22h10 de 31 de Outubro, na festa.
As luzes da festa pulsavam em ritmos frenéticos, iluminando o salão com cores vibrantes e criando sombras dançantes nas paredes. O cheiro de perfume caro, misturado com o leve aroma de álcool, impregnava o ar. Lizz e Alan, desconhecidos até então, encontravam-se lado a lado no bar, cercados pelo som alto da música e o burburinho animado de conversas ao redor. Quando ambos pediram a mesma bebida, suas vozes se sobrepuseram, e seus olhares se cruzaram por um instante que pareceu durar mais do que o necessário.
POV Alan
"Ela era deslumbrante. Aqueles olhos verdes intensos pareciam me analisar como se enxergassem diretamente dentro de mim. Seu cabelo escuro emoldurava o rosto de uma forma que eu não conseguia desviar o olhar. Seus lábios, vermelhos como sangue, combinavam perfeitamente com sua fantasia de vampira. O jeito que ela me olhava de volta... Era como se houvesse algo inegavelmente familiar nela, e ao mesmo tempo, tão misterioso. Meu Deus, quanto tempo eu já passei encarando ela? Será que ela acha que sou algum tipo de maluco?"
Lizz, percebendo o olhar fixo de Alan, interrompeu o momento constrangedor com uma tosse leve e divertida. — "Uhuhum..." — Ela pigarreou, com um sorriso de canto. — Bela fantasia. — disse, enquanto pegava seu whisky do balcão, a voz soando como se estivesse se divertindo com a situação.
Alan sentiu o calor subir pelo pescoço, seu rosto começando a corar. — É-é... a sua também... — "Sério, Alan? Só isso? Que patético", pensou, desesperado para encontrar algo mais interessante para dizer. — Festa cheia, né? — "Ótimo, mais uma pergunta clichê", ele se amaldiçoou internamente. "Menos um ponto."
Lizz deu um sorriso contido, tentando disfarçar o leve constrangimento com o comentário genérico. — É, bastante movimento. — respondeu, olhando ao redor.
A tensão entre eles parecia se esticar a cada segundo. Alan, sentindo-se ainda mais desconfortável, tentou oferecer um sorriso, mas logo se levantou abruptamente. — Eu... vou ao banheiro. — disse de forma quase apressada, deixando Lizz sozinha no bar.
Dentro do banheiro, Alan se apoiou na pia de mármore e olhou para o espelho, sua respiração ligeiramente acelerada. "O que foi isso? O que há de errado comigo? Eu já conheci mulheres antes, mas ela... algo nela é diferente. Por que estou tão nervoso? Eu pareço um completo idiota!" Ele lavou o rosto com água fria, tentando acalmar os pensamentos, mas a imagem de Lizz continuava gravada em sua mente.
De repente, alguém bateu na porta com força, interrompendo seus devaneios.
— "TAM, TAM, TAM!" — A voz irritada do outro lado soava impaciente. — Cara, tá tudo bem aí? Eu preciso usar o banheiro!
Alan suspirou e sorriu, balançando a cabeça. "Ótimo, agora sou o maluco que se tranca no banheiro e fala sozinho. Definitivamente, estou me superando hoje."
POV Lizz
Sentada sozinha no bar, Lizz mexia distraidamente no gelo do seu copo. Ela já havia tomado dois whiskies e agora estava com um martini na mão. Seus pensamentos voltavam para o estranho que havia a encarado por tanto tempo. "Será que ele me achou esquisita? Bom, não fui eu quem ficou olhando feito um doido", pensou, mas logo riu de si mesma. Ele era atraente, com aquele ar misterioso e aqueles olhos... Ela não conseguia evitar sentir uma estranha curiosidade sobre ele.
Decidindo não se preocupar, Lizz deu uma golada no martini e seguiu em direção à pista de dança. A música icônica de "Take on Me" do A-ha preenchia o ambiente, e Lizz não pôde resistir à vontade de se juntar à multidão. No entanto, enquanto caminhava rapidamente, ela esbarrou com força em alguém. O líquido do seu martini foi derramado diretamente sobre o terno impecável do homem.
Ela olhou para cima e, para sua surpresa, era ele novamente. O "Drácula".
— Ah, não... me desculpa, sério! Eu limpo isso, de verdade! — Lizz começou a limpar freneticamente o terno dele com sua capa de vampira, mas suas mãos tremiam um pouco, e ela não conseguia evitar a sensação de nervosismo que a dominava.
Alan, apesar do incidente, sorriu ao ver Lizz novamente. Ele pegou as mãos dela com gentileza, interrompendo seus movimentos apressados. O toque dele enviou um arrepio pela espinha de Lizz, e seus olhos se encontraram mais uma vez. O barulho ao redor parecia desaparecer, como se só existissem os dois naquele momento.
