O mais velho entre eles se aproximou primeiro, antes que Sasuke pudesse reagir e dar a volta pelo balcão para se colocar por entre as flores. Itachi circundou os corredores criados pelas mesas, e alcançou seu mais novo o envolvendo num abraço aconchegante.
Distantes por anos sentiram-se em casa enquanto nos braços do outro. A saudade se fez evidente, porém os deixou conforme houve a assimilação da presença alheia, que passou de ser apenas uma vaga lembrança do passado, de quando ainda moravam na mesma casa.
- Eu não me acostumei a viver longe de você.
Sasuke ia responder, mas suas raras palavras gentis permaneceram guardadas para si quando o abraço afrouxou-se e permitiu o encarar próximo, e então Itachi lhe deu um peteleco na testa, o deixando sem reação.
O gesto mais puro e doce por parte do médico, que o guardava com carinho, sempre para seu caçula. Que, com a aproximação do contato, se mostrou mais velho do que Itachi se lembrava. Pelos deuses, estavam distantes do outro há muito tempo!
- Você tá me olhando daquele jeito como se eu tivesse cometido o pior erro do mundo.
- Desculpe. - Então o tornou a abraçar. Sasuke apenas esboçou um sorriso, aceitando o toque carinhoso. Ele dificilmente negava a Itachi. - Não me acostumei a saber que você cresceu tanto.
- Eu estou bem.
Havia um sorriso sereno na face do mais novo. Ele não repeliu Itachi, e na verdade quando se moveu também percebeu as mudanças. Itachi parecia muito mais maduro, o que constatou ser não somente pelo tempo passado, mas a própria profissão que o obrigava a agir de tal maneira. Os traços do rosto estavam marcados, ele certamente era um homem que tinha passado dos trinta anos, mas se mantinha belo na plenitude da palavra.
Sasuke também percebeu que os cabelos talvez estivessem maiores do que se recordava, com o corte similar de sempre e o mesmo rabo de cavalo baixo que tanto caracterizava o mais velho. Ambos haviam mudado, era inegável.
- Você parece feliz, e isso pra mim é a melhor parte de tudo. - Os sorrisos de Itachi não eram muito mais vívidos do que de qualquer outro Uchiha, apesar de ele ser um pouco menos fechado que seus parentes, e gentil para com os outros. No entanto, para Sasuke, o sorrir era sempre único. - Eu fiquei feliz por você quando contou tudo que tinha feito.
- Eu não podia mais fingir que estava tudo bem com aquela vida. Não era a minha.
Ele já tinha começado a planejar um espaço para colocar pequenas mesas e poder vender café, mas ainda não tinha se concretizado por completo, pois as bebidas não estavam decididas. No entanto, os móveis de madeira em tom mais claro, e de formato arredondado, comportando três cadeiras por conjunto já estavam organizadas na parte oposta do salão. Itachi passou a ocupar uma delas.
- Eu vou passar um café, espera. - Mas teve de colocar o dedo na frente do rosto do irmão, que mal havia sentado, mencionou levantar. - Eu vou e você espera aí.
- Mas eu posso fazer alguma coisa Sasuke, não preciso ficar olhando.
- Vá lavar as mãos, e pode deixar as malas atrás do balcão, à noite a gente leva tudo lá pra cima. Não vou te deixar fazer mais do que isso.
Ditando suas regras, sumiu por entre o balcão, por uma pequena porta para dentro do cerne da floricultura deixando o irmão para trás. Itachi encontrou uma pia na parte mais próxima de onde estava, e enquanto se recuperava do calor prévio provindo da viagem em conluio com o calor do verão, pode ouvir ao longe o irmão falar alguma coisa, ao passo em que observava com maior atenção o lugar onde estava.
Com o perdão da brincadeira pífia, mas Sasuke tinha feito aquele lugar florescer. Foi embora de casa visando viver um sonho, e longe dos olhares cuidadosos da mãe, e do julgamento quase absoluto do pai, encontrou seu espaço num salão de arquitetura antiga, por onde dispôs inúmeras mesas que agora sustentavam com carinho os diversos tipos de vasos com suas mais belas flores, de todos os tipos.
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O Florista
Fanfiction[ItaSasu] [Universo Alternativo] ~ [05/05] Sasuke sempre soube que um dia trabalharia com flores. Ele só não podia imaginar que, ao realizar seu sonho, ganharia mais do que a companhia de suas flores.