir no último mês; somente na semana passada, foram sete, dois em um mesmo dia, ele mal teve tempo de almoçar e não podia comer de verdade nesses eventos. As madrugadas foram longas em seus aposentos, devorando todas as sobras encontradas na cozinha de serviço, meio frias, esquentadas rapidamente no micro-ondas.

Harry odiava polo; ele não entendia a dinâmica do jogo de verdade, cavalos não eram seus amigos e suas pernas eram longas demais para simplesmente se encaixar na sela – mesmo que ela fosse feita sob medida.

Agora era tarde demais para se arrepender; não que Anne tenha dado alguma oportunidade para tal. Tudo que Harry podia fazer era aceitar o fardo de ser príncipe (como seu melhor amigo e duque Niall Horan falava para zoar com ele), sorrir e acenar.

Não é que Harry fosse ruim no esporte, ele só não via sentido.

Em campo, ele desligava sua parte racional por um momento e simplesmente conseguia ser bom sem ela. Ele ouvia os aplausos castos que sempre rondavam esse tipo de evento e já estava suando por baixo do capacete quando a partida foi encerrada. Ew, ele precisava muito de um banho. A calça apertada sufocava suas bolas e aquelas botas eram horrorosas, por deus, quem usa botas de cano alto por vontade própria?! Kendall e Kylie poderiam tentar muito, Harry não mudaria sua opinião sobre os sapatos.

Depois de se esconder por um tempo na casa de férias da família real onde acontecia o evento para tomar seu banho e um café da manhã digno, ele caminha para fora, os cachos arranjados em um topete, roupa social de algodão cru e toda a parafernália que ele era obrigado a usar pelo cargo que ocupava.

– Vejo que o príncipe parece melhor do que no jogo.

Harry está tentando pegar um docinho da mesa sem ser visto, ou seja, ele se assusta, dando um pulinho ridículo para trás.

– O-oi.

Ele conhece aquele par de olhos azuis; Príncipe William. Na verdade, ele não conhece, conhece o príncipe, mas é meio difícil não reconhece-lo dos jornais. Todos os meses, o garoto está envolvido com algo grandioso de sua ONG em benefício às pessoas em situação de rua. Harry sabe que ele trabalha com isso desde antes dos treze, ele mesmo teve a iniciativa de criar e administrar todos os setores. Ele simplesmente é assim; Styles se recorda de tê-lo visto na capa da Forbes alguns meses atrás. Seu staff deve ter essa revista em algum lugar, ele precisa lê-la depois.

– Príncipe Styles. – Ele o cumprimenta formalmente, mesmo que seja um garoto com pouco mais de dezessete anos assim como ele.

– Príncipe Tomlinson. – Harry acena de volta.

– Está um ótimo dia para devorar esses docinhos, huh?!

Harry ri.

– Por favor, não me dedure, eles parecem incríveis!

– Não tem mais na cozinha?

– E como eu saberia?!

– Bom, nas festas da minha família, eu sempre me escondo na cozinha para comer doces. Lourdes guarda alguns pra mim e mamãe nem percebe minha falta.

– É uma boa dica. – Harry sorri, deixando suas covinhas afundarem.

– Vamos Príncipe Styles, deve ter um lugar para comer em paz, longe dessas câmeras. – William o puxa pelo braço.

– Pode me chamar de Harry.

– Nesse caso, eu sou Will.

Eles dão um aperto de mão e correm pelos fundos da casa.

De fato, na cozinha há muito mais comida do que no buffet externo e Gertrudes deixa os príncipes encherem um prato antes de enxotá-los da cozinha, porque não quer cabelo em seus docinhos perfeitos.

– Eu conheço um lugar, vem. – Harry diz, antes de sair caminhando em direção a floresta

Eles comem em silêncio na ponte acima do lago, descalços, as calças sociais enroladas até abaixo dos joelhos, os paletós pendurados e os coletes desabotoados. O prato está entre os dois meninos e vez ou outra suas mãos esbarram.

– Nós deveríamos ser amigos. – William fala com a boca cheia de Carolina. – A Escócia é próxima do Reino Unido, vá me visitar, Harry!

– Vou colocar na agenda.

William sorri e seus olhos brilham.

– Então tá.

Eles sorriem e suas mãos esbarram na última Madeleine no prato; um ótimo início de verão.


n/a: Então, o que acharam??? Esse me fez feliz em tantos níveis que eu jamais poderia prever! Me deu vontade de escrever um plot deles príncipessss

I think your house is haunted | l.s. contos de HalloweenOnde histórias criam vida. Descubra agora