Fernando ( Livro 2)

PARTE 5

Os dias foram passando, e o juiz ordenou que as crianças passassem dois dias da semana comigo. Os dias a serem escolhidos seria decidido entre eu e Cintia... Pra não gerar problema eu deixei que ela mesmo escolhe-se os dias, e me mandasse as crianças. Independente de ser final de semana ou não, eu daria um jeito em tudo.

A gravidez de Ana estava tranquila, ainda era cedo demais e a barriga dela não dava pra notar que tinha alguém ali dentro. Como eu imaginava, Ana fazia tudo como se nada tivesse acontecido. E eu sempre no pé dela pra que ela pegasse leve em tudo. "Estou grávida Fernando, e não doente" Essa frase eu ouvia várias vezes ao dia.
Eu quis convencê-la a não ir trabalhar no escritório, mais ela fez questão de continuar sua vida como estava. Pra minha sorte, Cintia resolveu me mandar as crianças só no fim de semana. Eu agradeci por isso, era os únicos dias em que eu estava em casa. Nós não havíamos contado a ninguém sobre a gravidez, a mãe de Ana mal falava com ela depois de tudo, e a minha mãe tinha raiva pela decisão que eu havia tomado na minha vida. Mais uma hora todos iam saber...

Era sábado de manhã, acordamos cedo pra receber as crianças. Ana havia preparado a mesa do café, cheia de bolos biscoitos e doces, tudo feito por ela mesma. Ela queria receber eles em grande estilo, Amanda principalmente já que Lucas era muito pequeno.

- Como acha que ela vai reagir? - Perguntou Ana enquanto se sentava no sofá da sala. Nós havíamos combinado de contar a Amanda sobre a gravidez. Ela seria a primeira pessoa a saber depois deu.
- Amanda é uma menina doce e amável. Ela te adora lembra? - Falei.
- Fico com tanto medo de tudo Fernando... Das pessoas não gostarem do nosso filho, dele não ser querido.
- Ei ei ei... Ele vai ser muito amado por nós dois, e todos que conhecerem ele ou ela, vai se encantar também.
- Estou falando da nossa família... Só meu pai que me apoiou, até sua mãe ficou contra nós.

Fui até ela e sentei ao seu lado.
- Isso não é coisa pra ficar se preparando agora meu amor, vamos viver esse momento feliz juntos tá bem?
Ela concordou com a cabeça e me abraçou.
Uns minutos depois a campanha tocou.
- Eles chegaram. Você quer recebê-los comigo? - Perguntei enquanto me levantava, já sabendo da sua resposta antes mesmo dela falar.
- Claro que não. Cintia me odeia lembra?
- Então já volto!

Deixei Ana na sala e fui depressa abrir o portão.
Pará minha surpresa, quem estava descendo do carro eram a mãe, e não Cintia.
- Mãe? - Perguntei olhando pra ela.
- As crianças estão no carro. Cintia não ia se rebaixar vindo na casa de vocês, ou acha que ia? - Respondeu ela debochando.

Fui até a porta traseira e abri, Amanda estava tirando o sinto da cadeirinha de Lucas.
- Ele dormiu no caminho. Estava com muito sono. - Disse ela.
- Oi filha, deixa comigo que termino aqui.
Ela desceu pegando sua mochila e eu peguei Lucas no braço.
- Você sabe que não te apoio filho, mais estou fazendo isso pelas crianças. E já que estou aqui, quero conhecer sua casa.
- Fique a vontade. - Falei fechando a porta.
Minha mãe pegou a bolsa de Lucas e me acompanhou. Eu ao estava esperando por isso, e não sabia como ia ser a reação dela quando estivesse de frente com Ana novamente.
Assim que entrei, Ana estava no jardim com Amanda. As duas pareciam ser melhores amigas, e estavam rindo muito.
Assim que Ana viu minha mãe entrando atrás de mim, sua expressão mudou. Ela olhou pra mim assustada, como que não tivesse entendendo nada.
- Não quero que a senhora seja grossa com ela, e não a desrespeite.
Minha mãe não respondeu nada.

