Capítulo 2: Mundo Barulhento

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Ele anda calmamente pelos corredores, sua presença sendo mascarada, como uma folha caindo de uma árvore em um parque movimentado, todos notam as risadas, a correria, as pessoas e os pássaros cantando, mas a folha silenciosa nunca é percebida. Mas isso embora em seus pensamentos nunca o abalou, uma parede firme, ele poderia ser considerado assim, alta e firme, se ele não quisesse que algo passasse por si, então resistiria como uma resistente parede, mas se não mexessem com ele, então seria apenas alguém ali em seu canto com seus pensamentos.

Seus passos continuaram, ele seguia em frente com calma, andando pacificamente pelos turbulentos corredores da faculdade, seus amigos estariam o esperando na escadaria como sempre, e ao chegar na porta eles estavam exatamente lá. Seu amigo sentado no largo corrimão de concreto da escadaria, uma das mãos apoiando o corpo enquanto ajeitava seu boné com intuito de proteger sua pálida pele do sol, as vezes olhá-lo era apenas fascinante, sua pele e cabelos eram desprovidas de qualquer cor, enquanto seus olhos eram tons desregulados de vermelho e sua personalidade era caótica, incomum o suficiente para que chamar sua atenção quando se conheceram. Outro fato curioso era que após sua amizade, ele havia conquistado uma nova amizade com a amiga de seu amigo, que se encontrava apoiada no corrimão, a mochila sendo segurada apenas pela sua mão, a garota de cabelos ruivos e olhos castanhos tinha um jeito animado e perigoso, uma ótima companhia de fato, apesar da falta de limites que suas ideias poderiam possuir, mas era capaz de se revelar uma garota incorrigivelmente perigosa, piadas não tinham graça se ela não risse, não tinham humor se eram para tocar no coração de quem não devia.

–Vamos lá Hank!! Tínhamos que fazer coisas hoje não? Estou cansada daquela aula da professora de biologia–Ouviu Olívia dizer, a amiga ao qual ele estava pensando justamente naquele momento, sendo tirado do mundo de seus pensamentos ele caminhou calmamente até seus amigos.

–Melhor irmos rápido antes que apareça quem eu não quero–Seu amigo disse enquanto pulava de onde estava sentado no corrimão, sua queda causando um barulho relativamente notável, e Hank ao se aproximar dos dois apenas concorda com a cabeça.

Eles eram tão barulhentos comparado consigo mesmo, mas sua falta de som nunca se tornou um incomodo para nenhum de seus amigos.

–Agora que estamos juntos podemos ir! Vamos lá!–Exclamou com empolgação sua amiga, jogando a mochila no ombro e indo com pressa na frente. Seu amigo albino apenas suspirou e a seguiu, e ele foi logo atrás dos dois.

Essa caminhada foi longa, foi lenta, mas acima de tudo foi silenciosa e agradável. Palavras não eram necessárias vindo dele, palavras não eram necessárias vindo de seu amigo mal humorado, palavras não eram necessárias vindo da ruiva a frente que girava e andava ocasionalmente de costas para checar os dois amigos atrás.

Nada era preciso ser feito, apenas caminhavam em meio ao mundo a volta deles.

Caoticamente AlinhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora