Hell In Heaven • Michaeng

Prólogo

Chaeyoung não conseguia acreditar no que estava acontecendo bem na frente de seus olhos. Olhava pela janela e via um fim de tarde levemente nublado, mas com vestígios de raios de sol pelas calçadas. Se fechasse os olhos, conseguia ouvir aviões decolando, e o som dos carros passando. Ao mesmo tempo, sirenes por toda parte, barulhos de algemas e correntes, e uma voz que insistia em dizer as mesmas palavras:

"Son Chaeyoung, você está presa por tráfico de drogas. Você tem o direito de permanecer calada, e tudo o que disser poderá ser usado contra você."

Por mais que Chaeyoung soubesse perfeitamente o que estava acontecendo, se recusava.

- D-deve ser um engano, policial. Eu tenho 19 anos, acabei de começar a faculda-

- Por favor, guarde as palavras para o tribunal.

~•~•~ 

- Chaeyoungie, minha filha! - grita Son Yeojeong, mãe de Chaeyoung - vem tomar café! Você vai se atrasar!

- Já vou! - responde Chaeyoung

Son Chaeyoung é uma garota de 19 anos, vive com os pais, acabou de começar a faculdade na Universidade de Artes de Hanlim... aparentemente, vive uma vida comum.

- Por que demorou tanto, filha? - reclamou Son Taehyung, pai de Chaeyoung

Chaeyoung responde com a boca cheia, correndo pela casa para não se atrasar.

- Meu despertador não tocou. Se a Dahyun não me ligasse, eu teria perdido o horário.

A fala de Chaeyoung deixou um silêncio no ambiente. Seus pais não aprovam seu namoro com Dahyun, dizem que ela não é "de boa fé". Chaeyoung nunca deu ouvidos, confia em Dahyun mais do que em si mesma.

O silêncio foi quebrado com o som de buzina vindo do lado de fora. Dahyun, com seu carro de luxo, estava na porta da casa de Chaeyoung, para buscá-la.

- Chaeyoungie, dormiu de novo foi??? A gente vai perder aula!

- Já vou, amor! Tchau mãe, tchau pai. - Se despediu e foi para a faculdade.

- Querido, não confio nessa Dahyun. - disse Yeojeong, em um tom desconfiado - Ela sempre dirige os melhores carros, usa as melhores roupas...

- Não sei como ela arranja esse dinheiro todo sozinha... Depois que os pais dela morreram, pensei que ela fosse desabar só de pensar em ter que se virar sozinha, mas desde então, a vida dela só melhora! Tem algo errado nisso... Ela trabalha?

- Que eu saiba, só estuda...

~•~•~

- Chaeyoungie, confia em mim. Eu faço isso desde que meus pais morreram e olha só pra mim! Eu estou na cadeia? Minha vida é puro luxo!

- Mas e se me pegarem, Dubu? O que eu faço?

- Não vão te pegar, Chae, eu prometo. Você só precisa fazer com que essa mala passe pela alfândega de forma segura, assim que você chegar no destino, BUM! 1 milhão de dólares na sua mão. O que me diz?

Chaeyoung não sabia o que fazer. Estava apreensiva, sabia que o que estava prestes a fazer era ilegal, mas confiava tanto em Dahyun e a amava tão cegamente que o fez. Chaeyoung nem precisava tanto daquele dinheiro, sua vida era suficientemente boa, mas Dahyun sabia perfeitamente que palavras usar com uma pessoa como Chaeyoung.

Não parava de suar. Suas pernas tremiam desde que chegara no aeroporto até a hora da alfândega. Chaeyoung pensou em desistir tantas vezes que mais nada passava pela cabeça. Não queria decepcionar Dahyun, que estava sentada de longe, apenas observando.

- Moça, com licença. Esta é a sua mala?

- S-sim, senhora. - seu coração acelerava mais a cada segundo.

- Pode vir comigo, por favor?

Nada no corpo de Chaeyoung funcionava corretamente. O nervosismo tomou conta dela por inteiro. Tentou procurar por Dahyun atrás de ajuda, sem sucesso.

- Pra onde ela foi? Ela disse que não iam pegar - pensou Chaeyoung, enfurecida por ter sido enganada pela própria namorada.

- Senhorita... Son Chaeyoung, correto?

- I-isso...

- Son Chaeyoung, você está presa por tráfico de drogas. Você tem o direito de permanecer calada, e tudo o que disser poderá ser usado contra você.

- D-deve ser um engano, policial. Eu tenho 19 anos, acabei de começar a faculda-

- Por favor, guarde as palavras para o tribunal.

Não era um engano. O local estava tomado por viaturas de polícia, que Dahyun havia acionado. Após perceber que a mala de Chaeyoung foi detectada, para se livrar da pena, ligou para a polícia e acusou sua amada. Dahyun não estava mais lá, e Chaeyoung entendeu o que estava acontecendo.