— Ei, está tudo bem... — Ele disse suavemente. — Isso acontece. — "Ela de novo", pensou Alan. "Será coincidência? Não posso desperdiçar essa chance de novo."
Lizz, ainda um pouco nervosa, riu. — Bem, desculpe mesmo... eu nem perguntei seu nome antes! Como eu posso chamar o cara que molhei de martini? — Ela riu de si mesma, tentando aliviar a tensão.
Alan sorriu, olhando diretamente para ela. — Alan. Alan Rickman.
Ela piscou, surpresa. — Como assim, Alan Rickman? Tipo... o ator? Ah, não, eu devo ter molhado um terno que vale mais que meu carro. — Lizz riu, meio incrédula.
Alan deu uma risada baixa, encantado com o senso de humor dela. — É, sou eu mesmo. Mas, honestamente, você não precisa se preocupar com o terno. — Ele a olhou com uma expressão que sugeria mais do que palavras. — Aceito uma dança como compensação, se não se importar.
Lizz piscou, surpresa com o convite inesperado. Ela olhou ao redor por um segundo, ponderando, mas a curiosidade em seus olhos não podia ser negada. — Bem... eu já estava indo para a pista de qualquer forma. Então, acho que posso aceitar sua oferta, Sr. Rickman.
Alan sorriu, estendendo a mão para ela de maneira cavalheiresca. — Srta...?
— Lizz. Me chame de Lizz. — disse, com um sorriso mais relaxado agora.
Eles caminharam até a pista de dança juntos, e assim que chegaram, a música mudou abruptamente para uma mais lenta. "Can't Help Falling in Love" de Elvis Presley começou a tocar, e Lizz sentiu as bochechas queimarem de leve.
Alan, no entanto, não hesitou. Com naturalidade, ele colocou as mãos suavemente na cintura dela, puxando-a para mais perto. O calor do corpo dele parecia envolvê-la completamente, e Lizz, embora ainda tímida, passou os braços ao redor do pescoço dele. Ela apoiou a cabeça no peito dele, ouvindo o som ritmado dos batimentos de Alan, deixando-se ser guiada pela melodia suave.
Por um momento, o mundo ao redor deles pareceu sumir. Eles se moviam juntos, como se fossem os únicos na pista. O tempo parecia desacelerar, e a conexão entre eles era inegável. Lizz podia sentir o coração dele batendo forte, e o dela o acompanhava no mesmo ritmo.
Um casal tropeçou neles, quebrando o feitiço por um breve segundo. Lizz, envergonhada, recuou um pouco. — Bem, foi... interessante. — disse com um sorriso tímido.
Alan, ainda com os olhos fixos nos dela, deu um sorriso sincero. — Você dança maravilhosamente, Lizz. Eu não tinha uma companhia tão boa há muito tempo. — Sua voz era suave, mas cheia de admiração genuína.
Lizz deu uma risada suave. — Difícil acreditar nisso, considerando que você é o Alan Rickman, sensação de Hollywood.
Alan riu de volta. — Ei, eu sou só um cara comum que deu sorte hoje. — Seus olhos escureceram por um segundo, como se houvesse algo mais profundo ali. — E, com todo respeito, você é uma mulher incrivelmente cativante.
Lizz corou levemente, desviando o olhar por um instante. — Foi divertido. — disse, um pouco tímida, mas não conseguia esconder o quanto gostou de estar tão perto dele. — Mas está ficando tarde, e eu tenho que pegar minha irmã cedo amanhã.
Alan olhou para o relógio e notou que já passava da meia-noite. — O tempo realmente voou. Bem, "Cinderela", o prazer foi todo meu. — Ele hesitou por um momento antes de continuar. — Sei que posso parecer um pouco insistente, mas... posso te oferecer uma carona? Não gostaria que você fosse embora sozinha.
Lizz riu, achando graça do apelido. — Cinderela? Não sabia que você também era comediante. — Ela sorriu para ele. — Curiosamente, eu vim sem carro hoje, sem nem saber o motivo. Então, parece que aceito sua oferta. Mas... não vai ser um incômodo?
Alan sorriu. — De forma alguma. Vamos? — Ele estendeu o braço novamente, e Lizz aceitou, sentindo-se surpreendentemente envergonhada.
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Trick or Treating?!
Romance"O destino embaralha as cartas, e nós jogamos". "Trick or Treating?" conta como o destino pode unir a história de pessoas completamente diferentes. Você se permitiria apaixonar-se por um completo estranho em uma festa de Halloween?! Você aceitari...