Sua beleza causava inveja e ira nas outras mulheres.
Sua força e astúcia eram o seu escudo e sua lança, para a proteger dos que lhe julgavam.
Sua bondade e gentileza era como a chuva, que abençoava os mais necessitados.
Ah minha amada, tu nasceste p...
Se eu sou louco é misericórdia. Que os deuses tenham pena do homem que, em sua insensibilidade, pode permanecer são para o terrível fim."
H.P. Lovecraft
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Agatha não sentia frio, não sentia o molhado da terra e nem a brisa do vento. Seus olhos estavam abertos mas encaravam o vazio. Mãe velha sabia que seu espírito não habitava mais o corpo e se culpava por ter permitido que toda essa tragédia acontecesse.
Os aldeões voltaram para o templo e pegaram um enorme tecido que cobria a estátua do deus mais temido, para envolver o pequeno corpo da garota. Mãe velha se recusou a fazer toda a preparação do corpo no templo que havia sido profanado e então, fizeram uma pequena maca de folhas e galhos para transportar o corpo até o riacho próximo, para que o fosse lavado e preparado.
Mãe velha, havia banhado o corpo de Agatha e a vestido com o pano que outrora estava na estátua. O único pano intacto. Mãe velha sabia em seu íntimo que esse abuso não ficaria em vão e que as consequências seriam terríveis e que ela iria pagar também.
De acordo com a tradição, o corpo velado deveria ser lavado e perfumado, arrumado e colocado sobre uma pira de sândalo para que pudesse ser contemplado pelas estrelas e pelos deuses e enquanto se acende a pira e o corpo queima, sua alma seria pega pelos deuses que viriam em seus barcos.
Mãe velha sabia que Agatha era destinada a coisas grandiosas e que seu par iria buscá-la porém agora, mãe velha teme a chegada dele.
Todos no momento, ficaram em silêncio enquanto as preparações eram finalizadas e quando a mãe velha iniciou os cânticos fúnebres, o céu começou a se fechar e uma ventania anormal passou por entre eles, agitando as árvores bruscamente.
A mãe velha sabia de quem era esse efeito, mas continuou cantando com toda a dor que sentia. As lágrimas caíam de seu rosto enrrugado e todos estavam de cabeça baixa em respeito a garota que agora queimava na pira.
Enquanto alguns estavam com a mãe velha , Erik estava em sua casa, remoendo o encontro sinistro com os espíritos.
Sua loucura estava apenas começando...
Os trovões soam alto e assustava as pessoas que após o fim dos cânticos voltaram para a vila. Todos menos mãe velha. Ela sabia quem estava vindo e por isso, ela precisava ficar ... sabia que não iria voltar para casa.
Os aldeões chegavam na vila e para aqueles que tinham ficado para trás foram informados sobre o ocorrido e no meio deles havia Erik, como se nada tivesse acontecido.
Sim, alguns o questionaram e até mesmo chegaram a querer agredi-lo mas sem provas, ele saiu ileso. E com isso o silêncio se fez presente enquanto todos ainda se recuperavam da noticia de que Agatha jamais seria vista pela aldeia novamente.
