Sem Memória

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Alec ainda o encarava e Magnus ficou um pouco desconfortável sob aquele olhar, ele parecia procurar algo nele e o empresário não poderia contar, não até conversar com o irmão e entender como iriam prosseguir.

-O que você tem Magnus? - Alec perguntou, a voz baixinha e contida. A respiração dele um pouco mais lenta por conta do esforço na costela quebrada. Magnus queria tanto beijá-lo. - Aconteceu alguma coisa?

-Não Alexander, está tudo bem. - Ele mentiu e sinalizou para o irmão que precisavam conversar. - Adrian, precisamos resolver algumas coisas, pode me acompanhar?

-Claro. - Ele apertou a mão de Alec em um gesto de conforto. - Já voltamos.

-Não me deixem sozinho muito tempo. - O piloto pediu e Magnus assentiu.

Ele levou Adrian para fora e caminharam até um canto isolado para terem privacidade. O irmão suspirou e fechou os olhos, se encostando na parede.

-Adrian, o que a gente vai fazer? - Magnus perguntou, um pouco exasperado.

-Me deixe contar sobre o término, me deixe corrigir esse erro e depois você faz o que quiser. - Adrian respondeu e Magnus assentiu. Tinham que contar, por mais desesperador e complicado que pudesse ser, tinham de contar.- Só me permita isso e eu saio de perto e Alec decide o que quer. 

-Mas e se isso o ferir? Adrian, acho que a gente precisa de ajuda profissional. Alec ficou com um trauma desgraçado quando tudo aquilo aconteceu, imagina descobrir a mesma merda duas vezes? Não quero jogar ele naquele abismo de novo. 

O irmão soltou o ar e passou a mão pelo rosto. Adrian estava pagando os pecados porque Alec o odiaria duas vezes. Sua situação era ruim e o matava por dentro mas a do irmão... Não conseguia imaginar o desespero dele. 

-A gente pode falar com o psicólogo daqui, ele deve ajudar. - Adrian sugeriu e Magnus pegou ele pela mão. Era uma ideia excelente. 

Magnus foi até a recepção e perguntou onde o psicólogo ficava, depois de conseguir a informação foi com o irmão até lá.

Magnus bateu na porta e escutou uma voz grave do outro lado pedindo que entrassem.

-Adrian e Magnus Bane, esperava vocês um pouco mais tarde. - Ele apontou para as cadeiras e sorriu. Usava um óculos de grau e uma roupa semi social, os cabelos castanhos bem penteados e rodeados de músculos magros. Ele era muito bonito.

-Alec não se lembra dos últimos anos e não sabemos o que devemos ou não contar. - Adrian falou um pouco atropelado.- Ele pode me odiar se eu contar e vai me odiar se lembrar e eu não contar.

-Certo, vamos pular apresentações,mas me chamo Caio. - O homem encarou os dois. - As escolhas certas nem sempre são as mais fáceis, acho um pouco óbvio que precisam contar, os dois precisam contar mas pensem: Precisa ser hoje? Quer dizer, ele acabou de acordar e não está bem, com uma fratura na costela. Contar para ele hoje, é a melhor escolha? Na minha opinião ele precisa de um ambiente seguro e confiável, além de algo familiar.

-Está dizendo que devemos contar devagar? - Magnus perguntou e viu o homem assentir.

-Foram três anos apagados e ele sabe que esqueceu muita coisa, tornar tudo mais fácil é uma gentileza que farão para ele.- Magnus entendia o que ele queria dizer e essa era a escolha mais delicada.- Pensem bem e entendam que não existe uma alternativa boa, existe a melhor escolha. Dor a longo prazo também é dor. 

Adrian se virou e saiu da sala. Magnus foi até o irmão e o segurou pelo braço,ele parecia perdido e um pouco aéreo. 

-Não quero perdê-lo mas não posso prendê-lo a mim. Não quero fingir que sou noivo dele, não vou fazer isso. - O irmão sussurrou. - Só Deus sabe como estou louco para deixar as coisas como estão, para trazer Alexander de volta até mim mas não posso. Eu odeio isso, odeio esse acidente e o fato de ele ter perdido a memória. - Adrian o encarou. - O que a gente faz Magnus? 

o irmão do meu noivo -Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora