Flagrado!!!

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Eric voltou para a sua sala assim que a reunião teve fim. Aproveitou que Maria estava distraída o suficiente com os holofotes para sair dali sem ser percebido. Precisava fazer uma ligação com urgência. Mas Maria Pia não demorou muito para notar a ausência do marido. Foi logo se despedindo dos presentes para ir atrás dele. Já estava na porta da sala do marido quando o tom sexy da voz dele, lhe fez parar.

- Às 20h então.. Doido pra ver você. Bj, não se atrasa. Vou desligar antes que ela chegue aqui. -

Os olhos de Maria Pia se encheram d'água quase que instantaneamente.. Sua vontade era invadir aquela sala e exigir explicações do Eric. Mas optou pela opção covarde de recolher o orgulho e sair dali. Do que adiantaria falar alguma coisa? Flagrar Eric? Aí que ele ia lhe abandonar mesmo.

Enxugando as lágrimas, ela se dirigiu pra própria sala, ficando surpresa com a confusão que acontecia ali. Homens entravam e saíam, trazendo alguns móveis para dentro do seu escritório.

- Mas que bagunça é essa aqui na minha sala, heim?? Eu posso saber?? - Gritou ali com os funcionários, que pararam no ato.. sem saber o que dizer

- São ordens minhas, Doutora Camargo Neves E Silva - O tom de deboche no enfase no "e" não passou despercebido. Ela se virou imediatamente ao reconhecer aquela voz - Estou sem sala e não há pessoa melhor com quem dividir do que você, minha parceira, com quem irei trabalhar nesses primeiros meses - Ahh... aquele sorrisinho cretino que ele tinha no canto dos lábios.. e que deixa suas pernas bambas. Miserável de lindo!

- Você pelo menos podia ter me avisado, Vítor, me poupava o desconforto da surpresa já que não pode me poupar do desconfor da sua presença - Ela forçou um sorriso, antes de ir de lhe dar as costas e seguir pra sua mesa, enquanto deixava os outros acomodarem Vítor...

Atolada de trabalho, concentrada, ela nem percebeu que a arrumação já tinha terminado. E que já beirava a hora do almoço. Ela acabou até se assustando quando sentiu um toque suave em seu ombro. Vítor até pode sentir, entre seus dedos, o arrepiar do corpo dela

- Que susto, Vítor... Droga!-

- Eu te chamei.. mas você não tira os olhos desse computador -

- O que você quer? -

- Nada.. está na hora do almoço. Eu ia perguntar o que você acha da ideia da gente pedir um ravioli, aquele com cream cheese e bacon que você adora. Pra sobremesa a gente podia pedir profiteroles, a nossa preferida. - A boquinha de Maria Pia aguou quase no mesmo instante.. seus olhinhos castanhos chegaram a brilhar numa fome antecipada

- Eu não vou almoçar com você, Vitor! Pode tirar seu cavalinho da chuva - Ela tentou ignorar aquela tentação... voltando sua atenção pro computador. Mas Vitor a conhecia como ninguém...

- Que pena.. porque eu já pedi. Você não vai desperdiçar comida, neh Maria Pia? - Ah... aquele sorriso outra vez, era o suficiente para lhe desmontar toda

- Hm.. só porque eu acho um pecado inadmissível, ok? Tem muita gente passando fome. Mas não faça isso de novo! - Vitor tentou conter sua empolgação e o riso é claro, que fingida aquela mulher. Assentiu então em despedida, seguindo pra porta.

- Hey, onde você vai??? - Maria Pia questiona, quase em tom de desespero.

- Tenho uns pontos a tratar com Sabine. Não se preocupe, meu amor, volto antes da nossa comida chegar - Ele fecha a porta, evitando o que porta-canetas que ela lança acerte sua cabeça, rs. E ainda ali na saida, ele rir do xingo que ela solta e que ainda conseguiu ouvir. Ela também acaba por sorrir, daquele ser odioso.

Nós dois, o seu amor sou eu!Onde histórias criam vida. Descubra agora