Depois que eu fiquei sozinha com várias perguntas resolvi ir aos estábulos, ia encontrar o Antônio lá. A caminhada até lá me fez pensar e analisar cada palavra da minha avó, não cheguei a conclusão nenhuma.
- Tá pensando em que, irmã? - ele apareceu do nada.
- Puta que pariu Antônio, vai acabar me matando assim - ele me deu o maior susto.
- Tá com medo de que garota? - arqueou as sobrancelhas.
- Nada, só tava pensando.
- O que te fez pensar tanto?
- A vó Helene falou umas coisas - disse sem importância.
- O que ela disse? Não me dá a fofoca pela metade né.
- Você é muito enxerido hein - dei um soco no ombro dele.
- Não, só quero me manter informado, ué.
- Que tal a gente cavalgar um pouco? - tentei fugir do assunto - o dia tá lindo lá fora, mesmo no outono.
- Você não vai escapar, irmã - garantiu. - Mas eu gostei dessa ideia.
Eu sempre gostei de cavalos, eles são fortes e amorosos, principalmente o Black Jack, ele foi um presente do meu pai. Ele é um amigo pra mim, sempre me ouvi e não reclama, até porque ele não fala. Ele também é lindo, tem o pelo todo preto brilhante, é muito grande e dócil, quando eu o ganhei ele era um potro. Foi o melhor presente.
Meu irmão estava ao meu lado em silêncio, essa é uma das coisas que gosto nele, nunca faz pergunta. Antônio era o mais próximo de mim em toda família, o que me entende e aconselha, nós sempre nos demos bem. Eu nunca escondi nada dele e não vou fazer isso agora.- A vó quer me levar embora com ela,ela me quer na corte.
- Hã? Por que? Ela nunca gostou muito da gente.
- Ela não disse "a gente" - apontei para nós dois. - Ela quer me apresentar na corte.
- Eu não tô entendendo nada - a confusão tava estampada no seu rosto.
- E você acha que o eu entendi? Tô até agora pensando.
- Por que ela quer você e não a Annya? Ela vive pra isso.
- Ela acha a Annya artificial e falsa, igual a Agnnes - dei de ombros.
- É, ela tem razão - concordou ponderando sobre. - Mas ela tem vários outros netos, ainda não faz sentido.
- E quando eles de fizeram sentido?
- Nunca - rui.
- Ela disse que eu tenho tempo pra decidir e falar com ela. Mas não quero ir sozinha.
- Fala isso com ela, ué.
- É, vou falar.
- Vai contar isso pra Thalia?
- Não sei, talvez - dei de ombros.
O resto do passei foi silêncio, só o canto dos pássaros que se ouvia. Quando resolvemos voltar já era hora do almoço, acabei esquecendo o treino. Annya foi nos encontrar nos estábulos, o que é muito estranho, já que ela odeia ficar lá.
- Tava procurando você Et.
- Eu? - tem alguma coisa errada.
- Claro irmã, quem mais séria? - disse sorrindo, a falsidade dela me surpreende as vezes. - O que a vovó falou com você?
Olhei pro Antônio procurando uma resposta, acho que ele pensou o mesmo que eu, já que fez sinal negativo com a cabeça.
- Nada demais, irmã - ela fez cara feia.
- Você não confia em mim?! Vai me conta- fez bico, tentando ser fofa, o que só tirou risadas minha e do meu irmão.
- Já falei, Annya, não foi nada - saí pra guardar a sela do meu cavalo e ela me seguiu.
- Por que não quer me contar? - ela já estava vermelho de raiva.
- Annya, ela não falou nada. Se quiser vai perguntar ela e me deixa em paz! - empurrei ela pra sair dali.
- Você não pode fazer isso comigo!!!!!
- Ah, cala boca garota.
- Parece que a irmã mimada não tá satisfeita com alguém - Antônio disse apontando para algo atrás de mim.
Annya estava vindo até mim com a força do ódio, nem tive tempo de reagir contra o tapa que ela me deu. Quando vi já estava em cima dela, puxando os cabelos dela e batendo nela, até que alguém me tirou de cima dela.
- Você nunca mais encosta em mim, ou eu vou te matar!!! - gritei pra essa louca.
- Você é maluca, selvagem - ela tava toda descabelada, com o rosto vermelho e vestido imundo. Imagino que eu não esteja diferente.
- Eu vou te matar sua vadia!! - tentei sair do aberto de quem me segurava - me solta agora!!
- Chega!!!! Vocês estão loucas? - só quando meu pai gritou que reparei em todo mundo que estava nos estábulos e que quem me segurava era o tio Alex. - Desde quando isso é postura de duas princesas? Vocês parecem dois animais!
- Foi ela que começou, papai - Annya disse com voz de choro. - Eu só vim conversar.
- Ah, cala boca vadia, você veio me encher a paciência e ainda me bateu.
- Quietas, as duas!! - Agnnes quem gritou agora. - As duas estão de castigo, sem celular ou sair, até que eu mande - e saiu levando a Annya.
Só aí o tio Alex me soltou, eu realmente estava imunda. Meu pai me levou para casa, minha avó não estava nada feliz com a situação.
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Linhagem De Fogo
RandomApós anos de guerra entre mortais e imortais, a separação dos mundos humanos e feericos, da criação do Outro Mundo tudo parecia em paz. Mas os deuses enraivecidos rogam uma maldição aos feéricos : "Haverá uma criança, nascida sob a união do sol e...