Uma carta inesperada

Capítulo 8.

Jamie tinha um efeito inexplicável sobre mim.

Ele demonstrava devoção em cada gesto e toque, acendendo uma chama em meu corpo.

Fazia amor com imensa alegria, entregue para mim por inteiro.

Como eu poderia não me apaixonar?

Havia uma urgência nele que me fazia corresponder instintivamente.

Estávamos famintos.

Ele buscou novamente meus lábios com sofreguidão, eu abraçava seu quadril com minhas pernas, enquanto sua mão estava firme em minha cintura.

Sua extrema delicadeza era uma promessa e uma provocação.

Eu me agarrava as suas costas, suadas pelo esforço. Era uma linda constituição de ossos robustos e músculos.

Entre um movimento e outro nossos olhares se encontravam intensamente.

Em determinado momento ele fechou os olhos e sua respiração tornou-se mais forte.

- Deus do céu - disse James Fraser que nunca usava o santo nome de Deus em vão.

E uma nova onda de prazer nos invadiu. Nos levando há um novo nível de satisfação.

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Mais tarde naquela mesma noite acordei deitada em seu peito, Jamie roncava levemente.

Me sentei para observar seu sono, a linha firme de sua boca relaxara-se. E ele mantinha um sorriso de canto em seus lábios.

Trilhei a linha de seu maxilar com meus dedos e suspirei quando senti meu coração se acelerar em resposta.

Seus olhos se abriram e ele me observou com carinho. Ainda sonolento, ele me puxou para seu ombro, me acomodando confortavelmente.

Jamie entrelaçou nossas mãos e cochichou em meu ouvido:

- Você é a mulher mais linda que eu já vi.

Ri baixinho e beijei seu peito.

- Como eu poderia não me apaixonar por um homem que me diz essas coisas?

Ele acariciou meu braço levemente.

- Eu digo apenas o que você me faz sentir Sassenach. Está feliz?

Concordei e levantei meu rosto para vê-lo.

- Sou a mulher mais feliz do mundo.

Ficamos alguns minutos em silêncio, ouvindo as gotas de chuva na janela.

- Eu nunca senti isso antes. O que acontece quando toco em você, quando te beijo... Isso é diferente de tudo que já experimentei.

Apertei seus dedos e respirei fundo antes de responder.

- Eu não sei o que é, mas não é comum e está aí.

- Eu só sei Sassenach, que você é minha e eu sou seu. E eu te amo por isso mo nighean donn.

- Eu te amo James Fraser.

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Ao amanhecer fomos a destilaria para dar a notícia de nosso noivado.

Jamie havia conversado com seu pai antes de tomar a decisão de fazer o pedido e ele aprovou sua escolha. Sua experiência com a vida lhe mostrou que o amor não segue regras.

Brian propôs um brinde para comemorar a novidade.

- Desejo ao casal muita saúde e felicidades. Estou orgulhoso filho, você escolheu uma bela moça.

- Obrigado pai! O destino nos uniu.

Alguns instantes mais tarde, Jenny e eu seguimos caminhando pelo gramado. Ela parecia pensativa e seu olhar estava distante.

- Claire, não me entenda errado. Estou feliz com o noivado de vocês, mas quero que prometa algo se deseja ter minha benção.

Me virei para ela e segurei suas mãos.

- O que quiser Jenny.

Ela me olhou com aqueles grandes olhos castanhos, uma mistura de seus pais.

- Jamie é um rapaz valioso e não digo isso apenas por ser meu irmão. Me prometa que cuidará bem dele e não o decepcionará, pois se o fizer, ele nunca mais será o mesmo.

- Eu já fui magoada Jenny e sei como isso é capaz de mudar uma pessoa. Jamais faria algo de ruim ao seu irmão, eu o amo com todas as minhas forças.

Ela assentiu e pareceu refletir antes de tirar algo de seu bolso.

- Esses braceletes pertenciam a minha mãe, ela era uma mulher linda e elegante. Agora pertencem a você, combinam contigo Claire.

Aceitei emocionada e percebi que aquilo era acima de tudo, um voto de confiança.

- Fico honrada Jenny e quero que saiba que amo vocês também. São minha família agora.

Nos abraçamos e voltamos juntas para a casa.