Linhagem De Fogo

Verdades

Depois do almoço super tranquilo, pra não dizer o contrário, eu e Thalia bom para o meu quarto. Queria ter conversado com ela antes de todo aquele barraco, não quero que ela ache que eu tô escondendo algo dela.
Eu e Thalia nós conhecemos desde sempre, ela é mais minha irmã do que a Annya, sempre estivemos juntas.

- Quando você ia me contar aquilo? - Ela pergunta séria, coisa rara de acontecer.

- Hoje, mas aí as minhas irmãs chegaram e depois a gente veio pra cá, eu acabei não falando - não vou mentir pra ela.

- Você já respondeu ela?

- Não, nem sei se vou - Dou de ombros suspirando, sem esconder a frustração.

- Você pensou em aceitar? Antes disso tudo?

- Talvez, mas ia pedir umas coisas em troca.

- Tipo o que?

- Não ir sozinha, eu acho - me jogo na cama - sinceramente, eu não sei.

- Alguém já sabia?

- Meu irmão, contei pra ele no mesmo dia.

- Sabe, tu tem cara de rainha - ela se senta do meu lado e não consigo não rir.

- Sério??

- Claro amiga, tu tem cara de brava quando quer mas só a cara.

- Olha, ninguém mais me respeita mesmo - jogo uma almofada nela, deixando toda descabelada e eu rindo.

- Eii - Thalia até tenta se arrumar mas só piora e eu continuo rindo. - Éthia para de rir e me ajuda!

- Por que eu ia fazer isso?

- Porque eu sei lutar melhor que você talvez?! - Ela ainda tenta se arrumar.

- Isso não é justificativa.

- É ameaça Éthia!

- Você sabe que é crime ameaçar alguém da família real, né?

- Eu não sei por quê ainda sou sua amiga - Diz finalmente se arrumando.

Acho que ninguém quis se encontrar depois do almoço já que todo mundo preferiu comer sozinho no jantar.
Só o Antônio e eu fomos jantar na sala e acabamos vendo um filme qualquer.

- Você vai responder ela? - sua pergunta repentina quebra o silêncio e me faz voltar a órbita.

- Quem? - acho que ainda tô meio desnorteada.

- Sério? Eu que bebo e você que fica bêbada? - ele fica rindo de mim.

- Aí Antônio, para! - acabo dando eu tapa no braço dele. - Eu tava pensando.

- Algo raro né? - ele fica rindo da minha cara.

- Respeito zero, né?

- Agora é sério - finalmente parou de rir. - Você respondeu a Helene?

- Não, nem sei se vou.

- Ué, por que não?

- Não sei - solto um suspiro pesado me sentando no sofá para ver ele melhor.

- Tá com medo?

- Não, tô só sem entender - abraço uma das almofadas.

- Não é só você, mas sabe acho que ela escolheu bem. Entre todos os netos você sempre foi a mais centrada e racional - Acho que ele nunca me olhou tão sério, engulo seco só de pensar.

- Mas ainda tem os que podem nascer.

- Mas eles querem entregar o trono, então escolheram entre os mais velhos.

- Mas nem era pra mim estar nessa lista lembra? Entre gêmeos só entram um e é o que nasceu primeiro.

- Nisso você tem razão, mas eles podem fazer o que quiserem.

- Mas isso é errado!! Eles não podem se meter na minha vida!! - esbravejo sem querer enganar ele.

- Eu sei, mas é o que os adultos fazem, eles decidem tudo por nós a gente só lida com isso.

- Eu queria mudar isso, não é justo - digo fazendo birra.

- Só você virar a rainha e mudar essas tradições malucas.

- Você fala como se fosse fácil, mas não é. Eu vou ter que deixar toda minha família aqui, minha vida e seguir sozinha.

- Acho que se você quiser algo assim é só pedir pra ela, você vai ter tudo.

- Será que ela deixa alguém ir comigo? Tipo alguém que eu escolha?

- Não só um alguém, se você quer saber.

- Não sei, eles são estranhos - meu irmão solta uma risada estranha que me faz rir dele.

- Et, todo mundo é estranho! - ele senta do meu lado.