1. paixão vedada

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Não importa quantas vezes aquele crepúsculo matutino toque meu rosto com toda sua delicadeza e claridade suave, sempre serei sua eterna apaixonada.

Todos os dia me levanto e já não vejo meus pais em casa, posso procura-los por todos os cômodos dessa mansão imensa e solitária. "Sua mãe fez uma viagem para um lugar onde não podemos ir ainda" -foi oque meu pai disse todas as vezes que perguntei por ela, seu rosto pálido e delicado pode ser visto em cada canto desta casa, é como uma divindade adorada por todos, um ser que ouve nossas súplicas mas não às responde.

Fico cansada de apenas observar as paredes cobertas por papel de parede branco e sem textura. Nem sempre a melodia do meu piano é o suficiente para me abrigar desta solidão, e as empregadas por algum motivo não me dirigem a palavra e muitas vezes nem mesmo o olhar, acho que me desprezam, então, sempre que a solidão atinge meu coração e meus olhos se inundam com gotas incômodas, me direciono até meu quarto para descer por aquela linda árvore, e ir até o jardim colher as mais lindas flores para distribui-las para todo e qualquer um que pareça aflito neste mundo tão vasto e com tão pouca bondade.

Enquanto caminhava por uma rua qualquer, me deparei com um moço alto, de semblante triste e com cheiro peculiar de fumaça. Quando me aproximara de si tropecei em algo e acabei no chão, com os joelhos machucados e os olhos cobertos por água salgada. "buá buá buááá" - foi o único som que ouvi após ir de encontro ao chão.

- está bem mocinha? - perguntou o moço de cabelos negros. - venha - balbuciou me estendendo uma de suas mãos enquanto recolhia minhas flores com a outra.

- obrigada, moço fedorento - falei sem ver maldade em minha fala, escutei uma risada prazerosa vinda dele, por algum motivo meus olhos brilhavam ao presenciar aquele lindo sorriso.

- o que quer dizer com fedorento mocinha desastrada?

- o senhor fede à fumaça, é um odor desagradável, mas o senhor estava com um rosto triste e então decidi me aproximar para lhe entregar uma rosa - falei com um sorriso que ia até meus olhos.

- o que está fazendo andando sozinha pelas ruas? É perigoso, onde estão seus pais? - ele me perguntou com uma cara confusa, era adorável.

- realmente não sei, eles nunca estão em casa, então decidi por mim mesma passear para entregar flores, não são lindas? - meu sorriso continuava presente, tentando ignorar o fato de meus joelhos estarem ardendo tanto.

- entendo. - antes que pudesse continuar sua fala, um pequeno menino pulou em suas costas e atrás dele podia ver um menino com caninos epopeicos e cabelos negros, assim como o moço que estava à minha frente - quem é ela shinichiro? - perguntou o loiro. - pra ser sincero, nem mesmo eu sei. - respondeu o mais velho. Os três me olharam de forma curiosa, percebi então, que estavam esperando meu pronunciamento.

- me chamo s/n s/s, é um prazer conhece-los - me curvei em sinal de respeito. - e muito obrigada por me ajudar, moço. Aqui pegue a flor que eu iria lhe entregar antes de cair no chão. - entreguei a flor e corri em direção a minha casa sem nem mesmo dar o devido tempo de respostas aos indivíduos que à pouco estavam na minha frente.

Assim que adentrei meu quarto, tomei um banho e cuidei de meus machucados. - não ter um pai presente tem suas vantagens. - pensei.

Os dias se passaram da mesma forma que os outros, acordava, fazia companhia ao meu piano, participava de alguma aulas disciplinares contratadas por meu pai, embora achasse elas um tanto descabidas visto que minhas notas escolares eram impecáveis e minha etiqueta da mais plausível para uma criança. Mesmo com toda a chatice imposta por todos daquela casa, sempre que podia, corria pelas ruas e parava em um ponto específico, aquele local, sempre via crianças com kimonos e ele com ferramentas ou com seu típico cigarro entre os dedos, não compreendo o porquê, mas esse lugar me deixa vidrada e ansiosa, como se ondas de choque passassem por todo meu corpo.

Por um deslize, fui pega por um senhor de idade enquanto observava o local escondida, ele insistiu que eu o acompanhasse até seu dojo, lá ele me apresentou aos seus netos e ao restante das crianças, mas o único que chamava minha atenção se chamava Sano Shinichiro, o moço que me ajudara quando espatifei-me no chão áspero.

- é um prazer ver você novamente mocinha.

- ei mano, essa é aquela menina que caiu e se ralou toda? - falou o loiro baixinho.

- sim, s/n não é?

- sim. - respondi de forma tímida enquanto escondia parte de meu corpo atrás do vovô Sano.

- vem, vamos brincar! - uma menina de cabelos loiros me puxou pelo pulso.

Mesmo enquanto brincava e me divertia, meus olhos sempre acabavam pairando naquele moço fedorento, ele foi sem dúvida, meu primeiro amor.

- capítulo com 847 palavras.

Oii pessoal, tudo bem com vocês?

Peço desculpas desde por qualquer erro de gramática, por favor comentem o que vocês acharam ❤

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