Fics Jurdan

Dia de festa

Imagem usada como inspiração para o vestido da Jude.

🎨 nanna.arts

🍷🔪🍷🔪

Assim como eu havia prometido, hoje vou comparecer a um dos bailes de Cardan.

Estou no quarto me arrumando, pedi para que fizessem um vestido especial para esta noite, já que Cardan quer tanto me ver em uma de suas festas, quero impressiona-lo.

Faço uma careta enquanto arrumo meu cabelo ao perceber que estou nervosa com o dia de hoje, o que Cardan fez comigo?

Ele já está no salão, a festa começou cedo, mas disse a ele que iria mais tarde, pois meu vestido não estava pronto, me viro ao ouvir uma batida na porta e vejo que é uma de nossas criadas com o meu vestido.

— Precisa de ajuda para se vestir Majestade?

— Não, posso fazer isso sozinha, obrigada. — ela o deixa em cima da cama e sai.

Paro ao pé da cama e admiro ele por um instante, pedi para que fizessem algo que despertasse a atenção de Cardan, algo que o provocasse e olhando para ele vejo que vou alcançar meu objetivo.

Passo as mãos sobre ele e o visto com cuidado, em dourado uma espécie de desenho que parece com uma asa se fechando em meu corpo, cobre os meus seios, com um decote no meio do meu corpo deixando quase toda minha barriga a mostra, mangas caem sobre meu braço, mas deixam a região dos ombros nua, a saia preta exibe uma fenda na minha perna esquerda deixando-a amostra, gosto de vestidos que tenham essa fenda, assim posso deixar a vista a adaga que sempre carrego presa a minha perna e hoje não é diferente, prendo-a na perna e dou os últimos retoques no cabelo e maquiagem.

Respiro fundo e caminha até o salão, recebendo olhares de admiração de todos por onde passo, quando chego, às portas do salão, estão fechadas, não gosto de entradas triunfais, mas essa com certeza será, aposto que foi Cardan que pediu isso, os dois guardas que esperam na porta abrem-as juntos revelando o salão cheio, imediatamente a música e o amontoado de vozes invade meus ouvidos, o que não dura muito, porque assim que percebem minha presença todos se calam e viram-se para mim, se afastam deixando um corredor livre que me levará direto para o trono onde Cardan está sentado.

Sentado não, esparramado no trono, mas assim que me olha deixa seu vinho de lado e levanta esboçando um sorriso torto, sei pelo jeito como sua boca treme que está se contendo para não abrir um sorriso de orelha a orelha.

Vejo que Cardan também quis me impressionar, está vestido um conjunto social prata reluzente, que o deixa muito elegante e que desperta um certo arrepio na minha barriga.

Uma música mais lenta começa a tocar e, enquanto ando em sua direção é como se ouvesse apenas ele e eu ali, não ligo para todos os olhares que me acompanham ou a comentários que para mim não passam de um som abafado, eu só vejo ele, assim como ele só me vê.

Não tiramos os olhos um do outro o caminho todo, e confesso andar bem devagar para prolongar esse momento, esse formigamento de nervosismo, essa sensação de que ele só tem olhos para mim, mas também para tortura-lo um pouquinho e sei que estou conseguindo, consigo ver seus olhos ardendo de desejo e sei que os meus estão iguais.

Paro de frente para ele e Cardan se aproxima.

— Meu rei — digo, fazendo uma saudação, mas sem tirar os olhos dele.

— Minha rainha. — diz, deixando um beijo nas costas da minha mão — Nunca vi nada tão lindo quanto você — ele sussurra em meu ouvido.

— Você também não está nada mal — lhe ofereço um sorriso malicioso quando ele se vira para mim.

— Mentindo assim tão cedo, minha doce Jude? — ele diz arqueando as sobrancelhas e logo em seguida me devolvendo o mesmo sorriso malicioso.

Não tenho tempo de responder já que Cardan me enlaça pela cintura me trazendo para mais perto dele e cola sua boca a minha, é um beijo doce, cheio de amor, mas também desejo.

Ele se afasta, mas só o suficiente para sussurrar para mim:

— Sei que pedi para que vinhesse para nos divertirmos no baile, mas tudo que queria agora era estar à sós com você.

— Nada disso, você me deve uma dança não se lembra? — digo, lhe oferecendo um sorriso e o puxando pela mão para dançarmos.

É uma música mais lenta, romântica, Cardan passa os braços na minha cintura e eu o enlaço pelo pescoço, nos olhamos e novamente é como se tudo desaparecesse, ele me gira e me traz para perto de novo me capturando em um beijo.

Não sei por quanto tempo dançamos, é como se eu perdesse completamente a noção de tempo em seus braços, estou de costas para ele, nossos corpos se tocando, numa tentativa de provoca-lo estou me esfregando nele e sinto, mesmo não sendo muito boa nisso, que está funcionando.

— Não sei quanto tempo vou aguentar com você dançando desse jeito. — ele sussurra para mim.

— Bom, você disse que queria dançar comigo a noite toda.

— Eu mudei de ideia e você disse que seria apenas uma dança, então acho que já chega dessa festa — ele deixa um beijo em meu pescoço na tentativa de me convencer e eu estremeço.

— É, acho que você tem razão. — Cardan já está me puxando para fora do salão antes que eu termine de falar.

Chegamos no quarto e ele fecha a porta, se vira para mim e afasta meu cabelo para beijar meu pescoço, descendo para o ombro.

— Esse vestido está me matando, mas ainda prefiro você sem ele.

— A intenção era mesmo de te provocar.

— E você conseguiu, mas agora... — ele caminha para traz de mim e desabotoa o vestido e o tira, me pega em seus braços totalmente nua e me põe na cama.

— Quando será o próximo baile? — pergunto, e Cardan que estava com a cabeça enterrada em meus seios, se levanta abruptamente, tento esconder o riso com a sua reação, mas não consigo.

— Por que quer saber? — vejo uma pontada de esperança em seus olhos e me derreto um pouco.

— Não sei, talvez eu queira aparecer por lá — Cardan abre um sorriso enorme e me beija um pouco desajeitado, gargalho com a sua animação para uma coisa tão simples.

— Eu ficaria muito feliz de recebe‐lá para mais um de meus bailes — ele me beija de novo — amo te ter por perto,  nunca me canso de você Jude.

— As vezes eu me canso de você um pouquinho — digo rindo — mas eu sempre quero mais — sussurro chegando mais perto para beija-lo.

— Eu também sempre quero mais.

Talvez esse baile não tenha sido uma má ideia, não sei da onde vem essa necessidade de estar sempre perto dele, mas me sinto viva quando estamos juntos, e se é tão importante para ele eu comparecer a seus bailes eu irei, não será nenhum sacrifício na verdade.