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Rodolffo ja tinha saido, e eu fui em seguida. Entrei no carro e o Ricardo dirigia, já tinhamos uma relação de amizade.

Ele me parabenizou pelo bebê e foi me dando dicas pelo caminho. Seguimos juntos até a clínica, lá também tem um espaço estético, então aproveitei, e fiz tudo que tinha direito. Eu estava em uma sala vip, sendo cuidada.

Por fim, paguei tudo e segui pelo shopping. Atendi alguns fãs que estavam eufóricos pela gravidez.

- Ric, acho que vou numas lojinhas, não tenho nada pro bebê ainda. - disse e ele assentiu.

- Você quem manda! - disse e eu sorri.

Temos uma relação de amizade, por isso despesei essas formalidades entre a gente. Entrei em várias lojas e cada uma saia com alguma coisa pro bebê.

Comprei macacões daqueles bem piquitico, luva, sapatinhos, tudo em varias cores. Ricardo ja estava cheio de sacola coitado.

- Agora acho que comprei demais! - digo rindo me distraindo e olhando pra ele.

Senti esbarrarem em mim com tudo, eu ia cair, mas o Ricardo foi mais rápido e me segurou evitando meu contato com o chão. Senti uma dor no meu pé, na hora acho que torci.

- Ai, me desculpe, Juliette! - nem em mil anos eu esqueceria essa voz.

Ricardo me ajudou a me levantar, e eu a encarei.

- Rafaela! - digo amarga e ela sorri.

- Te machuquei? Espero que não, eu me odiaria por fazer mal ao filho do meu amor! - ela diz com sorriso nos lábios.

- Juliette, vamos! - Ricardo diz me oferecendo o braço.

- Não me machucou, mas você deveria ter mais cuidado.

- Terei na próxima vez! Me desculpe, estava tão distraída, que eu nem te vi! - ela estava com um ar de superioridade, afronta. Vontade de voar no pescoço dela.

- Vamos Ju! - Ricardo me chamou mais uma vez.

- Só mais um recado, Rodolffo não é seu amor, seu nada! Ele é meu, não entra no meu caminho Rafaela, eu não tenho medo de você e eu também sei brigar pelo o que eu quero! - digo me aproximando dela e o sorriso dela se desfez.

- Claro que sabe, tanto que foi isso que você fez, a um ano atrás, quando deu as costas pro Rodolffo e só pensou em dinheiro! Ele ainda esta apegado ao que não viveu com você, apenas!

Meu sangue ficou quente, quem ela pensa que é?

- Você não sabe de nada, você não sabe o que realmente aconteceu!! - digo tentando manter a calma, mas estava difícil.

- Claro que eu sei Juliette, esqueceu que foi no meu ombro que ele chorou? Que se não fosse vocês se encontrando naquele bendito restaurante, eu quem estaria com um bebê no ventre! - ela diz com raiva, sem se exaltar, mas seu tom tinha muita raiva.

- Nunca foi seu Rafaela, acorda! Eu e ele era pra acontecer, você teve sua chance, 2 vezes!! Eu sinto muito, se ele não te amou o suficiente!

- Você se acha muito garota! Não ache que você vai ficar com ele, mas isso, você não vai! Pode engravidar, casar, ir com ele pra Goiânia, não vai mudar! - ela diz se alterando, e sinto o Ricardo me puxar pelas mãos.

- Vocês estão em um local público, por favor, vamos Ju! - ele pediu e eu assenti sentindo algumas lágrimas descerem, eu estava com raiva dela.

- Você deveria se tratar, isso é doença! - digo e saio andando com o Ricardo.

Seguimos pra casa, já passava das 19H da noite. Pedi que o Ricardo colocasse as sacolas no quarto de hóspedes, ainda não tinha resolvido nada sobre o quarto do bebê, porque provavelmente vamos pra Goiânia após o casamento.

A casa estava silenciosa, me sentei na sala e fiquei ali pensando em tudo que ela me disse. Ricardo desceu se despedindo e se foi.

- Oi amor, porque não subiu? - Vi Rodolffo descendo as escadas.

- Pensei que ainda não estava em casa. - disse sem olhar pra ele.

- E ai? Como foi la? - ele se sentou ao meu lado e levantou meu rosto, as lágrimas já descia. - Que houve? O que aconteceu?

- Encontrei a Rafa, ela me deu um esbarrão Rodolffo, quase fui ao chão, se não fosse o Ricardo! Eu tenho certeza que foi de propósito! - digo tentando me acalmar

- E ai? Você está bem? Quer ir ao hospital? - ele disse preocupado e eu neguei.

- Ta tudo bem, só meu pé doeu um pouquinho, eu não cheguei a cair. Amor, ela me disse cada coisa, eu tive vontade de voar nela! - digo com raiva.

- Você nem tinha que ter dado assunto Juliette, caramba! Amanhã você vai ter mais uma equipe com você. - ele diz nervoso.

- Ela me disse que você vai enjoar de mim, que eu não vou ficar com você!

- Juliette, você não tem que dar ouvidos pra ela! É isso que ela quer, desestabilizar você, a nossa relação.. amor, olha o que passamos pra estarmos aqui?! Caramba, porque eu não ficaria com você? - ele diz chateado, e eu sei que não deveria nem ouvir o que essa doida diz.

- Eu estou emotiva ok? Estou assim, não sei, não sei porque dei ouvidos, estou chorando, estou com medo!! - digo me levantando e começo a andar de um lado pro outro, até que ele me segura pelos braços me parando.

- Olha pra mim! - ele segura meu rosto. - A Rafaela não é nenhuma doida, criminosa.. Juliette, mantém o foco!

- Você confia demais nela Rodolffo, até então não sabemos o que ela e a Giu planejavam.

- Eu não sei, mas não acredito que fosse nada contra as nossas vidas Ju... Eu conheço a Rafa, ela não é esse monstro! - a calma que ele tentava me transmitir, me irritava cada vez mais.

- Para de defender essa mulher Rodolffo! - digo irritada me soltando dele e subindo pro quarto.

Bati a porta, mas senti a pressão ser impedida pela mãos dele.

- Eu quero ficar sozinha! - digo alto.

- É assim que a gente termina a noite? Brigados, por uma coisa que eu não tive nenhuma culpa?! - eu olho pra ele que esta com os braços cruzados.

- Estamos brigando porque você tá defendendo aquela bruaca!! Por isso, só por isso! - digo irritada e me deito na cama fitando o teto.

- Eu não estou defendendo a Rafa, só estou dizendo que ela não é esse monstro, não acredito que ela vá machucar você e nem o nosso bebê, mas que vamos sim tomar as medidas, mais seguranças, o que você quiser! - ele diz nervoso, seu tom era brando, mas sua voz estava irritada. Era difícil tirar ele do eixo.

- Rodolffo, eu quero ficar sozinha! Por favor. - pedi cansada.

- A gente não vai jantar?

- Eu perdi o apetite, pode ir você!

Eu falava tudo na mesma posição, deitada olhando pro teto.

- Ótimo!

Escuto a porta bater em seguida, me deito de lado e abraço um dos travesseiros e começo a chorar. Eu queria que ele entendesse meu medo, sei que ele é mais pé no chão do que eu, mas era algo que eu não estava conseguindo controlar. Escutei o carro ligando e corri até a janela e o vi saindo com o mesmo.

ERA VOCÊ | RODETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora