Nós dois, o seu amor sou eu!

Ainda pertenço a este lugar!

Aquela noite, custou a passar para Vitor Aguiar! Sua ansiedade, sua revolta, não o deixava dormir. Já estava amanhecendo quando ele foi vencido pela terceira garrafa de vinho e pelos inúmeros discursos que ensaiava, tentando ver como contar pra Maria Pia. No fim, adormeceu.

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flashback on

"Pra que? Pra que, Vitor? Pra ele me largar como você fez?? Me poupe - Ela passa por Vítor.. no que ele agarra seu braço, num rompante de raiva - Eu vou fazer você engolir cada palavra. Vou te mostrar que o seu amor sou eu, Maria Pia"

flashback off

Aquela palavras não saíam de sua cabeça, por mais que quisesse! A força dos dedos dele apertando seu braço, aquele brilho apaixonado que sempre viu naqueles olhos castanhos. Aquela coisa selvagem, quase que animalesca ...Ah! A fazia  se sentir VIVA em cada pontinho epidérmico do seu corpo, que ainda reconhecia aquele toque...

Se levantou para beber água e aquietar os pensamentos! Já passava de meia noite e Erick não tinha chegado. A constatação lhe deixou triste, com imagens sujas do que ele poderia estar fazendo.

Maria Pia bebeu toda água e se apoiou na pia um tanto pensativa, não demorou para ir se recolher. Já deitada em sua cama, ouviu Erick subindo pela escada, olhando o relógio na cabeceira, faltava alguns minutos para as duas da manhã. Envergonhada, sentindo- se humilhada, Maria apenas fechou os olhos, fingindo dormir. Mas ela sentiu um cheiro doce vindo da roupa que ele despia.. antes do mesmo ir pro banheiro da suíte tomar um banho.

Ela ainda sentiu o peso dele se afundar na cama antes dele virar as costas e ir dormir.

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De manhã bem cedo, o sol nascendo ainda, Maria já estava com os olhos bem abertos. Resolveu ir correr, aquietar os pensamentos e o coração, uma corrida pela orla sempre lhe acalmava, uma hora seria o suficiente.

Quando voltou, Erick ainda dormia! O que foi bom, não queria a companhia dele na ida ao trabalho.

- Bom dia, Dona Maria! Dona Sabine pediu que você fosse a sala dela assim que possível - Avisou Ingrid, sua secretaria!

- Obrigada, vou subir agora então. Deixa na minha sala, por favor? - Indicou a bolsa a e as pastas que deixou sobre o balcão... E com o "sim, senhora" da secretaria, agradeceu antes de seguir pro elevador - Ah, Ingrid... sem senhora, por favor! Assim você acaba com toda minha auto estima e gostosura que consegui com uma sacrificante corrida de uma hora - Piscou pra ela, antes de pegar o elevador.

Sabine Favre estava de pé, admirando a vista que a parede feita toda de vidro lhe oferecia, esperando por Maria Pia. Ela pode ver as nuvens negras se formando no céu, anunciando uma tempestade próxima.

- Me procurando? - Maria Pia se anunciou, o que faz a mais velha se virar num sorriso, mas os olhos sagazes da mulher logo notaram que tinha algo errado

- Tá tudo bem? - O tom de preocupação não passou batido

- Só uma noite difícil, Madrinha! Mas só vamos nos desgastar falando dele - Sabine revira os olhos, sabendo bem de quem era o assunto..e resolve se aproximar da afilhada...

- Vem aqui, Maria Pia.. - Sabine a pega pela mão, levando-a até o estofado de dois lugares, sentando-se e fazendo com que ela fizesse o mesmo - Quando eu falo do Eric, demonstro o meu desgosto, não é que quero brigar com você, minha menina. É que... é difícil pra mim, como sua madrinha, ver você sofrer! - Ela segura com mais força a mão entrelaçada - Maria Pia, você é a linda, inteligente... olha ao seu redor, veja o que você me ajudou a construir. Eu te amo, Maria! Como posso ficar indiferente a isso? - A mão livre é guiada até o rosto da afilhada, e num suave deslizar do polegar, quase que num afago, lhe enxugou a lágrima.