BNA: Brand New Animal

Caída da cama

P.O.V - Michiru Kagemori

Ao despertar, não sei se sinto alívio ou apenas cansaço, a noite foi digna de momentos incansáveis de pesadelos e remexidas no colchão, apesar do sonho não ter sido dos melhores, nem mesmo consigo recordar de nada sobre ele, suspiro.
Pego meu celular e vejo o horário...humm 5 horas da manhã praticamente, e se eu voltar a dormir não conseguirei acordar tão cedo. Com certa luta e rejeição da ideia, me levanto e, lentamente vou fazendo minha higiene.

Após isso resolvo subir as escadas que dão acesso ao terraço, talvez na esperança de um belo raiar do amanhecer me esquentar com sua beleza, e me fazer sentir melhor. Abro a porta e sigo para a grade, entretanto parei quase que congelando, não sei se de frio ou ao perceber uma figura alta de preto, e um cabelo tão loiro que se assemelha a branco, é Shirou sem dúvidas, ele também não conseguiu dormir direito? Será que é uma boa ideia eu ir até lá? Me pergunto como está o humor dele.

-Eu sei que você está aí.

-A-Ah, desculpe -caio na real, e eu estava a 5 minutos olhando pras suas costas, qual é meu problema? Me aproximo, agora ficando "perto" do albino.

-Pelo quê?

-Uh? Ah, te incomodar e...sobre...sobre ontem.

O mesmo ouvia silenciosamente, sem direcionar o olhar.

-Eu sei que devia tentar entender melhor as coisas, já que estou nessa cidade, mas não consigo me sentir bem com certos tipos de...situações.

Vejo de canto de olho o mais alto, que dessa acaba de se virar indo embora, talvez não fosse o melhor momento para esse assunto, porém oque eu devia esperar? Esse cara odeia humanos, e eu sou uma! Ou pelo menos era. Abaixo minha cabeça, e depois levanto-a lentamente para cima, o céu...

Fico surpresa com um tecido cobrindo minhas costas, olho para ver e...

-Aqui sempre é frio no amanhecer, então trate de não se resfriar.

-Obrigada! Terei cuidado sim -sorrio contente, ele é alguém legal no fundo, he, he.

-Quanto ao pedido de desculpas, apenas não se meta em mais confusões, e nada de se transformar em público.

-Quê??? Porqueeee?

-É perigoso, se alguém que trabalhe como anti-feral te notar, você com certeza se tornará um alvo em potencial, e eu não posso ficar sempre de olho em você. Sem dizer que também causaria um caos se os humanos soubessem.

-Certo, eu acredito em você -puxo o sobretudo ajeitando-o em meu pequeno corpo, apoio meus cotovelos na grade fria, e depois faço o mesmo com uma das minhas mãos em meu rosto, direcionando um olhar divertido ao Shirou- afinal, você protege todos os ferais né? E agora eu sou uma!

-Somente no papel, tanuki.

Talvez tenha sido impressão minha, apesar disso, tenho certeza de que vi um pequeno sorriso no canto de sua boca. O sol começou a nascer, tão belo como sempre, não consigo desgrudar meus olhos, o céu saindo do rosa e roxo para um azul forte e lindo. Me sinto duplamente melhor agora, por ter consertado as coisas com ele e, por assistir esse espetáculo.

-...você não conseguiu dormir direito?

-Ah, algo por aí, não tenho muito oque dizer mas, apenas foi uma noite ruim.

-O sr e sra Horner terminaram de arrumar seu "quarto" para ser aqui em cima.

-Aqui?! Puxa, estou empolgada!

-Por dormir em um antigo sótão arrumado?

-Nãão, porquê ficará bem mais fácil de ter esta bela visão do amanhecer.

Agora encontrava-se os dois inertes na visão do céu. Nem mesmo percebemos o passar do tempo, Animalia não tem muitos espaços verdes, contudo se prestar atenção, o som dos pássaros ainda é claramente audível, fecho os olhos sentindo a brisa bater em meu rosto.

-Ah, aí estão vocês! Venham, o café está na mesa.

-Certo, já vamos.

Calma, o café? Que horas são? Ficamos tanto tempo aqui que eu não percebi?! Até parece que as horas passaram voando, observo o albino ir em frente, ando rápido segurando uma pequena parte de sua manga preta, que o faz olhar pra trás.

-Obrigada pelo seu casaco -sorrio alegre.

Recebo um assentir de sua cabeça, e seguimos para a cozinha onde a mesa, inclusive, estava posta.

Comemos sossegadamente, eu bebia uma deliciosa xicará de chá enquanto Shirou optou pelo seu café puro e sem açúcar, não entendo como ele pode beber algo tão amargo, só de pensar minha garganta já começa a coçar em agonia.

-Oque estavam fazendo no terraço tão cedo?

-Ah...nós, nós estavamos apenas...

-Estavamos conversando já que os dois caíram da cama, nada demais.

Foi estranho eu me embolar para contar o ocorrido, só que mais incomum ainda seria se eu simplesmente dissesse que estávamos vendo o nascer do sol enquanto conversávamos, e algo me diz que esse casal só iria ouvir metade do que eu iria dizer.
As vezes me sinto como se ainda estivesse no ensino médio, por conta de certas piadas e coisas que acabam acontecendo.
Lembrar que tive que terminar os meus últimos meses de estudo pelo notebook, e ainda por cima trancafiada em casa por conta desta forma não é a melhor das cenas para recordar, todavia acabar por ajudar com a saudade que sinto de casa.

Termino de comer, e vou levando a louça na pia para lavar, e pego todo o resto também, e quando acabo noto que não há ninguém na mesa.
Sigo para meu pequeno quarto, pegando meu casaco.

Enquanto arrumava o cômodo para poder sair e dar uma volta, deixo sem querer uma caixa cair, ainda bem que não fez tanto barulho e....espera, é uma bola de basquete?! Aaaaaaah que saudade eu estou de jogar um pouco, nossa! Talvez eu possa praticar um pouco no terraço, é tão grande, deve ter espaço suficiente. Ajeito a caixa de volta para onde estava e, sigo para o terraço novamente.

Na primeira vez eu não tinha percebido, mas há uma cesta de basquete, até mesmo uma mesa com guarda-sol, onde o Albino se encontrava deitado na cadeira, lendo seu jornal calmamente.

_____________________________
Provavelmente irei editar esse capítulo mais tarde, ele ficou meio que feito nas coxas, mas espero que gostem. Depois irei arrumar e deixar bunitinhu