Chifuyu batia o pé no chão, incontáveis vezes, encarando o teto branco do quarto do melhor amigo. Baji cantava alto smells like teen spirit, Nirvana, enquanto estava no banho. O amigo estava lá desde que tinha saído da escola, e mesmo que ele quisesse falar com você, ainda não tinha coragem de te olhar.
— Cara... Você tá estranho. — Keisuke disse saindo do banho apenas com uma toalha na cintura. — O que houve?
— Nada, ué.
— Que mentira. — o moreno conhecia seu amigo bem até demais para saber que algo havia acontecido. — É algo com a menina lá?
— Quer mesmo saber? — o loiro se sentou na cama, encarando o amigo que balançou a cabeça positivamente. — Então eu preciso saber como foi a sua primeira vez.
— Sexo?
— Obviamente. — ele disse como se fosse óbvio.
— Estranho, mas bom pra porra. Digo, não é como se você soubesse exatamente o que fazer, mas se a garota sabe e tá no comando fica tudo mais de boa. Eu fui apelidado de "raio" pelo Kazutora quando eu contei pra ele sobre minha primeira vez.
— Nunca entendi esse apelido.
— Eu gozei nas primeiras dez sentadas da mina, Chifuyu.
— Puta merda! Eu vou ser assim?! — Matsuno arregalou os olhos, ele não queria gozar rápido, pelo menos, não tão rápido.
— Se a [Nome] não tiver uma sentada potente, não. Mas caso ela seja experiente o suficiente pra te desnortear com uma sentada só, sim. Sinto muito, mas é a realidade. — Baji disse enquanto colocava a camisa. — Mas relaxa, é só nas primeiras vezes que isso acontece e tal... Eu acho.
— Você falando assim só me deixa mais nervoso, porra Baji eu vou morrer virgem!
— Você tá muito nervoso, isso vai foder tudo na hora. A [Nome] parece ser madura o suficiente para não te zoar por isso. Mas eu quero saber o que aconteceu entre vocês, vai, diga tudo. — Chifuyu respirou fundo e começou a contar tudo que aconteceu, desde o primeiro beijo de vocês até a parte em que ele quase transou com você. — Vocês quase transaram!?
— Fala mais alto pra que o Diabo ouça filho da puta! — ele repreendeu o amigo que soltou uma risada e concordou com a cabeça, pedindo desculpas baixas. — Mas sim... Quase. E eu quero. Tipo, muito mesmo, mas e se... Sei lá... Ela achar minhas cicatrizes nojentas!? E se ela achar meu pau pequeno Baji!?
— Cara, a última coisa que a [Nome] vai ligar é às suas cicatrizes pequeníssimas que você ganhou de brigas. Já o seu pinto... Aceita opiniões masculinas?
— Não.
— Certo... Então vocês quase transaram e agora você tá evitando ela desde a escola? — ele balançou a cabeça positivamente enquanto passava as mãos nos fios claros do cabelo. — Você é idiota. E isso não foi uma pergunta. A mina dormiu com você mesmo depois de você dizer que é virgem e ainda te mandou cinco — ele deu ênfase no "cinco" — mensagens perguntando se você chegou em casa bem e perguntando como você tá. — Keisuke estava com a tela do celular dele virado à direção do loiro, para que ele pudesse ver as notificações da tela inicial. — Você é o cara mais broxante que eu já conheci, depois do Mikey, claro.
— Porra eu fiquei nervoso! Mano, se você soubesse o que essa garota causa em mim, não estaria tratando como se fosse tão fácil. — ele resmungou.
— Uhum... — o de presas afiadas estava mais entretida em mandar uma mensagem para você como se fosse Chifuyu do que ouvir o que ele falava. — Uma pergunta Fuyu, hoje tem "h"?
— Sim... Por quê? — o garoto levantou a cabeça e arregalou os olhos quando viu o mais velho com o celular dele em mãos, digitando algo. — Que porra você tá fazendo!? — Matsuno se jogou em cima dele, tentando pegar o aparelho novamente.
— Salvando seu futuro relacionamento. — o garoto sorriu vitorioso. — Ela tá digitando... Ei! — Baji tinha escrito "ta livre hoje?" — O que ela disse?