- Ana, vou colocar Lucas na cama e volto já.
Ela concordou com a cabeça. Enquanto isso andei o mais depressa pra deixar Lucas na cama, eu não podia deixar minha mãe sozinha com ela.
Assim que voltei, encontrei as duas no mesmo canto, caladas.
- Bom, vou mostrar a casa a vocês. - Falei segurando na mão de Amanda.
Minha mãe acompanhou a gente e Ana veio logo atrás.
Mostrei todos os cômodos a minha mãe e Amanda, enquanto Ana ficou na sala.
Quando terminei de mostrar, fui até o lado de fora acompanhar minha mãe.
- É uma bela casa filho. Pra quê tudo isso? Você acha que ela merece mais do que a mãe dos seus filhos?
- Não acredito que a senhora está me perguntando isso...
- Fique de olho aberto, é só o que quero te dizer. Ana é mais esperta do que eu esperava. Só tenha muito cuidado pra ela não te dá o golpe da barriga, é a primeira coisa que esse tipo de mulher faz.
- Ana não é como as outras mãe. É não vou permitir que fale desse jeito sobre ela... Se não gosta, não precisa ofendela, porque ela nunca fez isso com a senhora.

Ela abriu a porta do carro e entrou, apenas acenando pra mim.

Assim que voltei, Ana estava conversando com Amanda no sofá.
- Pai, eu amei a casa de vocês. - Falou Amanda sorrindo.
- Eu sabia que você já gostar filha, agora vamos tomar café?
- Vamos!
- Enquanto vocês vão se servindo, vou vê se Lucas está bem. - Falou Ana se levantando.

Fui com Amanda até a mesa, e nós sentamos.
- Essa mesa tá muito bonita, acho que não vou conseguir experimentar de tudo. - Falou ela rindo.
- Claro que vai, senão conseguir. Ana guarda e você come mas tarde.
Ana voltou do quarto e se sentou com a gente.
Ela estava com o rosto tenso ainda, devia está processando tudo tinha acabado de acontecer.
Eu sabia que ela não queria contar nada a Amanda agora sobre a gravidez, mais eu estava feliz demais pra guardar esse segredo de todo mundo. Já havia se passado alguns dias desde que descobri que seria pai pela terceira vez, e eu queria que minha filha fosse a primeira pessoa que eu contasse.
Olhei pra Ana, e seu olhar me encontrou. Fiz que sim com a cabeça, e ela compreendeu concordando comigo enquanto sorria.
- Filha... Eu e Ana queremos te contar uma novidade.
Amanda estava comendo um pedaço de torta de morango, era. A sua preferida... Ana havia dormido tarde na noite anterior, só pra prepará-la.
- Qual novidade? - Perguntou ela.
- Bom... Você e Lucas vão ter um irmãozinho.
- Ou uma irmãzinha. - Disse Ana.

Amanda sorriu colocando a mão na boca.
- É sério?
- É sim. - Concordei também sorrindo.
Ela se levantou da cadeira, eu achei que viria me abraçar... Mas, foi até Ana e lhe deu um forte abraço.
Ana sorriu pra mim enquanto abraçava ela.

O final de semana foi tranquilo. Levamos as crianças ao parque e brincamos bastante com os dois. Ana estava sorrindente e feliz por saber que Amanda ficou feliz pela gravidez. E eu mais ainda... Lucas era pequeno demais pra saber tudo que acontecia a sua volta, mais também estava muito feliz por estar com Ana, ele adorava ela...
No final do domingo eu fui levar as crianças em casa, Ana não quis ir e eu entendia. Logo quando voltei pra casa depois de ter deixado eles, encontrei um papel colado no portão pelo lado de fora. Desci do carro antes de abrir o portão e peguei a folha que estava lá.

        A FELICIDADE DE VOCÊS DURARÁ POUCO

Rasguei a folha e joguei no lixo ao lado. Quem estava por trás disso? Eu não sabia se devia me preocupar ou não, se devia tomar uma iniciativa e fazer algo ou apenas da um gelo e deixar a pessoa por trás disso tudo decepcionada por eu não me importar. Mais uma coisa eu tinha certeza, eu não ia contar a Ana sobre esse segundo bilhete. Eu não ia deixar nada tirar a felicidade que está estava no rosto.