SHE - uma história sobre Severo Snape

Irreal.

Michele acordou subitamente e atordoada com o sonho que havia tido, ainda estava na biblioteca e adormeceu sobre os livros, tudo aquilo não havia passado de um sonho erotico com o seu professor de porções, levantou da cadeira massageando seus olhos e com vergonha dos próprios pensamentos impuros, caminhou até a porta e subiu para arrumar-se para a reunião com o professor Snape. Tomou banho, vestiu-se e caminhou em direção às masmorras, no meio do caminho encontrou alguém indesejável, Draco Malfoy, que nem olhou para Michele, o orgulho não deixava.

     
      Nas masmorras, a luz estava baixa e havia uma lareira que iluminava o cômodo deixando-o com um ar aconchegante, o clima estava agradável, havia algumas garrafas de porções dispostas em uma prateleira na parede, ao lado, havia um móvel com livros antigos e de capas enigmáticas, mais ao fundo havia outra estante com algumas garrafas de vinho bem antigas. Snape estava sentando, escrevendo em um pergaminho, estava com as vestes negras de sempre, semblante carrancudo e olhar profundo. Os únicos sons audíveis era o arrastar da pena no papel, e o estalar da madeira queimando. Lá no fundo, Snape amava aquilo tudo, porém o seu sossego foi interrompido por batidas na porta pesada de madeira.

      Snape levantou-se e caminhou em direção á porta.
- Boa noite professor Snape.- Michele estava com o caderno na mão direita, na esquerda carragava com dificuldade uma pena e um tinteiro.
- Boa noite. - Snape disse sério, sem demonstrar expressão nenhuma, afastando para o lado e fazendo um gesto com a mão para que a garota entrasse. - Sente-se- disse apontando com a mão para a cadeira em frente sua escrivaninha.
   Michele sentou-se e organizou o material que troxera sobre a mesa.
- Por onde começamos?- indagou Michele
- Pelo começo, logicamente.
Michele sentiu raiva da resposta irônica e sentiu o rosto esquentar.
- Bom, alguns alunos reclamaram da sua falta de paciência, pediram que você fosse mais compreensivo com eles.
- Compreensão? Eu não sou o pai deles, não tenho culpa de serem fracos.- Snape deu um gole na taça de vinho que estava sobre a mesa.
- Tô vendo que vai ser difícil entrarmos em concordância aqui.
- Não preciso que você concorde comigo,eu sou o professor, eu mando.
- Então porque estou aqui? Se você não precisa desse feedback eu vou embora e digo para a Professora Minerva que não quero mais o cargo. - Michele disse alterando um pouco a voz.
- Acho melhor você ir baixando o tom mocinha.- Michele se recolheu como um caracol voltando para dentro da concha.
   O resto da reunião foi caracterizado por pequenas farpas soltas entre eles, quando finalmente terminou, Michele caminhou em direção ao seu quarto e se jogou na cama, estava exausta. A garota não tinha certeza se deveria continuar alimentando aquele amor proibido por ele, ela se questionava sempre, será que aquilo seria bom para ela, o que será que os pais delas diriam daquilo tudo? Ela sentiu saudade, ainda se perguntava se os seus pais ainda estariam vivos em algum lugar, ou se morreram quando aqueles sequestradores capturaram-os, não pode evitar que as lágrimas extravasassem em seus olhos, e assim caiu no sono.