𝔅𝔞𝔡 𝔗𝔯𝔦𝔭

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 As movimentadas ruas de Hollywood, faziam meus ouvidos zumbirem com todo aquele barulho e me causavam cada vez mais dor de cabeça e aquela sensação de pressa para sair o mais rápido que podia daquele estabelecimento.

Embora meus sentimentos fossem difíceis e controversos, os bonitos copos e taças de cristais estavam refletindo de maneira radiante, o que dava um contraste cada vez mais bonito ao local, a luz âmbar do enorme lustre de cristal refletia por toda parte.

As noites no No Vacancy sempre eram agitadas, e por mais que eu vivia mudando de emprego constantemente eu resolvi ao menos permanecer mais uma semana nesse cargo, porque apesar de tudo ele ainda pagava bem e eu prometi a Kanna que compraria um bom presente de Natal a tempo da data.

Se tem uma coisa que eu odeio muito é ter que trabalhar perto do Natal, principalmente agora na terça da semana do feriado, porque nesta época tudo está cheio e caótico então eu dificilmente consigo ter um pouco de paz. Mas eu podia aguentar mais um pouco nesse trabalho, tudo para dar um bom presente para a Kanna.

Eu sabia que estava procurando um presente mais caro para compensar o Natal que nós dois não passaríamos juntos, isso porque Kugie só me permitiu ficar com a minha irmãzinha até a véspera do feriado, ou seja, ao acordar Kanna merecia receber o melhor dos presentes. 

Aos poucos o bar foi enchendo e as pessoas começaram a se sentar e conversar, alguns garçons já haviam se mobilizado para servir todos os nossos clientes, nessa noite em especifico eu estava como barman, então só precisava misturar um monte de álcool com mais álcool para um monte de homens ricos detestáveis. 

Conforme as pessoas iam entrando no bar eu começava a ansiar cada vez mais pelo fim do meu expediente, mas não havia muito o que eu podia fazer no momento além de misturar alguns drinques e ouvir comentários sujos dos clientes sobre algumas mulheres que frequentavam o bar. 

Eu podia apenas ouvir as pessoas, isso porque eu me recuso a olhar para o rosto delas, eles apenas me pedem seus pedidos e eu os faço, não há necessidade alguma de um papo furado com eles. 

- Um hurricane, por favor.- Quando aquela voz me atingiu, fazendo com que eu sentisse cada fibra do meu corpo tremer, o timbre daquele homem era profundo e intenso, sua voz possuía uma rouquidão natural que faria até mesmo Cesar tremer. Não pude evitar de arrepiar por causa disso, senti meu rosto esquentar e meu coração se agitar em meu peito. 

Mesmo trabalhando alguns dias nesse estabelecimento, eu já conhecia o tipo de homens que frequentavam o No Vacancy e esse homem que estava conversando comigo não era um deles. Geralmente todos os homens que frequentavam aqui possuíam uma voz de um galã, um tom autoritário e mesquinho. Enquanto que esse homem possuía um tom calmo, desinteressado e cansado. 

Atendendo ao pedido dele, comecei a preparar o hurricane. Mas mesmo após começar a prepara-lo eu ainda podia sentir os olhos do homem queimando através de mim, o que caralhos ele queria? Um troféu pela voz viril dele? 

-Você vem muito aqui?- Ele perguntou para mim e pelo barulho eu pude perceber que ele estava se sentando em minha frente. Por que? Eu não sei e nem quero descobrir.

-Eu não sou gay.- Institivamente comprimi meus lábios após minha resposta bruta e seca para ele, provavelmente ia largar do meu pé depois dessa. Continuei balançando o copo que continha a bebida do homem, só que desta vez com um pouco mais de brutalidade e ignorância.

-Ha! Não era isso que eu estava insinuando mas, tudo bem.- Ele disse isso com um tom leve e descontraído, quando ele soltou esse pequeno riso no começo de sua frase sua voz ficou mais rouca. Além disso ele teve a porra da audácia de segurar minha mão e sacudir com delicadeza o liquido dentro do copo. 

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