Segundo

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Nunca quis cuidar daquela garota... Mas havia algo. Nos olhos dela, na primeira vez que a vi brincando no orfanato, que me fizeram ter a necessidade de leva-la para casa. Mas chegou o dia que esse efeito passou... e vi a responsabilidade que dei para mim mesma.

(Koharu – Trauseunte)

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O silêncio se fazia presente no quarto

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O silêncio se fazia presente no quarto. Estava apenas ela ali, segurando aquele estranho cachorro de rua. Sua pelagem macia, antes um marrom claro e bonito, já não era mais tão claro como antes, agora continha várias manchas vermelhas causados pelo sangue dos seus ferimentos e algumas partes sujas de terra quando o mesmo estava sendo chutado no chão por aquele dois idiotas.

Colocou o animal na cama com cuidado, nem se importando que o sangue provavelmente mancharia seu lençol recém trocado, e ligou a luminária da escrivaninha, que ficava encostada perto da janela, dando uma clareada no quarto escuro. Saiu do quarto, fechando a porta com cuidado para não acordar aqueles dois, e entrou em um banheiro que ficava no final do corredor. É ali onde guardavam a maleta de Primeiros Socorros.

O cão de porte médio continuava deitado na cama, respirando de maneira pesada e dolorida. Sakura sentou na beirada da cama e colocou a cabeça do cachorro no colo com todo o cuidado que conseguia, não querendo fazer movimentos muito bruscos que pudessem machucar ainda mais o animal. Abriu a maleta procurando um spray que normalmente usava para colocar nos seus ferimentos quando se machucava e segurou a pata ferida, aproximando o frasco do spray, assustando o cão, que num movimento rápido a arranhou com as unhas afiadas.

— Ai! — reclamou ao sentir a ardência na sua mão, mas não fez nada além de tentar voltar a cuidar do ferimento dele. Sakura sabia que o animal fez isso apenas por instinto de proteção, então não havia porque gritar com o bichano — Eu não vou te machucar, eu só quero te ajudar com essas suas feridas. — encarou as fendas da pupila percebendo que ele estava pronto para atacar caso fosse necessário. Sakura esperou que o canino se acalmasse e quando notou que ele não estava tão defensivo quanto antes voltou a aproximar o spray da pata ferida — Isso pode arder um pouco.

Colocou um pouco do remédio na ferida e ouviu o cachorro chiar de dor, mas notou que ele não puxou a pata de volta então continuou a limpar o ferimento. Sakura pegou algumas bandagens na maleta, colocando por cima dos machucados mais feios, fazendo o que podia para ajudar com a dor.

— Pronto. — soltou um suspiro ao ver que o animalzinho estava muito melhor do que quando o encontrou. Agradeceu mentalmente por todas as brigas passadas em que se meteu que precisou aprender primeiros socorros para sua própria saúde — Agora você precisa descansar. Tenta dormir se quiser, vou apenas me trocar.

A rosada ajeitou o gato sobre o seu travesseiro e foi até o seu guarda roupa e pegou uma camisa preta junto com um short, entrando no banheiro que tinha no canto do quarto pra tomar uma ducha quente.

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