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Rodolffo Narrando:

Eu estava sem entender a atitude da Juliette, e óbvio que não queria piorar a situação, então sai sem mais delongas. No quarto, minha mãe e minha sogra estranharam eu está ali e chorando.

Então, deixei claro a situação do Pedro e que estava tudo bem, pedi a dona Fátima que fosse lá ficar com ela. Enquanto, eu deitava a cabeça no colo da minha mãe e recebia seu carinho.

- Filho, isso vai passar! Quando o bebê nasce os hormônios despencam, o famoso puerpério, fazem ela ficar sensível, irritada, enfim uma série de coisas pode acontecer, agora imagine pra Ju, que está passando por toda essa situação.. é mais difícil ainda!

- Eu entendo mãe, eu sairia dali, eu faria o que ela me pedisse, mas a forma como ela falou, é como se eu não significasse nada ali.

- Não diga isso, todos nós sabemos que a Ju é doida por você menino. Fátima vai conversar com ela, vocês estão recém casados ainda, estão se conhecendo no íntimo e isso leva tempo e agora tem um bebê que precisa de vocês 100%

- Acho que não na cabeça dela.

- Não se torture mais! Fique tranquilo, chore se quiser, eu estou aqui! - minha mãe disse sem parar de acariciar meus cabelos.

Lembro que quando era criança, ela fazia o mesmo toda vez que eu estava triste. Chorei em silêncio, não queria ficar com aquela dor, então que saísse em lágrimas.

Alguns minutos ali eu já estava mais calmo quando minha sogra retornou ao quarto.

- Meu filho, vá ficar com sua família! - disse se aproximando de mim e me estendeu a mão.

Me levantei e sequei o rosto.

- A Ju quer espaço, depois eu vou.

- Não quer nada, vá ela quer conversar com você. - ela sorriu de lado e eu assenti.

Dei um beijo no rosto das duas e sai indo de volta até a UI. Quando entrei no box ela estava distraída olhando o bebê no berço. Quando me notou se levantou me olhando, não queria chorar ali na frente dela, mas meu rosto estava bem nítido.

- Quero me desculpar com você! Eu não sei o que deu em mim, eu estou nervosa, estou com dor, so queria ouvir que ele ia pro quarto com a gente e ouvi que vou ficar mais 24h distante, eu sei que fiz errado, não é sua culpa! Me perdoa, por favor?!

Ela segurava minhas mãos e eu olhei para elas.

- Eu te entendo, sei que é um momento mais seu do que meu, só queria te acalmar, e tentar ajudar!

- Olhe pra mim! - ela pediu e eu fiz - É um momento nosso!! Estou me sentindo péssima e ter feito você se sentir excluído! Só que somos o oposto um do outro, a sua calma em um momento que eu estou louca de vontade de gritar me deixou mais nervosa, mas não é você, fui eu!

- Tá tudo bem Ju! Eu entendo. Só quero que as coisas melhorem logo, que a gente possa ir pra casa e ficar em paz!

- Eu sei que ainda está muito chateado comigo, e eu não tiro sua razão, só fica aqui, não sai daqui não! - ela me abraçou e eu correspondi.

Eu não estava com raiva, mas estava chateado, eu entendi o porquê, mas me sentia mal. Ia passar, eu amo demais essa mulher, mas não queria me senti excluindo no assunto Pedro.

- Ju, só quero te pedir uma coisa.

- Sim, peça meu amor! - ela me olhou.

- Não me exclui ou me deixe sentir excluindo das coisas do Pedro, eu sempre vou respeitar você, seu espaço, mas ele é meu filho também. - pedi e ela assentiu.

- Não farei mais, eu te prometo.

- Obrigado! - sorri e selei os lábios dela de forma terna e juntei nossas testas.

- Eu amo você Piruca!

- Eu também te amo!

Ficamos nos curtindo por mais um tempo até que o Pedrinho chorou. Ju logo se aproximou e o pegou.

- Acho que é fome, a fralda está limpinha. - ela disse olhando a mesma.

- Da mama pra ele! Senta que eu te entrego ele. - aconselhei e ela assentiu pegando minha mão e se sentando devagar.

Assim que ela estava acomodada, peguei aquele trenzinho mais lindo e dei um cheiro nele antes de passar pra Juli.

- Cheirin bão!! - sorri sentando ao lado dela e olhando aquela cena.

- Cheirinho dele mesmo, né meu amor? Nasceu cheiroso igual o pai! - ela disse rindo e me olhou.

- A mãe não fica atrás não! - dei um cheiro no pescoço dela que riu.

Os momentos seguintes foram admiração, ele mamou bem e arrotou em seguida. Porém, os médicos iniciaram o banho de luz. Ficamos observando por um tempo. Ele começou a chorar por conta da máscara que foi colocada em seu rosto, era agoniante de ver, imagine pra ele.

As horas passaram, retornamos ao quarto quando Pedro finalmente se acalmou, nossas mães foram pra casa e aquela noite passou depressa, não sei se porque estávamos ansiosos.

Pela manhã, Juli tomou seu banho, já estava conseguindo andar melhor, e eu pude ajuda-la no banho. Em seguida tomei o meu e após o café iríamos ver o Pedro.

- Bom dia! - Andrea disse entrando no quarto.

- Bom dia!! - respondemos juntos.

- Como passou a noite Ju?

Ju explicou detalhes pra ela e onde as dores estavam te incomodando mais, logo a médica a tranquilizou avisando que era dentro do normal e que em breve tudo voltaria ao normal.

- Bom, eu tenho um notícia boa! Como estamos fazendo um banho de luz mais acelerado no Pedro, pedi que fosse colhido o sangue dele pela madruga, e o resultado dos exames saíram e a icterícia está estabilizada! Sendo assim, a luz já foi suspensa e daqui a pouco, vão trazer ele pra cá! - cada palavra era uma felicidade diferente.

Finalmente!!! Ele estava bem e poderia ficar ali com a gente.

- Meu Deus, amor, você ouviu?! Obrigada meu Deus, obrigada!! - Ju disse emocionada me abraçando, eu sorria como um babaca.

- Ta tudo bem com o bebê de vocês!! E eu não quero te dar esperanças, mas se não for hoje, amanhã darei alta aos dois.

- Andréa, que felicidade tudo isso!! Muito obrigado. - disse feliz da vida.

- Não me agradeça, esse é o meu trabalho que amo e faço com muito amor!

Assim que a médica saiu, liguei pra minha família avisando, assim como Ju. Estavam todos felizes e pedi a Bella que organizasse uma comemoração de boas vindas a Juli e o Pedro.

Quando a porta do quarto se abriu revelando a enfermeira com nosso bebê no bercinho, era a coisa mais feliz que imaginei viver.

- Mamãe, tem alguém com uma fome!! - ela dizia caminhando ate a cama.

Logo ele foi colocado nos braços da Ju, e agarrou seu seio com muita vontade. Sentei ao seu lado e abracei de lado admirando a beleza que era aqueles dois.

- Eu amo tanto vocês! Tanto, Tanto!!

- Nós amamos você também Papai!! - ela disse com voz de neném e nos beijamos.

ERA VOCÊ | RODETTEOnde histórias criam vida. Descubra agora