— "Sim"... Eu vou aparecer grosseiro pra caralho, não respondi as mensagens anteriores dela e nem dei satisfações nenhuma quando saí da casa dela e a ignorei na escola.
— Desse jeito ela volta pro ex dela. — Keisuke disse rindo, levantando os braços como forma de se render quando o mais baixo lançou um olhar sério para ele.
[...]
— Ei mãe... Como eu tô? — raramente Chifuyu perguntava à sua mãe se estava bem vestido, até porque, nunca ligou muito pra isso, mas agora era totalmente diferente.
— Tá gatão! Vai aonde?
— Ver a [Nome]. — ele disse simplista, procurando o celular, o guardando no bolso da calça quando o viu jogado no sofá.
— Você gosta dessa menina, né?
— Desde o nosso fundamental. — ele riu fraco, nitidamente sem graça.
— Ela é um amor! — a mais velha disse animada. — Traga ela mais vezes para almoçar aqui... Gosto de conversar com ela sobre a vida. Uma boa garota. Espero que ela coloque o seu juízo no lugar e te convença a parar de arrumar brigas por aí.
— Não é como se nós tivéssemos algo sério... Ainda não. — ele lançou uma piscadela para a mulher, girando a maçaneta e indo em direção à sua moto que estava parada de qualquer jeito no jardim. Era completamente normal Chifuyu ficar nervoso quando se tratava de você, mas era totalmente diferente de qualquer outro tipo de nervosismo. Ele sentia seu estômago embrulhar a cada esquina que virava, ele pediu seu endereço antes de sair de casa.
Matsuno respirou fundo quando parou em frente à sua casa, pensando com que cara e de que maneira ele iria conseguir te encarar. Ele reconhecia que tinha agido que nem um moleque no momento em que você veio falar com ele no intervalo, e ele simplesmente passou reto, sem olhar no seu rosto.
E mesmo que você saiba que ele ficou nervoso e não ficou brava com ele, não pôde deixar de se sentir magoada, pensou que tinha deixado bem claro que não havia problema algum em Chifuyu não se sentir preparado para transar, e não é como se sexo fosse uma necessidade pra você, sinceramente, beijar Chifuyu ou apenas o abraçar já estava de ótimo tamanho.
Quando o loiro iria bater na sua porta, ela foi aberta pela a sua mãe. Chifuyu travou de tantas formas que ele não conseguia nem citar, ver a mulher ali, parada e o olhando com as sobrancelhas arqueadas o deixou totalmente nervoso.
— Então... — ela começou a falar, mas foi interrompida por você.
— Ele veio falar comigo mãe. O Chifuyu sabe?
— Ah sim... Chifuyu ein, entendi. — a mulher abriu um sorriso malicioso, olhando para ambos e dando de ombros logo em seguida. — Se cuidem. — ela mandou um beijo no ar e passou pela porta, os deixando sozinhos.
— Não vai entrar? — Chifuyu abriu um sorriso fraco e adentrou a casa enorme, passando o olhar por ela brevemente e voltando à atenção a você. — Entãoo... O que quer falar?
— Podemos conversar, por favor? — talvez ele estivesse exagerando, até porque, vocês começaram a se conhecer agora, não é como se tivessem algo a sério e ele devesse satisfações para você, pelo menos na sua visão era assim. Já na dele era totalmente o oposto, ele foi idiota e imaturo, tinha que falar com você e resolver as coisas.
Mas ele não queria apenas pedir desculpas verbalizando.
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𝐒𝐊𝐀𝐓𝐄𝐁𝐎𝐀𝐑𝐃 𝐀𝐍𝐃 𝐂𝐈𝐆𝐀𝐑𝐄𝐓𝐓𝐄𝐒, chifuyu matsuno
FanfictionAquele dia ficaria pra sempre na memória de vocês dois. O maldito dia em que você havia brigado com os seus pais e decidiu caminhar pela ruas de Shibuya, e o destino é sempre traiçoeiro, não? E dessa vez, não foi diferente. Acabou achando uma pista...