Yuri com seus 21 anos está na faculdade, bonito, amigável e bem humorado, era o tipo de rapaz que fazia amizades facilmente.
Ele é homossexual e ainda não havia se assumido para todos, somente para sua família. Então, seus relacionamentos foram pou...
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Como eu sonhei, por tempos, ter ele novamente comigo. Eu não fui um dos caras mais santos do mundo. Errei... mas quem não erra? Só que percebi bem cedo que não poderia machucar o Yuri.
O Carl, não sei como, conseguiu imagens minhas com o Ted e usou isso pra me chantagear por muito tempo. Só que nunca foi nada grave, até ele vir com a ideia de que queria tirar um concorrente do caminho.
Me disse que desconfiava que o colega de trabalho era gay. E disse que percebeu que ele não daria bola pra ele. Já que parecia que queria esconder de todos sua sexualidade, então não se envolveria com um colega de trabalho, principalmente um que concorria por um cargo melhor, junto com ele.
- É simples, Lucky. Você vai dar em cima dele... você é bonito, nem parece o tipo que dá o...
- Não precisa falar - interrompi -, só me diz quem é, e o que eu tenho que fazer.
- Já disse, ele se chama Yuri, é loiro, olhos azuis, muito bonito. Você dará um jeito de sair com ele e tirar fotos comprometedoras dele.
- E o que você vai fazer com essas fotos?
- Vou chantagear ele. Mas fique calmo, será algo leve. Só vou pedir pra ele desistir de concorrer comigo ou mostro para alguém a foto. Só isso.
- E quando eu vou conhecer esse cara?
- Breve. Só que eu não poderia imaginar quem seria minha "vitima". Eu tentei, de verdade, fazer o que o Carl me pediu. Só que me apaixonei pelo Yuri e me vi entre a cruz e a espada.
Se eu desistisse de fazer a foto, o Carl entregava o que tinha para a esposa do Ted. Se eu fizesse, acabaria com a imagem do Yuri. Então tive a ideia de tentar enrolar o Carl. Eu tiraria uma foto simples do Yuri e levaria pra ele.
Fiz isso, mas o Carl não ficou feliz.
- Que merda de foto é essa?
- Uma do Yuri nu.
- E o que eu faço com essa merda? Isso aqui não compromete ele em nada. Eu quero algo mais íntimo, indiscreto e comprometedor. Eu sei que ele vai sair com você. Então trate de me dar algo que preste.
Meu plano era enrolar o Carl, ao menos até o resultado de quem ficaria com o cargo sair. E pro Carl não tentar nada contra o Yuri, assim que o Yuri ganhasse o cargo, pois sabia que ele tinha muitas chances de ganhar, eu daria um jeito de afastar o Yuri daqui por uns dias. Porém, no fim de semana antes do resultado, o Carl apareceu na minha casa de surpresa, ficou me fazendo um monte de perguntas e dizendo que tinha certeza que iria ganhar.
- Então, não preciso mais fazer o que você queria? - perguntei.
- Não. Tenho certeza que o cargo será meu.
- Pode ficar feliz. Agora ele virá pra você, triste e perdido, quando perder o cargo. Você vai consolar ele - disse o Phill.
- Onde fica o banheiro? - perguntou o Carl. Assim, eles me enganaram. Plantaram uma câmera no meu quarto e tudo aconteceu. Eu tentei tirar o Yuri daqui, pois achei de verdade que ele ficaria triste de perder o cargo, mas eu só pensei que ... se o Carl estava tão seguro, é porque sabia de algo que eu não.
Mas aconteceu tudo errado. O Yuri não quis nem me ouvir. Praticamente a culpa de tudo caiu sobre mim.
Ele se afastou e eu o procurei por meses...
Agora ele está dormindo aqui, do meu lado, lindo... como ele é bonito! Minha branca de neve...
Passo a mão por suas costas, enquanto ele está de bruços e num sono tranquilo.
- Como eu senti sua falta - me aproximo um pouco mais e beijo seu ombro e cheiro seu pescoço - Como eu gosto de você... Ele suspira profundamente e abre aquele olho azul maravilhoso. Me sorri e depois fecha o semblante olhando em torno. Levanta o corpo, apoiando o mesmo sobre os braços e olha rápido ao redor. Senta na beira da cama e começa a resmungar algo baixinho.
- Tá tudo bem, bonitinho? Ele não responde a apanha a bermuda no chão, indo para o banheiro. Não demorou e ele sai vestido na roupa que chegou aqui.
Começa a procurar por seus sapatos...
- Yuri... Sentei na cama me cobrindo com o lençol e tentando chamar sua atenção.
- Bonitinho... - tentei tocá-lo enquanto ele calçava seu sapato.
- Não me toque!
- O que?
- Não me toca - ele ficou de pé, me olhou com raiva, pegou o celular e enfiou no bolso - Eu não acredito que fiz essa merda!
- Do que você tá falando? Senta aqui... vamos conversar - tentei pegar em sua mão, mas ele puxou a mesma.
- Eu não quero conversar. Eu quero ir embora. Já tive o que queria...
- Yuri, do que você tá falando?
- Realmente, o Carl tem razão, voce é burro! Ele deu um sorriso nefasto, e apontou o dedo na minha cara. Eu não tava acreditando que ele tinha me chamado de burro.
- Não me chame de burro...
- Entenda uma coisa, Lucky... foi só sexo. Eu usei você, como você me usou um dia.
- Eu nunca usei...
- Cala a boca, seu idiota!
- Não faz assim, Yuri. Eu amo você.
- Mas eu não amo você! Nunca amei e nem vou amar. Você é digno de pena. Está tão... Ele saiu do quarto, me enrolei no lençol e levantei, indo atrás dele.
- Bonitinho...
- Não me chama de bonitinho, porra!
- Você disse que tinha me perdoado. Tivemos... o que tivemos naquele quarto...
- O que tivemos lá, foi eu te fodendo como você fodeu a minha vida. Acha mesmo que eu iria te perdoar assim tão fácil?
- Então... por que não me deixou ir?
- Porque eu vi a chance de me vingar. E o tal Ted, estava certo... você só precisava dar pra outro e esqueceria dele... agora sou eu quem diz... Eu não quero sua porcaria de amor, sua bichinha... quando você der seu rabo pra outro você me esquece.
Ele foi pra porta e antes de sair, olhou pra mim, que não conseguia dizer mais nada... estava tudo se repetindo e eu nunca imaginei ouvir aquilo do Yuri... estava sentado no chão, envolto no lençol e chorando.
- Eu amo você... mas você está cravando uma faca no meu peito, Yuri. Não faça isso... me diz o que tem de errado? Esse não é você!
- Você não me conhece e nem vai... se você chegar perto de mim, eu não respondo por mim. Eu tenho nojo de você... Lucky Ferran.
Ele saiu batendo a porta e me deixando afogado em lágrimas e com o coração despedaçando com cada palavra que ficava repetindo em minha cabeça.
