5- Vamos pra casa

1.3K 94 80
                                    

[AVISO IMPORTANTE: Galera é o seguinte, erros no país trisalzinho. A autora burra e daltônica jurava que o olho da Rosamaria era AZUL, mas é VERDE. Na verdade, fez-se uma treta e chegamos a conclusão de que os olhos mudam de cor conforme a luz e o humor, enfim... Eu sou o puro suco do ódio nesse momento. A partir de agora, a gente vai falar a cor certa, tá? Agora chega de brabrabrá e vamo pro capítulo.]

Agora sozinha, Caroline olhava em volta do apartamento vazio. Somente o arco de balões e algumas coisas que Ariele e Rosa haviam deixado na pressa. Tudo que era delas parecia conter o resto de uma felicidade efêmera, que agora era apenas lembrança.

Ela se sentia extremamente vazia, como nunca, antes. Era quase toda culpa e saudade. Se condenava agora por ser daquele jeito, tão intransigente e explosiva, tão orgulhosa a ponto de não saber nem voltar atrás e pedir desculpas direito.

Sabia que aquilo também era um pouco fruto de sua criação. Ela era a primeira filha, a primeira neta e a primeira sobrinha. Tanto seus pais quanto suas irmãs e o resto da família toda a aplaudiam no mínimo sinal de sucesso, ela nunca precisou batalhar para conseguir aprovação. Para eles, ela era sempre a melhor e é claro, não errava nunca.

Agora, na curva dos 40, ela finalmente sentia o impacto de ter sido tão mimada. Só gostaria que não tivesse que magoar quem amava para isso. Preferia perder dinheiro, prestígio como atleta, até a própria sanidade, qualquer coisa que não fosse o amor das duas. Mas era tarde demais.

Ariele tinha ligado para Milka ainda no elevador. É certo que poderia ir para a casa de qualquer outra amiga, mas por raiva de Caroline e um lapso de rebeldia, resolveu se abrigar justo com ela.

A mesma, é claro, nem hesitou em dizer que era óbvio que ela poderia ir pra lá e ficar quanto tempo quisesse. Ao chegar, ela lhe abraçou forte e lhe guiou para sentarem no sofá. Ariele soltou Colkee pelo apartamento e suspirou, encarando o chão.

— Não fica assim, Ari. Tá doendo agora, mas vai passar. Ela não merece que você fique desse jeito. - Começou a mais alta.

Mas Ariele não queria ouvir nada. Milka não sabia de metade da história, não sabia de Rosa e nem de tudo que elas tinham vivido naqueles três meses. Ela não fazia ideia do quanto doía sofrer em dobro.

— Mil, eu agradeço seu apoio, mas não quero ouvir mais nada agora, pode ser? - Falou.

— Claro, mozão. Eu estou aqui pra você, mesmo que seja em silêncio. Eu vou cuidar de você, tá bem? - A amiga respondeu e ela assentiu, logo depois lhe dando um abraço.

A última frase de Milka havia gatilhado nela coisas que não queria pensar. Durante aqueles 22 anos de vida ela tinha associado amor com proteção, como se bastasse lhe tratar com certo cuidado e estava tudo bem.

Aí Rosamaria chegou e virou o mundo das duas de ponta cabeça. Ela lhe fez ver que o amor não precisava só de cuidado e proteção, e que estes em excesso poderiam resultar numa relação controladora.

Um relacionamento tinha que ter confiança, cumplicidade, respeito e acima de tudo, maturidade. Mas como ela daria tudo aquilo, se não teve nada...

- Flashback -

Era um dia quente e ensolarado. Ariele completava nove anos naquela tarde e tudo que ela desejava era uma festa de aniversário como as que via na televisão.

Mas ela sabia que na sua família, não havia tempo nem dinheiro para festas. Muito pobres, seus pais trabalhavam o dia todo para tentar colocar comida na mesa e ela e a irmã acabavam tendo que se cuidar sozinhas.

— Tem que estender a roupa antes da mãe chegar, senão você já sabe. - Avisou Ariane. A irmã era cinco anos mais velha, mas nem por isso lhe dava trégua.

Love is an odd number [Rosattariele]Onde histórias criam vida. Descubra agora