Prólogo

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[🐺]

Hoseok se perguntava como pôde ser tão desligado, havia esquecido que ao completar a maioridade iria se transformar. Caminhava apressado pelos becos escuros e úmidos da cidade, buscando cegamente por um abrigo onde pudesse encontrar refúgio para a metamorfose que iria passar. 

Agora lá estava ele, com os recém vinte e um anos, com uma dor terrível que vinha do interior dos ossos e estava bem longe de casa. Maldita hora em que aceitou ir madrugar na casa de Yoongi, não acreditava que aquilo estava acontecendo consigo.

Com o passar dos séculos, o mundo veio a se revolucionar e diversos experimentos foram realizados em busca de uma evolução não natural na humanidade. Notando a compatibilidade entre o DNA lupino e o humano, essa mistura foi feita e consequentemente resultaram em novas classes de pessoas.

Haviam os Alfas, considerados mais fortes que qualquer outra classe, com uma pendência maior ao descontrole do lado lupino e geneticamente capacitados de diversas qualidades como inteligência e perspicácia. 

Betas eram quase comuns, tendo todas suas características equiparadas a de um humano normal, talvez com uma resistência maior a ferimentos e doenças. 

Os ômegas eram conhecidos pela delicadeza de ser e a habilidade de extrema manipulação, sendo melhores em raciocínio lógico do que em força física.

Nessas classes haviam suas próprias subseções, como os lúpus e os originais. Por fim, existiam os híbridos que eram resultados da reprodução entre um humano comum e um modificado pela ciência. 

A grande questão para Hoseok era que: não era um híbrido.
 
Primeiro, por ter sua transformação somente após os 21 anos, quando os híbridos já nasciam e se desenvolviam com seus características extras. Segundo, seus amados pais eram puros. 

Sim, Jung Taeyon e Jung Mingyu eram o exemplo perfeito de casal alfa-ômega.

Desde pequeno, o Jung já sabia que seria diferente. Viu sua irmã mais velha passar por essa situação e tornar-se uma alfa lúpus incrível. 

Seu maior sonho era ser como ela, talvez um beta também. Mas, um ômega jamais.

Sabia a realidade difícil dessa classe considerada mais fraca, assim como também era de seu conhecimento que um ômega treinado era uma arma letal. Sua mãe nunca fora do perfil indefesa.

Voltando ao momento de seu terror, a cada passo o rapaz, sentia a dor triplicar e uma sensação de que algo ia mudar e ele não conseguiria impedir nem adiar. Como se viesse de seu interior e fosse explodir em algo fora de seu controle.

No ápice de seu sofrimento, encontrou um pequeno bosque naquele fim de rua e entrou no mesmo correndo com todas suas forças restantes. Iria se transformar querendo ou não e não era algo que todos estavam preparados para presenciar.

Mal pisou na clareira local e caiu sobre seus joelhos, seu corpo começou a se alterar e sentiu como se todos seus ossos estivessem quebrando de uma vez só.

Em um grito, sentiu perder a noção de espaço e tempo enquanto os canais lupinos entravam em conexão com o restante de seu corpo e logo em seguida apagou.

     
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Kim Taehyung estava cansado e desiludido, se comparando a uma criança que descobre a verdade por trás de lendas como a da fada do dente. Esperava por seu destinado já haviam três anos e nada, talvez fosse apenas um mito mesmo. 

Com seus vinte e quatro anos completos, o jovem já era alguém invejável. Dono de uma beleza extraordinária e de uma riqueza absurda, o herdeiro dos Kim já possuía o cargo de CEO após muito trabalho duro.

Sempre soube que seria um puro, afinal isso era algo de família. Todos de sua parentela se relacionavam apenas entre os inteiramente lupínos. Ao se transformar se surpreendeu por ser um alfa lúpus, levando em conta que por todo aquele começo de vida foi uma criança e adolescente calmo e tímido.

Mas,  com a transformação as mudanças vieram. 

Como a transição de hormônios, seu próprio corpo desenvolveu-se mais e seu rosto tornou-se másculo. Ainda mantinha a mesma essência de antes, porém seu exterior ficou bem diferente e fazia jus a sua classe. 

Na personalidade houveram algumas modificações. Não conseguia expressar seus sentimentos tão abertamente, além de uma possessividade maior em relação às suas coisas e pessoas importantes para si.

Sua voz adquiriu um tom grave e profundo, que se multiplicava sempre que usava a “voz” de alfa.

Sabia que havia se tornado alguém espetacular, que sua beleza extravagante fazia com que betas e ômegas suspirassem por si quando passava.

Mas, seu coração doce ainda estava ali, bem ao fundo. Não conseguiria se envolver com ninguém que não fosse seu destinado, assim como sua avó lhe contava.

“Todos temos nossas almas gêmeas meu pequeno, e somos interligados a elas por um pequeno fio vermelho amarrado em nosso mindinho. Algum dia encontrará a sua, e quando isso acontecer entenderá o porque de nunca ter amado antes.”

No entanto,  haviam se passado três anos desde sua transformação e ninguém apareceu. Seu lobo não aceitava ninguém, não havia ninguém que o fizesse sentir vontade de amar. 

Até encontrar aquele ruivinho desmaiado no bosque.


°•°
Tô reescrevendo e postando essa aqui pra uma leitora linda que lia ela em outra conta, espero que esteja melhor ;)

Um alfa em minha vida - Vhope Onde histórias criam vida. Descubra agora