Será que, ao observarmos o passado por diferentes perspectivas, não notamos que os espectros que o habitam não são sempre os mesmos? As memórias que antes assombravam, agora se transformam, revelando novas nuances e significados à medida que exploramos ângulos distintos da história.
Como cheguei a essa conclusão? Bem, até uma semana atrás, eu estava firmemente convencido de que era a vítima traída em um relacionamento dos tempos do colégio, mas para minha surpresa, uma análise mais profunda revelou que minha perspectiva estava equivocada. Através de reflexões minuciosas e conversas honestas, descobri que minha interpretação anterior não condizia com a realidade. A reviravolta foi surpreendente, e agora vejo esse período da minha vida com uma compreensão muito mais profunda e matizada.
Agora me encontro diante deste quebra-cabeça, esforçando-me para desvendar os intricados acontecimentos que se desenrolaram. Para ser honesto, a confusão é palpável, e sinto como se estivesse caminhando às cegas por um labirinto de emoções e revelações.
Em retrospectiva, lembro-me de meu professor de literatura advertindo sobre a importância de "deixar os mortos no túmulo", um conselho que eu desdenhava na época, mas que agora compreendo plenamente.
Afinal, aquele rancor profundo que nutria por Raul, a princípio, parecia justificado, mas com a verdade emergindo, esse sentimento se tornou um dilema angustiante. Como poderia continuar nutrindo ódio por alguém cujas ações foram, de certo modo, justificadas pela revelação da realidade?
Com a cabeça apoiada em meu ombro, enquanto assistíamos "Todo Mundo em Pânico" pela centésima vez, eu não pude deixar de indagar, observando Raul:
— Por que você não retorna a ser aquele velho detestável ex-cafajeste de quem eu tanto me gabava?
Raul, com um olhar brincalhão, replicou, com a voz manhosa:
— Acho que ser o "bonzinho" da história tem seu charme, não acha?
Enquanto deixava um beijo suave na testa de Raul, que havia mergulhado novamente no filme, não pude evitar de pensar:
“Droga, por que ele precisa ser um detetive tão atraente e dedicado?”
A sensação de culpa me invadiu, lembrando-me de todas as provações que o fiz enfrentar, e questionando minha própria dignidade em tê-lo ao meu lado.
Ah, o passado, o início e o fim de tudo, uma sombra que pairava sobre nosso presente.
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Zanin não era para sempre? | ⚣
Mystery / ThrillerRaul e William, foram namorados na adolescência. Após um evento trágico que os separou, ambos seguiram caminhos diferentes. Raul, agora um dedicado investigador, não consegue deixar o passado para trás e começa a questionar as circunstâncias que env...