Halloween

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Cardan e eu estamos no quarto, deitados na cama, estou com a cabeça em seu peito nu e com uma das pernas enrolada nas dele, ele está traçando pequenos círculos em torno do meu ombro com os dedos e seu rabo está enroscado em minha perna.

— Vivi nos convidou para o halloween no mundo mortal — digo me virando para olhar para ele.

Passei muito tempo tentando explicar para Cardan o que era halloween e porquê as pessoas se fantasiam e as crianças saem pedindo doces de porta em porta, em um momento ele se estressou e desistiu de tentar entender.

— Ela até disse que tem uma fantasia perfeita para você, mas disse que é surpresa.

— Uhm, e você quer ir a esta festividade humana chamada halloween? — pergunta Cardan com uma expressão de desgosto.

— Não sei, mas acho que seria legal, estou com saudades da minha irmã e de Oak, poderíamos ir e você poderia conhecer um pouco mais do mundo humano, parecia um pouco atordoado da última vez que foi lá.

— Impressão sua, me dei super bem no mundo humano — ele resmunga e tento esconder meu sorriso — Taryn vai conosco?

— Não, está muito cansada com os preparativos para a chegada do bebê.

— Neste caso, se você quer ir, então eu vou, mas só se tiver vinho.

— Podemos comprar uma garrafa para você tomar enquanto pegamos doces se isso o faz feliz — digo dando um beijo rápido em sua boca e voltando a me aconchegar em seus braços.

🔪🍷🔪🍷

Estamos no quarto de Vivi esperando ela trazer nossas fantasias que até agora não sabemos sobre o que se tratam.

— Aqui está, essa é sua - ela entrega um cabide com uma grande capa preta pendurada que acredito estar combrindo a fantasia de Cardan — e esta é a sua — diz entregando minha fantasia.

Cardan já abriu o zíper da capa e está examinando suas roupas.

— Que tipo de trajes são esses? — ele diz virando-se e nos mostrando um macacão todo preto, de mangas e calças compridas, com um tecido parecido com couro, espero que a minha seja melhor.

— Eu achei essa fantasia perfeita para você Cardan, é de homem-gato, vem até com um rabo, mas como você já tem o seu, não será necessário — diz Vivi se contorcendo para não rir — eu cortei a parte de traz para você poder passar o seu.

— Você só pode estar brincando, não vou usar esse traje ridículo, Jude — ele vira na minha direção — não me obrigue a fazer isso, vamos para casa, mudei de ideia, não quero mais ir a lugar algum.

— Desculpa, mas você já disse que iria e já estamos aqui, então... — estou abrindo o zíper para ver qual será minha fantasia, mas paro assim que percebo que é exatamente igual a de Cardan.

— O que foi? — pergunta Vivi, mas tenho certeza que ela já sabe o porquê da minha cara de espanto.

— Eu não vou usar isso, Cardan está certo, vamos para casa.

— Ah não Jude, não vá, queria tanto pegar doces com você — diz Oak correndo para abraçar minhas pernas tentando me fazer ficar, com aquela carinha que ele sabe que não resisto.

Não acredito que vou fazer isso.

— Está bem, nós vamos.

Ouço Cardan soltar um "mas" ao mesmo tempo que Oak grita "eba".

Vivi arrasta Oak para fora do quarto e me deixa sozinha com Cardan para nos trocarmos.

— É melhor o vinho mortal ser ainda melhor que o de Elfhame ou não vou aguentar essa noite — diz Cardan enquanto desabotoa a camisa branca de babados.

Me viro de costas para ele afim de evitar qualquer atitude inapropriada com Oak a apenas alguns metros de distância, mas quando tento tirar meu corpete algo imperra e não consigo soltá-lo.

— Precisa de ajuda? — sinto o hálito quente de Cardan no meu ouvido quando ele se aproxima e passa as mãos sobre os cadarços do corpete para me ajudar.

— Sim, acho que dei um nó sem querer — sinto algo se soltar e seguro o corpete nas mãos e o jogo na cama — obrigada.

— Quer ajuda com o resto? — Cardan diz ainda no meu ouvido, as mãos na minha cintura.

— Não, termina de se arrumar, consigo sozinha.

— Na verdade eu já estou pronto — me viro para vê-lo e tenho que fazer um esforço enorme para não rir da sua cara, mas é impossível, então apenas tapo a boca afim de esconder meu sorriso — estou ridículo — ele diz emburrado.

— Só um pouquinho — eu digo sorrindo para ele e me aproximando — mas está faltando uma coisa — pego a tiara de orelinha da cama e ponho na cabeça dele — agora está pronto.

Cardan me abraça me trazendo para mais perto dele, passo os braços em volta de seu pescoço.

— Quero deixar claro que foi ideia sua e que não concordo com isso.

— Você não pode me culpar, eu também não sabia quais seriam nossas fantasias — dou um selinho nele e me solto dos seus braços com dificuldade.

Me visto enquanto Cardan espera jogado na cama com seus olhos negros fixos em mim.

— Não podemos ficar aqui enquanto Oak e Vivi vão pedir doces — ele diz se levantando e andando em minha direção, me abraçando por trás enquanto me observa através do espelho.

— Infelizmente não, prometi a Oak que iria com ele, não vamos demorar muito — pego a tiara em cima da penteadeira e coloco na cabeça me virando para ele — o que acha?

— Prefiro os seus chifres — ele diz me puxando para um beijo.

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