Carta I

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Para José Fortes, com amor e carinho.

Há tantas coisas que a noite traz consigo, mas mesmo depois de todos os fingimentos ainda flagro os ventos frios trazendo sua essência.

Às vezes, me sento no sofá, olho para a porta da cozinha e imagino sua silhueta através da vidraça. Na verdade, ainda desejo que esteja comigo como antes e eu não posso mentir para mim mesma o quão permaneço presa no vão do passado.

Algumas tardes chuvosas contemplam cada sentimento que tenho por você e eu nunca desejei tanto voltar ao dia em que te conheci como agora. Não posso fazer orações para tê-lo de volta, a única coisa que quero é que você seja feliz e nunca se esqueça de mim.

A água do chuveiro não é tão fria quanto cada ferida interna que cresceu dentro de mim. Mas eu sou culpada por cada machucado, não tive coragem e forças o suficiente para dizer o que eu sinto.

Arrependimentos e lágrimas não irão mudar tudo o que aconteceu. Mas eu lhe desejo todas as coisas maravilhosas que a vida tem a oferecer e você será o único que guardará as melhores lembranças de mim. Já que não fiquei por perto tempo o suficiente para você descobrir meus erros e decifrar minhas falhas.

A verdade é que eu queria ter dito o quão eu fiquei encantada em conhecê-lo e mesmo que eu ainda deseje tê-lo por perto, sei que não posso. Mas eu continuo dançando sozinha na cozinha com a luz da geladeira iluminando o ambiente e uma garrafa de vinho com uma taça de conteúdo permanece sobre a bancada de mármore.

Eu desejo a você todo o carinho do mundo, te amo.

De Elayne Michelly
com amor e carinho.

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